2 de outubro de 2017

Avalanche Tricolor: uma vitória importante para a Libertadores


Grêmio 1×0 Fluminense
Brasileiro – Arena Grêmio

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Beto da Silva faz o primeiro gol dele no Grêmio (reprodução SporTV)
 O Grêmio joga para a Libertadores. E por isso é importante que vença no Brasileiro, mesmo que o faça com placares apertados e sofridos. Pode parecer estranho como são estranhas muitas das coisas que escrevo nesta Avalanche. Mas é real.

Desde o desconserto sofrido pelo time com a venda de Pedro Rocha e as lesões de alguns jogadores importantes, especialmente Luan – uma exceção no futebol brasileiro -, Renato tem enfrentado o desafio de fazer com que a equipe volte a jogar o futebol de qualidade que deslumbrou a crônica e entusiasmou nossa torcida. No entanto, alcançar a excelência do futebol que apresentamos até agora há pouco exige muito entrosamento, jogadores posicionados corretamente em campo e confiança entre os companheiros.

O passe preciso que foi uma das nossas marcas não depende apenas de quem o executa, mas de quem se movimenta para receber. E nossa diferença até então era que o executor (ou o passador)  ao ter a bola sob seu domínio sabia que dois colegas estariam prontos para dar sequência à jogada. Havia opção. Havia entrosamento. Havia confiança. Recebia e passava com velocidade, entendia o movimento do parceiro de um lado e de outro. Às vezes, a passagem de um deles era por trás dos zagueiros em condições de chutar a gol. E a bola chegava até lá.

Hoje ensaiamos alguns desses lances na primeira parte do jogo, mas após um, dois, três erros todos preferem ser mais conservadores. E o conservadorismo inibe a criatividade, torna o jogo óbvio e facilita a vida do adversário que tem como único objetivo desarmar. As mudanças no Grêmio, a necessidade de adaptar jogadores  e reposicioná-los em campo, desconsertou o time e, assim como os bons jogos, os bons resultados rarearam.

A discussão no Campeonato Brasileiro não é mais se devemos jogar com titulares, reservas ou alternativos. Sequer se almejamos ou não o título da competição (registre-se: se ainda for possível, eu quero). O Grêmio joga o Brasileiro para remontar o time para a Libertadores, dentro e fora de campo. Os lesionados ganham tempo para se restabelecerem enquanto Renato testa jogadores e formações. E nessa fase de teste fora de época – mas necessária – os tropeços acontecem, o futebol fica escasso e a bola não rola mais com a mesma certeza.

Exceção aos primeiros momentos do segundo tempo, o Grêmio dominou a partida dessa tarde de domingo, correu poucos riscos, ficou com a bola no pé, tentou chegar ao gol, mas a falta de entrosamento e o conservadorismo atrapalharam a execução. Não me surpreende que um time que já havia feito 99 gols na temporada tenha tido tanta dificuldade para alcançar a marca dos 100 gols. Alcançamos, respiramos e ganhamos tempo.

Ao remontar o time, Renato deu chances a Christian, que não aguentou o tranco da primeira partida; Patrick, que tem de ganhar personalidade em campo; Jean Pyerre, que para mim foi uma grata surpresa; Jael, que está a espera de uma bola no pé; e Beto da Silva, que se revelou um oportunista.

Luiz Humberto Silva da Silva, o Beto da Silva, 20 anos, que cresceu em Porto Alegre, foi se destacar em Lima, passou pela Holanda e retornou ao Grêmio, soube aproveitar a única oportunidade de gol que surgiu naquele último quarto de partida. Uma bola que resultou do chute forte de Everton, amortecido nos braços do zagueiro adversário – o que foi desconsiderado pelo árbitro – e sobrou para ele dentro da pequena área. Do jeito que dava, enquanto o restante do time reclamava pênalti, Beto da Silva desviou a bola para dentro do gol. Ela entrou devagar, quase que desistindo no meio do caminho. Mas entrou. Era o gol que ele precisava. Que o Grêmio necessitava.

Escalar o que tivermos de melhor à disposição, encaixar novamente o time, apostar no surgimento de substitutos  – como é o caso de Beto da Silva  – capazes de ocupar a vaga deixada por titulares -,  e vencer todo e qualquer desafio, seja por quantos gols for, é o melhor que temos a fazer.

É no Campeonato Brasileiro que vamos encontrar força, entrosamento e confiança para ganharmos a Libertadores. 

Comentários (7)

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Gostei do Christian e do Patrick no primeiro tempo. Merecem sequência enquanto os titulares não voltarem.

Jael é igual ao Braian: tosco e brigador. É jogador pra gauchão e não pra libertadores. Prefiro o Beto da Silva de falso 9 do que insistir com o trombador.

