20 de setembro de 2017

Daniel Matador - Façanhas

Grêmio 1 x 0 Botafogo

Barrios fez o gol salvador da classificação tricolor.

Caros

Era noite de Libertadores na Arena. Nenhum jogo de Libertadores é comum, apesar de que sempre haverá aqueles embates mais importantes e decisivos que outros, principalmente nas fases de mata-mata. Em jogo estava a passagem para a fase semifinal da mais mítica e lendária competição da América. O Botafogo, muito bem conduzido desde o ano passado por Jair Ventura, recebeu a alcunha de "exterminador de campeões", por haver batido em fases anteriores clubes que já ergueram a taça, como Coco-Colo, Olimpia, Atletico Nacional, Estudiantes e Nacional do Uruguai.

O tricolor teve uma decisão logo no início, antes do jogo começar. Luan, que desfalcou o time nas últimas semanas, não teve condições de iniciar a partida, mas ficou no banco. Geromel, outro que desfalcou a equipe por conta de lesão, voltou envergando a braçadeira de capitão. Michel, que havia cumprido suspensão no jogo anterior, retornou para este embate decisivo. Porque era noite de Libertadores.


1º Tempo: Grêmio 0 x 0 Botafogo

O jogo começou tenso e, logo aos 4 minutos, Cortez emendou um SAPATAÇO de longe e a bola passou muito perto da forquilha direita de Gatito Fernandez. Aos 8, após escanteio, Grohe fez um milagre e salvou. Aos 13, Fernandinho driblou dois marcadores e chutou de longe, mas sem grande perigo. Aos 20, Fernandinho recebeu bola na área, girou e chutou NO TRAVESSÃO!!! Aos 24, Roger recuperou uma bola no ataque, driblou Kannemann e chutou forte, para grande defesa de Grohe!!! Na sequência, outra pancada do Botafogo que bateu no poste, em chute de Bruno Silva. O time carioca batia à vontade e o árbitro era um cagalhão que não marcava nada.

Aos 33, em cobrança de falta, Grohe fez outra defesa espetacular. Aos 37, algo nada convencional: Renato tirou Léo Moura e colocou Everton. Aos 42, outro PETARDO de Fernandinho, que passou perto da trave direita de Gatito. Aos 45, Everton abriu espaço no lado esquerdo e chutou, com a bola passando próxima à trave direita. E o árbitro apitou para encerrar um primeiro tempo muito nervoso.




2º Tempo: Grêmio 1 x 0 Botafogo

O time retornou após o intervalo sem modificações em relação ao que havia encerrado a primeira etapa. No primeiro minuto, Michel aparou de cabeça cobrança de falta e quase mandou na gaveta, não fosse Gatito ter defendido com a ponta dos dedos e mandado para escanteio. Aos 10, primeira chegada do Grêmio na pressão, como tem sido sua característica desde o início do ano e não aparecia nesse jogo. Aos 16, após escorada de cabeça de Barrios, a bola sobrou para Cortez na esquerda, que cortou o marcador e chutou para defesa de Gatito. Até que, aos 18, em cobrança de falta sofrida por Fernandinho, o matador Lucas Barrios marcou de cabeça e abriu o placar!!!

Aí o jogo parou e o Grêmio fez o que tem de ser feito nessas horas: começou a amorcegar o jogo. Aos 35, Barrios teve de sair com dores e Jaílson entrou. Aos 40, em cobrança de escanteio, perigosa cabeçada do Botafogo que saiu pelo lado direito de Grohe. Renato recuou o time e jogava para garantir o resultado. O Botafogo tentava meter pressão e deixava alguns espaços na defesa. Aos 45, Ramiro saiu para a entrada de Luan, na famosa substituição para ganhar tempo. O árbitro deu 4 longos minutos de acréscimo, mas já não tinha mais jogo. O Grêmio amorcegou até o final e despachava o "exterminador de campeões". Porque esta terra tem dono. E ele veste azul, preto e branco.




Como jogaram:

Grohe: fez ao menos duas grandes defesas na primeira etapa. Seguro no segundo tempo. Nota 8
Edilson: abaixo da média, mas tentou compensar ao final com raça. Nota 6
Geromel: mesmo descontado após período de lesão, é um zagueiro acima da média. Nota 8
Kannemann: surpreendentemente, falhou em alguns lances. Partida muito nervosa. Ao final, compensou salvando os perigosos avanços do adversário. Nota 7
Cortez: tentou alguns avanços, mas sem muito sucesso. Mas não faltou empenho. Nota 6

Michel: muito abaixo do normal. Nota 5
Arthur: meio sumido na primeira etapa, melhorou muito no segundo tempo. Nota 7
Ramiro: ficou aquém do que pode render. Saiu para a entrada de Luan. Nota 5
Léo Moura: não rendeu. Tanto que saiu antes do intervalo para a entrada de Everton. Nota 4
Fernandinho: um dos melhores em campo. E ainda sofreu a falta que originou o gol de Barrios. Nota 9
Barrios: um predestinado. Quem tem centroavante em campo não morre. Seu gol salvou a noite, o mês e pode salvar o ano. Nota 10

Everton: entrou no lugar de Léo Moura, ainda no primeiro tempo. Ao cair pela esquerda e liberar Fernandinho na direita, deu novo ritmo ao time. Nota 6
Jaílson: entrou no lugar de Barrios, na finaleira. Sem nota
Luan: entrou no lugar de Ramiro, só para ganhar tempo. Sem nota

Renato Portaluppi: teve que abrir mão de escalar Luan para iniciar o jogo e optou por Léo Moura. Só que teve de mudar sua convicção no primeiro tempo, pois o veterano não rendia o esperado em campo. A mudança surtiu efeito e a vitória veio. Nota 9

Arbitragem: o trio de atrapalhadores de jogo era argentino, sendo o apitador-mor Patrício Loustau e seus auxiliares Juan P. Belatti e Ezequiel Brailovsky. Não comprometeram de forma cabal, mas deixaram o Botafogo bater à vontade. Fraquinhos.

O Botafogo pisou na Arena com a alcunha de "exterminador de campeões". Só que ele não havia enfrentado o mais mítico dos campeões da América. O Grêmio voltou a vencer uma partida da forma que a Libertadores é vencida: na raça e no suor. Que grande noite em Porto Alegre, em pleno feriado da Revolução Farroupilha. O tricolor está novamente nas semifinais da maior competição do continente. Sirvam nossa façanhas!

Saudações Imortais