A Sulamiranda é um torneio em que, a rigor, temos 3 ou 4 adversários a serem respeitados. Um deles é o Coritiba, time que se especializa em mata-mata. Não fosse a arbitragem e talvez tivessem comemorado a Copa do Brasil há duas semanas. Como com o Grêmio não há vida fácil, coube enfrentar um dos principais adversários já na primeira rodada da copa.
Primeiro tempo: 0 x 0
César Cielo faria a festa no Olímpico tamanha a quantidade de água que caiu no primeiro tempo. O gramado só não estava totalmente impraticável porque a drenagem é excepcional. Não dava portanto para exigir boa atuação. Jogadas ensaiadas, brilhaturas individuais, esquema coletivo, tudo isto ficou prejudicado. Mas dava para esperar esforço e imposição. E isto o Grêmio teve no primeiro tempo. O jogo foi quase todo no campo do Coritiba e o Grêmio teve pelo menos duas chances excepcionais de gol: uma por Souza aos 8 minutos e outra por Marco Antonio quase no final. Nas duas vezes excepcionais defesas do goleiro, especialmente na primeira. Goleiro, aliás, que foi o melhor em campo e que garantiu o empate.
Segundo tempo: 1 x 0
Leo Gago entrou para nadar no lugar de Marco Antonio, enquanto a chuva aumentava. E o jogo piorou para o Grêmio. O Coritiba ameaçava mais e as chances já não apareciam no ataque. Quem aparecia bem era Kleber, bastante a vontade na chuva e no campo encharcado. Deu dois bons chutes em jogadas que tentou entrar a drible. Aos 25 minutos uma grande jogada de ataque com um chutaço de André Lima que o goleiro rebateu. Um minuto depois o gol de cabeça no escanteio. Com o gol, o Coritiba acelerou o jogo. E, acreditem, o juiz também. Pela primeira vez vi um meretíssimo correndo até a lateral para pegar a bola como se fosse um jogador. Aliás, segundo
Elementos sobrenaturais fazem parte do imaginário. Não é a primeira vez em que o Grêmio jogando partidas decisivas em casa, tem o São Pedro jogando contra. Como se os astros ou o além conspirasse contra. Se é difícil enfrentar times fechados em campo seco, com poças d´água fica ainda pior. Depende muito de duas coisas: da superação e da sorte. Uma bola mal atrasada, um chute liso, uma resvalada e tudo pode, literalmente, ir por água abaixo.
Não sei se a sorte está mudando ou se acharam o sapo macumbado que alguém enterrou, mas parece que sim. De qualquer forma, o 1 x 0 foi excelente dentro das circunstâncias. Foi goleada. Eu arrisco a dizer que com este resultados passamos do Coritiba nesta fase.
_____
Os números do Olímpico
Público Pagante: 5.299
Público Não Pagante: 1.441
Público Total: 6.740 heróicos torcedores.
Renda R$ 80.396,00
_____
Como jogaram (ou seria nadaram?)
Marcelo Grohe: Firme na chuva. Calou os corneteiros que preparavam as garras.
Edilson: Algumas incursões pela ponta. Poderia ter tentado mais o chute de longe.
Werley: Firme na chuva.
Gilberto Silva: Não teve medo de pegar pneumonia.
Pará: Até na chuva tem que entortar para dentro quando vai fazer um passe.
Fernando: Firme
Souza: Um grande chute no primeiro tempo.
Elano: Tentou jogar mas não conseguia tocar a bola na grama.
Marco Antônio: Apareceu uma vez no jogo para dar um bom chute. No restante do primeiro tempo, sumido. Saiu no intervalo.
Kleber: Bem, dentro do possível. O melhor em campo.
André Lima: Esforçado. Correu. Trombou. Chutou. Marcou.
.....
Leo Gago (Marco Antonio): Entrou para chutar de fora da área. Não chutou.
Vilson (Fernando): Entrou firme.
Marquinhos (Elano): Entrou para poupar Elano. Sem tempo.
Pofexô: Optou por Marco Antonio talvez pelo campo molhado. Talvez por teimosia. Fora isto, nada mais pode lhe ser cobrado.
_____
Arbitragem: Ricardo Marques Ribeiro (MG), auxiliado por Márcio Santiago (MG) e Carlos Berkenbrock (SC) - Juizinho cheio dos trejeitos e chiliquento. Picou o jogo em todo o primeiro tempo. Correu desesperado atrás da bola para pô-la em jogo quando o Grêmio ganhava. Atuação normal e esperada.