O post do Arigatô ai embaixo, feito no calor do jogo, está irretocável. Passadas 2 horas do final, quero fazer algumas reflexões. Não sobre o jogo, mas sobre a situação em que estamos.
Hoje pela manhã um leitor do blog postou o seguinte link nos comentários: Desafeto colorado apitará Gre-Nal .... Percebam a "sutileza". E isto foi na ESPN. Ou seja, a pouca vergonha já ultrapassou os limites do estado. Qualquer um se sente tranquilo e livre para escrever o que quiser contra o Grêmio sem medo de sofrer consequências. E Marcio Chagas, o juiz que supostamente tem um pai gremista, se acovardou. Inverteu faltas, poupou amarelo para os carniceiros colorados e deu apenas 4 minutos de acréscimo quando só o episódio dos gandulas levou a 5 minutos de paralisação.
O juiz pode não ser o culpado pela derrota mas foi parte de um esquema que está se perpetuando. O Grêmio pós ISL, pós Cacalo, pós Guerreiro, se apequenou tanto que qualquer bosta fala o que quiser, condiciona quem quiser contra o Grêmio com a certeza de que nada lhe acontecerá.
O país está podre e a imprensa não seria a única parte sã, mas combinemos que este descaramento está muito acima do tolerável.
A diretoria, se é que o Grêmio tem algo parecido com isto, poderia começar declarando os wianeys, os nandos gross, os irmãos benficas, os reches da vida e muitos outros como pessoas non-gratas. E como tal não permitir o acesso destes elementos no Olímpico. Um grupo de funcionários de qualquer empresa não vai render o que pode se não sentir o respaldo da chefia. E o Grêmio hoje é acéfalo. Perdeu toda a força política e só sobrevive porque é muito grande e tem uma torcida espetacular.
Não adianta ficarmos aqui queimando jogadores por mau desempenho. Não adianta criticarmos o erro de Luxemburgo em entrar no 4-3-3 que jogou fora todo um primeiro tempo do jogo. Não tem nenhum efeito pedir craques. Muito menos a falta de atenção e de posicionamento da defesa que me levou a cantar o segundo gol antes da cobrança do escanteio. O Messi neste time certamente naufragaria pela perda de identidade que acomete a instituição. Eu falei instituição. Não falei time.
Surpreende até que tenhamos jogado de igual para igual contra o time dos queridinhos dos i$ento$ baratos. Tivesse ganho o Grêmio teria sido justo porque não houve predomínio do timinho do aterro. Mas perdeu o Grêmio porque há anos assistimos passivamente o condicionamento dos juízes, a crítica sistemática aos nossos jogadores com efeito direto na auto-estima destes, o endeusamento de pernas de pau do aterro também com reflexo na auto-estima, só que estes positivos.
Não vou mais aqui criticar jogadores e nem treinador. Eles são reflexos da falta de comando e pagam as consequências. Tivesse a direção sido enérgica e exigido um posicionamento prévio de quem de direito sobre a questão dos escanteios ilegais e Luxemburgo não teria feito o que foi forçado a fazer. Tivesse a direção denunciado há 3 anos atrás a tolerância para com este carniceiro chamado Guinazu, aquele que tem licença para matar, e ele hoje teria sido expulso ou talvez até mesmo já tivesse sido banido do futebol.
Tivesse a direção se posicionado contra o condicionamento criminoso da crônica sobre o juíz e este, quem sabe não teria se mostrado a ameba covarde que mostrou ser.
Mas para isto tudo que estou pedindo, precisa ter direção. E o Grêmio, há muitos anos não tem direção. Teve até presidente condenado por desvio de dinheiro. Alguns bons nomes já trabalharam lá desde 1996, geralmente subalternos, mas nunca mais tivemos um presidente decente. E, convenhamos, entregar o futebol para um Meira, um Pelaipe e outros deste tipo só pode dar no que está dando.