Em 2001 o critério de gol fora de casa ainda valia para desempate na final. E o Grêmio havia empatado em casa em 2 x 2. Com isto, foi jogar fora em São Paulo tendo apenas a vitória como resultado que levava ao título. Sim, porque empate de 3 x 3 é mais raro do que vitória do time do aterro no brasileirão.
O Grêmio tinha alguns grandes jogadores. E tinha Marcelinho Paraíba no auge. E ganhou com autoridade.
Faz 15 anos mas eu lembro onde estava. Como lembro onde estava em todos os grandes títulos do Imortal.
Quinze longos anos. Anos em que, além de não ganharmos nada, estivemos em apenas uma final. A da Libertadores de 2007.
Talvez isto explique este frio no estômago e este arrepio na espinha. Talvez? Não. Certamente. Isto explica também a ansiedade. E o medo.
Medo sim. Só loucos não temem.
Medo não significa fugir da briga.
O medo, bem aproveitado é alimento extra para o enfrentamento. Aumenta a adrenalina. Redobra as forças.
Quinze longos anos...
Agora mesmo passei pelo blog do Milton Jung. Ele postou lá também a Avalanche. E pôs uma foto dos campeões de 2001 com a taça. E eu vi os mais famosos: Zinho, Mauro Galvão, Danrlei. Mas reconheci também o Alex Xavier, o Itaqui, o Rubens Cardoso, o Anderson Lima...
Ser campeão trás isto para os vencedores: o reconhecimento eterno, o respeito do torcedor para sempre.
Isto Renato está incutindo nos jogadores com o respaldo de Espinosa, de toda a equipe técnica e da direção.
E este trabalho está sendo feito desde que chegou.
Eles devem jogar pela Piratinha.
Devem jogar por este menino que deu um depoimento comovente postado abaixo.
Devem ficar atentos todos os segundos para não decepcionar os blogueiros.
Devem lutar o campo inteiro para alegrar os leitores do blog, mesmo os mais corneteiros.
Devem honrar a camisa pelo amor que a ela devota toda a louca e apaixonada torcida tricolor.
Mas, acima de tudo, eles devem suar sangue por eles mesmo. Pelo orgulho de seus pais, esposas e filhos. Pelo dinheiro extra que tornará a vida mais fácil. Pelo reconhecimento nacional e mesmo mundial. Pela certeza de que sempre, até o fim de sua vidas e mesmo depois, estarão na história de um clube extraordinário e único no amor que devota aos seus ídolos.
Só então eles perceberão que o que viram hoje à tarde, mostrado nos dois últimos vídeos, deixando-os impressionados não será nada após colocarem a faixa no peito e a taça no armário.
Falta pouco. Muito pouco. E falta ainda um dia para o primeiro e decisivo jogo. Um longuíssimo dia. Precedido certamente por uma noite mal dormida. E depois por uma semana inteira mal dormida.
Que eles consigam controlar melhor a ansiedade do que estamos nós, pobres torcedores, tentando controlar.
O que este maldito mata-mata faz com um pobre mortal! Hoje deu saudade daquela água morna, insípida e nojenta dos pontos corridos.