12 de setembro de 2017

Avalanche Tricolor: que o futebol de talento prevaleça

Por Milton Jung


Vasco 1×0 Grêmio
Brasileiro – São Januário RJ/RJ




Gremio
(imagem de arquivo)

 Era futebol, era o Grêmio e era no Rio de Janeiro. Mas ainda era sábado, era em São Januário e no Brasileiro. E assim como eu, imagino que você, caro e raro leitor gremista desta Avalanche, – talvez parte de nosso time, também – estávamos com a cabeça a 10 quilômetros dali. É no Nilton Santos, lá no Rio mas na quarta-feira, que nossa temporada de futebol bem jogado pode ser validada. É lá que sinalizaremos o quanto o jeito de tocar na bola, trocar de posição e surpreender o adversário valeram a pena neste ano. E devem ser mantidos.
 
O futebol tem dessas coisas. Por mais que um time seja reverenciado pelo tipo de jogo implantado, pela genialidade de seu esquema tático e pelo poder de solução que alguns de seus talentos individuais oferecem, se não tiver um título para ilustrar todas essas qualidades, provavelmente terá sua história esquecida. Lembraremos nós, ao menos uns e outros de nós, o ano em que Renato conseguiu dar um padrão de jogo capaz de espantar críticos no Brasil, que Luan jogava o futebol mais bonito do país, que tivemos o ataque mais vigoroso e equilibrado da temporada. E sempre haveremos de ouvir um “mas ….”. Estaremos sempre condenados a esta conjunção adversativa.
 
Não bastasse ser uma obsessão desta torcida que descobriu ainda na década de 1980 que conquistar a América nos colocaria acima de qualquer vitória nacional do arqui-adversário, a Libertadores tem função ainda maior nesta temporada, especialmente após o desperdício dos títulos Gaúcho e da Copa do Brasil. Será o certificado que o Grêmio busca para corroborar suas escolhas seja na forma de jogar, seja na de reter talentos, seja na de contratar reforços, seja na de se comportar em campo e fora dele.
 
Longe de mim desmerecer nossas qualidades reveladas até aqui, independentemente do que venha a acontecer. Você que me acompanha neste espaço sabe do quanto tenho me deslumbrado com alguns dos momentos vividos em campo pelo Grêmio. Mesmo em alguns jogos nos quais o resultado não era o esperado, sinto orgulho de torcer por este time – como se já não bastasse o orgulho que tenho de ser gremista. Mas … e lá vem a conjunção adversativa mais uma vez … o futebol é ingrato. Exige vitória após vitória. Reivindica títulos, a qualquer preço. Precisa de uma faixa no peito e uma taça no armário para ser lembrado.
 
O futebol de talento merece este título. E o Grêmio haverá de provar isso na quarta-feira, no Nilton Santos, na Libertadores.