20 de julho de 2016

O exército dos frouxos


Domingo foi uma noite de decepção. Mais uma. Decepção que tem se repetido ao longo dos anos. Talvez por isto domingo foi mais do que uma noite de decepção.
Domingo foi uma noite de fúria.
Não houve um único torcedor gremista, e aqui incluo os gremistas da direção, que não tenham deixado aflorar a raiva com o time do Grêmio.
Mais uma vez. De novo. Como sempre. O dia tinha tudo para terminar com felicidade plena. Mas mais uma vez, de novo, como sempre o time conseguiu estragar tudo.
Que diabos acontece que sempre que aparece a oportunidade de um salto na tabela, sempre que há uma chance de confirmar-se como candidato ao título os caras dão um jeito de falhar?
Domingo foi um dia de fúria.
Todos nós xingamos a mãe, o pai, os irmãos, as mulheres, os filhos, os avós, os tios, os amigos e até os inimigos destes sujeitos que trabalham no futebol do tricolor.
Que diabos que acontece que eles mais uma vez, de novo, como sempre, deixam de ganhar um jogo fácil?
Fácil eu falei? Facílimo.
O Sport não existe. Vai ser rebaixado. Mas levamos quatro, ou melhor, NOSSOS HERÓIS, levaram quatro. Conseguiram levar quatro de um timeco. Conseguiram perder uma dúzia de gol que o mais gordo peladeiro não perderia. Conseguiram levar quatro do Sport Recife. Do Sport!
Domingo foi dia de xingar os desgraçados. Segunda e terça-feira foram dias de silêncio. Dias de tentativa de apagar a raiva, a dor de se sentir mais uma vez traído.
Um pouco da dor foi possível aplacar, não toda.
O pior é que a raiva está sendo trocada pela tristeza. Pela dor. Pela certeza de que mais uma vez as esperanças ficarão perdidas em algum lugar entre Florianópolis e Recife. Entre um jogo com um time ruim e outro pior.
Foi soberba como falaram alguns?
Foi falta de treino na bola aérea como alegaram outros?
Foi falta de pontaria?
Penso que isto até pode ter ajudado.
Mas penso que foi pura e simples covardia.
Covardia de um grupo que nasceu perdedor.
Covardia de um elenco (e incluam por favor a equipe técnica) que se assusta com a possibilidade de sucesso.
Covardia de assumir que estão jogando em um clube enorme com uma torcida apaixonada.
Covardia de um grupo que tem medo de ser feliz.
Provavelmente nos próximos jogos estes nossos bravos conseguirão algumas vitórias. Futebol eles tem para isto. Mas façam como eu. Não se empolguem. Não voltem a sonhar. Não acreditem em algo mais do que uma vaga.
Eles não tem culhões para confirmar logo adiante. E também, talvez, nem se importem com isto.
Por que então nós devemos nos importar?
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A tal bola aérea

Se o Roger não se lembra, sugiro que fale com o Carlos Miguel, este grande jogador que nos deu muitas alegrias (TÍTULOS) jogando e agora está se revelando um comentarista espetacular na Grêmio Rádio.
Nos escanteios contra o tricolor a ordem era clara: cada um pega um.
CADA UM PEGA UM!
O mais alto pegava o melhor cabeceador adversário e os outros tinham um jogador definido para marcar.
O Roger jogava neste time.
Esqueceu. Ou quem sabe a empáfia esteja fazendo que não use um artifício tão simples e efetivo?
Por que este câncer de marcar por zona?
Por que fazer com que ninguém, nenhum jogador, tenha a responsabilidade de cortar a bola alta?
Por que dar liberdade para os adversários entrarem correndo com toda a facilidade para cabecear livres e com força?
Por que Roger?
Para mostrar que és um treinador culto e inteligente?
Fala com o Miguel, Roger. Quem sabe ele te relembre.
Ou te ensine o feijão com arroz. O beabá do futebol.
Fala com o Miguel, Roger.
Senão, amanhã o Kanneman será torrado. E outros. E outros.