29 de novembro de 2017

Daniel Matador - Pela glória eterna

“Em consequência, um exército vitorioso ganha primeiro e inicia a batalha depois; um exército derrotado luta primeiro e tenta obter a vitória depois. Esta é a diferença entre os que têm estratégia e os que não têm planos premeditados.”
Sun Tzu, no secular manual de estratégia militar "A Arte da Guerra"



Caros

Poucas horas nos separam da glória eterna. A própria Conmebol tem utilizado esta alcunha para definir a edição deste ano da Taça Libertadores da América. Não há mais o que dizer. Não há mais o que treinar. Não há mais o que fazer. Somente entrar em campo no estádio La Fortaleza (que nome icônico para uma final de Libertadores!) e mostrar ao continente americano que o Grêmio está de volta para libertá-lo.

Sim, pois durante estes anos a América esteve sob o terrível jugo de várias agremiações que ousaram macular a sagrada taça. “La Copa se mira y no se toca”, esta é a lei. Pois profanos a tocaram, fazendo com que ela clamasse por ser libertada. Até mexicanos estiveram perto de repetir o gesto que De León fez no Olímpico Monumental ao erguê-la. Algo inimaginável e que teria de ser corrigido. Pois coube ao tricolor a missão de honrá-la novamente. Como já havia feito da última vez com o capitão Adílson na distante Colômbia, em frente a um Atanasio Girardot lotado.

Agora uma terceira geração terá a chance de vivenciar na pele como é ser dono da América. Renato Portaluppi galgou um posto reservado a raros escolhidos, o de poder ser campeão continental como jogador e treinador. Ainda mais raro pelo fato desse evento ocorrer pelo mesmo clube. E chegou lá por méritos maiúsculos. Sempre teve talento, como já havia demonstrado na campanha de 2008 pelo Fluminense, quando perdeu o título por detalhe. Renato, porém, amadureceu. Soube conjugar seu talento e malandragem com a sapiência dos grandes mestres. E reservou-lhe o destino a oportunidade ímpar de, além de tudo isso, elevar seu time do coração ao panteão dos deuses novamente.

Ah, esses deuses sacanas que tanto avacalharam a vida gremista nos últimos anos! Pois resolveram retribuir tudo com juros e correção monetária. Viram que somente um forte como o Grêmio seria capaz de suportar no osso um período de trevas tão cruel. Não bastou somente ungir-lhe com o pentacampeonato da Copa do Brasil no ano passado, também fez seu arquirrival ser rebaixado na mesma semana. E novamente pregaram suas peças, fazendo o mesmo arquirrival perder o título da divisão do inferno e o tricolor disputar a taça maior do continente dias depois. E com certeza debandaram-se do Olimpo para os céus argentinos, só para ver seu filho predileto retomar o que é seu por direito.

Nesta noite portenha, que nenhuma boca se abra, a não ser para louvar os feitos deste clube. Somente um gigante teria condições de reerguer-se de forma tão colossal. Seu adversário não tem nem uma ínfima parte de sua história. E não será agora que começará a construí-la. Portaluppi fez como Sun Tzu ensinou há séculos: venceu primeiro para depois enfrentar a verdadeira batalha. O incauto adversário provavelmente ache que perder primeiro para buscar a vitória depois possa ser possível. Talvez até fosse. Mas não hoje. Não contra Portaluppi. Não contra o Grêmio.

Que a noite termine na Argentina e uma nova era comece. Uma era que se inicie com os acordes de uma canção de guerra tocada por um exército tricolor e que incute o pavor no coração de todos que a ouvem: “GRÊMIO, GRÊMIO, NÓS SOMOS CAMPEÕES DA AMÉRICA”!

Saudações Imortais