Sentimento traído
Eu havia dito que ia ao estádio com o sentimento de que colheríamos um bom resultado. Não ocorreu. As causas visíveis e específicas do malogro já estão esmiuçadas por blogs e comentaristas. Ocupemo-nos, então, dos motivos antecedentes.
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Em plena colheita
Há coisas mais preocupantes do que um malogro eventual. E a principal delas, é que não se trata de um malogro eventual. O Grêmio está colhendo o que vem plantando na última década. Em agosto do ano passado, escrevemos uma matéria com o título Paradigma esgotado falando sobre isso. De lá para cá, nada mudou. A escola que se instalou na gestão do Grêmio continua fiel ao seu ineficiente receituário.
Para começar, ao contrário do que aparenta, o Grêmio não tem Executivo de Futebol. Quer dizer, tem, mas é como se não tivesse. Isso não é uma opinião sobre um resultado. É convicção antiga. O homem assumiu em agosto de 2011 e, em junho de 2012, o elenco para o ano continua sendo montado e tem carências sérias. Ele não conhece futebol. Aliás, ninguém que passou pelo futebol do Grêmio nos últimos 10 anos pode dizer que conhece futebol. Ninguém desses provou que sabe de futebol. Por viverem no meio, pode até ser que alguns conheçam o ambiente, mas isso não os habilita como conhecedores de futebol. Os vigilantes da Renner conhecem a loja como ninguém. Mas, saberiam administrá-la?
Carregamos uma das folhas mais caras do futebol brasileiro. No jogo de quarta, não tínhamos alguém com pé esquerdo para ocupar a lateral do campo. É só um exemplo, a demonstrar a pobreza do planejamento de quem gerencia um orçamento maior do que o de muitas prefeituras gaúchas.
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E agora?
Luxemburgo pode ter cometido erros quarta-feira, mas é bom técnico. Deu ao time um padrão de jogo que há muito não tínhamos. Os jogadores sabem as funções que precisam executar em campo. Não as cumprem da melhor forma porque têm deficiências. Ou seja, o time não fez mais, porque quem contratou errou além da margem admissível. O custo disso foi um time incapaz de atacar o Palmeiras e que, aos poucos, perdeu a torcida e o jogo. A derrota pode ter determinado o nosso alijamento da disputa de um título importante.
Aqui um parênteses. É absurdo ouvir jornalistas e, principalmente, dirigentes dizerem que seria importante ganhar a Copa do Brasil, porque isso asseguraria vaga na Libertadores. O importante da conquista, meus caros dirigentes que perderam o fio da meada, é que a Copa do Brasil é um título nacional. É isso que a torcida quer: títulos, não vagas. Esta é apenas uma das coisas que os nossos "profissionais" precisariam reaprender.
Se no jogo que falta da Copa do Brasil a probabilidade de triunfo é remota, para o Campeonato Brasileiro e Sul Americana, a chegada de Zé Roberto e Fábio Aurélio mais os retornos de Kleber, Julio Cesar e Bertoglio podem qualificar o grupo e nos colocar no páreo. Vai ser um páreo duro, mas é uma corrida sem favorito destacado. Reafirmo minha confiança no jóquei. É em Luxemburgo e na sua capacidade que deposito as minhas expectativas. Que ele possa moldar um time digno de vestir a camisa tricolor e partir em busca de conquistas. É a esperança.