16 de junho de 2017

Avalanche Tricolor: o time de “4 volantes” que dribla a lógica do futebol

Por Milton Jung


Fluminense 0x2 Grêmio
Brasileiro – Maracanã


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Edílson fez o primeiro de falta (reprodução Premier)
O  Grêmio dribla a lógica do futebol e dá um nó na cabeça dos cronistas esportivos. Há dois jogos é acusado de jogar com quatro volantes, solução encontrada por Renato para suprir a ausência de Barrios no comando do ataque. E com quatro volantes, para a maioria dos críticos coisa de gente que prefere a retranca e não gosta de criatividade, somou seis pontos no Campeonato Brasileiro, três deles nesta noite de quinta-feira quando jogava fora de casa. Ok, você me dirá que o Rio é a casa do Renato e o Maracanã, palco preferido do Grêmio, e eu vou concordar*. Mas, tecnicamente falando, jogar lá e jogar fora de casa.

O que me espanta é alguém ainda entender que Ramiro, por exemplo, é volante. Ele até é volante quando a gente precisa, mas sabe jogar muito bem quando se posiciona mais próximo da área do adversário ou ao cair pelo lado direito revezando com o lateral – no caso de hoje com Edílson.

Arthur também entra na conta dos nossos volantes, porque deve ter sido assim inscrito nas planilhas oficiais em algum momento. Hoje, esteve por duas vezes diante do gol, prestes a marcar, e manteve a bola nos pés, articulando no meio de campo, por quase toda a partida. Sim, quando o Grêmio é atacado, ele volta para marcar, fecha na frente da área, rouba a bola e retoma sua função de articulador. Porque assim é o time do Grêmio: solidário, compacto e guerreiro para impedir ameaças do adversário; trocador de passe, ágil no toque de bola, rápido se necessário e matador quando ameaça o adversário.

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Luan fez o segundo de falta (reprodução Premier)
Pra complicar ainda mais as ideias: venceu na noite de hoje, como disse um jogador do outro time ao fim da partida, com duas bolas paradas. Tem razão no que diz; perde a razão na maneira como diz. Dá a entender que isso é demérito ou lance de sorte. Ledo engano. As faltas foram resultado da troca de passes veloz e da busca do drible. E as cobranças, resultado de muito treino e categoria. Na força, Edílson fez a bola dançar entre a barreira e o goleiro, no primeiro gol. Na sutileza, Luan acariciou a bola com o peito do pé e  a fez deslizar pela rede sem qualquer chance para o goleiro.

Com “quatro volantes” e “dois gols de bola parada”, Renato faz no comando da equipe o mesmo que fazia quando comandava nosso ataque: deixa o adversário desnorteado, e os críticos, também.

Em tempo: o Grêmio Show encantou em campo e foi acompanhado por nossa torcida que cantou mais alto, no Maracanã.

Comentários (11)

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"Após nova vitória do Grêmio, Renato joga futevôlei no Rio".
Depois de mais esse estágio, Portaluppi vai superar o Pep Guardiola como melhor estrategista tático do futebol mundial!
Parece que o próprio Maicon entendeu que não está bem ainda pra ser titular.
Parabéns pra ele, isso denota profissionalismo, colocando o time em primeiro lugar.

Renato é mesmo um gênio, colocou o Maicon no time pra ele próprio perceber que não está bem e não cobrar a titularidade.
Quando a gente pensa que Renato está errando, ele está acertando.
1 resposta · ativo 404 semanas atrás
Isso, profissionalismo, E inteligência. É difícil ver jogador entender quando seu momento não é bom e normalmente forçam pra entrar no time, mesmo que isso arruine o mesmo. Exemplo disso é o Flamengo com o Conca; tá lá a 6 meses machucado, se recuperou e está sem qualquer ritmo de jogo, mas mesmo assim ainda briga e cria um clima péssimo no vestiário por não ter sido chamado pro jogo.
Eu espero que, assim como o Maicon, o M.Oliveira também aceite a reserva numa boa, caso o Cortêz continue apresentando bom futebol. além de beneficiar o time, beneficia eles próprios.
Muito bom texto. Mas um fato deve ser destacado: Todos os 4 são volantes. Se jogam como meias e articuladores com a bola, isso é mérito e trabalho do RENATO. Ele dá a confiança necessária para um jogador que na sua raiz é um marcador nato (volante tradicional) possa desenvolver e evidenciar toda sua criatividade e qualidade com a bola no pé. " (...)Sempre dou a confiança para o jogador arriscar (...) E dessa forma nasce nossos volantes modernos.
Renato hoje mostrou sua maturidade, tirei o chapéu para ele com todos os louvores. Tirar o Maicon naquele momento foi perfeito...!!!
ÉÉÉÉÉ bom ser gremista...
O jogo contra o Corinthians vai ser antes do jogo contra o Atlético-Pr pela copa do brasil. O Grêmio não vai poder colocar time reserva contra o Corinthians.
O jogo pra poupar e ir com todos os reservas vai ser contra o Palmeiras em São Paulo, pois vai ser antes do jogo que mais importa que é contra o Godoy Cruz na Argentina. Ademais, vai ser bem provável que o Palmeiras também jogue com os reservas pois vai ter que viajar pro Equador logo depois.
Renato so no futvolei preparado pra meter outra goleada no brasileirão.
enquanto isso os estudiosos tudo se mordendo
"Muito me agrada essa postura cautelosa do Renato!" Roth, Celso.
o Grêmio chegou na década de 2010 até que enfim, a europa a quantos anos se vê jogadores que jogam por todo o campo?

No BR, talvez o corinthians já tivesse tentado isso, mas como o Grêmio está fazendo não havia se visto.

Mérito de todos, pois não se faz isso sozinho. Não é só o Renato, são todos os jogadores na mesma ideia.

E sem terra arrasada quando o resultado não vier (bate na madeira). Isso um dia acontece . E com todos .
Eu acho que funciona muitíssimo bem com 3 volantes. O primeiro volante, o cão de guarda, tem que ser o Michel, e não adianta inventar para acomodar jogadores no time. Arthur é o segundo homem, assim como Maicon. Ramiro se achou na terceira função.
A solução para todos jogarem, já que só entram 11 em campo, é muito simples. Revesar para não esgotar. Ao invés de jogar com 11 reservas e reservas de reservas, mescla. Estamos em 3 campeonatos, e bem nos 3. Tem que usar ao máximo o grupo. Vamos aproveitar o fato de termos mais de 15 em nível de titularidade.
POr exemplo, para não descaracterizar o time, poderia poupar um zagueiro (Kanneman), Um meia (Arthur) e um no ataque (Luan). Neste exemplo, entrariam Thiere, Maicon e Bolaños, com pouquíssima perda de qualidade.

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