Tenho achado que o Ramiro anda devendo, muito burocrático. O Fernandinho tem rendido melhor por ali, mas acho difícil que o Renato escale 3 atacantes + o Luan.
1 resposta · ativo 389 semanas atrás
Pra mim o Ramiro foi bem ontem, bem melhor que suas últimas atuações.
Arrematou a gol, deu uma bela assistência pro Jael, fez boas jogadas pelo lado direito, onde rende mais.
Quando sai dali, o seu rendimento cai, não vai tão bem.
De positivo pra mim as atuações de Ramiro, Arthur e Everton...

Marcelo Grohe na hora que tinha que se impor fez isso muito bem.

Cristian, Patrick, Jean Pierre e Beto da Silva merecem receber mais chances pra mostrar seu futebol. Vejo que podem nos dar retorno, bola pra isso eles têm.

Agora, Jael infelizmente não se encaixa nesse time, pra uma reserva, caso não tenhamos outras opções ainda vá, mas titular não vinga.
Vamos deixar uma coisa clara, o Grêmio é um time de futebol e uma coisa BÁSICA para qualquer time de futebol a mais de 120 anos (pelo menos no Brasil) é que a paixão que envolve o esporte se inicia e se MANTÉM pela premissa primária que o teu objetivo PRIMORDIAL é entrar em campo e VENCER SEMPRE seus adversários (ou ir ao limite tentando fazê-lo) e por conseguinte vencer todas as competições.

Não é balela isto, na maioria dos hinos de clubes suas letras exaltam esta determinação de SEMPRE alcançar vitórias e derrotar seus adversários. É a carne e sangue do esporte BRETÃO.

Os Romanos já entenderam o "valor do esporte" no alívios das tensões da sua sociedade, a política de "Panem et Circenses", o futebol é o nosso CIRCO.

Quando o palhaço não faz rir e pelo menos a audiência começa a não rir das suas piadas temos SÉRIOS PROBLEMAS.

PENSEM SENHORES quanto tempo esta população vai ATURAR este discurso de coitadinho de treinadores e jogadores de série A que ganham todos mais que 50 mil reais e MUITOS dos que aparecem nos microfone das TVs e rádios ainda muito mais que isso ???

Será que dá para somar 1 + 1 e ver que isso não vai gerar empatia na audiência e sim revolta ou PIOR ???

Me cansa esta choradeira do calendário, ela não TEM SOLUÇÃO, pelo menos não a que eles tanto usam para desculpar suas fraquezas.

Um time brasileiro NUNCA vai jogar menos que um time Europeu ou de qualquer outro lugar.
Pelo simples fato que EXISTE E CONTINUARÁ existindo um campeonato estadual que toma 1/4 da temporada com cerca de 18 rodadas (previstas para 2018).

Como já disse, mesmo que teu time faça como o Atlético-PR e simplesmente não dispute o seu RURALITO, isto não é solução, pois o Brasileiro e outras competições não poderão usar aquelas datas. o efeito de compressão do calendário permanece.

Pelo Amor de Deus, PAREM de chorar e JOGUEM BOLA, pelo menos dêem aos torcedores a IMPRESSÃO que querem ganhar tudo e alimentem esta ilusão. Mesmo que no fundo seja só circo...

Se não pela glória do esporte, pensem com "o bolso" em que independente de ser campeão Brasileiro cada colocação é DINHEIRO que pode ser a diferença entre receber (OU NÃO) os polpudos e gordos salários que recebem em relação ao resto dos mortais da população geral... Ser vice-campeão é necessário e pode garantir uma temporada em 2018 mais bem sucedida.

Reclamem MENOS daquilo que não podem e/ou não querem NA VERDADE modificar.

Pelo bem de TODOS... Inclusive o de vocês...

Sentindo-me velho e cínico...
1 resposta · ativo 389 semanas atrás
Ao que parece a categoria de base segue forte, Patrick, Jean Pierry e o Dionathã deverão ser mais aproveitados em 2018 e poderão mostrar o verdadeiro potencial.
Patrick tá merecendo fazer um gol, já acertou bola na trave, bola raspando o gol, milagre de goleiro... boto fé nesse piá!!
Ainda sobre a base, acho importante a torcida valorizar muito o trabalho que vem sendo feito!!!
Gosto muito de correr e ler sobre corrida. Já concluí várias maratonas etc. A partir dessa experiência, lembrei de algo que um dos maiores preparadores de corrida, o Jack Daniels (que não é o uísque), escreveu no seu livro. Em resumo é assim: havia nos EUA uma prática entre treinadores de corrida que era puxar ao máximo um grupo de 20 ou 30 atletas. A preparação ia realmente no limite. Grande parte dos atletas se machucavam, mas os que conseguiam resistir acabavam alcançando bons resultados. Era o método ovos na parede. Isto é: arremessar ovos na parede e ficar com os que sobram. Daniels percebeu que essa era uma tática errada. Ter 20 atletas competindo em alto nível, mesmo que um pouco abaixo da sua plena capacidade, trazia mais medalhas do que ter 4 atletas em altíssimo nível e o restante machucado e, às vezes, inválidos para o esporte. Será que o pessoal da preparação física do Grêmio está agindo com o método "ovos na parede"?

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