22 de setembro de 2017

The days after


Foram duas semanas muito tensas. Semanas dominadas pelos corneteiros e suas previsões apocalípticas. Semanas em que predominaram as ofensas e as ameaças. Um arigó que só aparece nas derrotas sugeriu a queda da bastilha, ou melhor, de toda a diretoria do Grêmio e até o fechamento do blog em caso de derrota.
Foram tempos duros. Tempos de acusações levianas e maledicentes. Claro que sempre sob o manto do anonimato. Tanto que um blogueiro de outro blog colocou seu e-mail, telefone e endereço particular para os corajosos que o acusavam escondidos nas sombras do anonimato.
Após o jogo só consegui deitas quase as duas da manhã. E as sete horas já estava em pé. Pelo trabalho mas mais pela adrenalina que ainda havia.
Ontem mandei um whats para o Ilgo: teremos quinze dias de folga?
Resposta curta e grossa: não.
Pois é. Tem alguns que ainda na alegria e alívio da vitória já postavam críticas ao time e a jogadores. Não descansam nunca. Não há uma brecha para sentir felicidade.
Mas segue a vida. E por isto, vou explicar algumas coisas abaixo.
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O Grêmio perdeu para o Cruzeiro no detalhe. Aliás, quando há dois times equivalentes geralmente um ou dois detalhes decretam a vitória ou a derrota. Jogou bem o primeiro jogo mas não conseguiu ampliar o placar. Muito porque do outro lado estava um time com excelentes jogadores e um treinador especialista em retranca. E perdeu o segundo jogo em uma cabeçada de escanteio. Tivesse o Barrios feito aquele gol aos 4 minutos de jogo e estaríamos na final da Copa do Brasil. Gol que ele quase nunca erra, diga-se de passagem. Pois errou. Talvez porque ainda estivesse frio. Mas errou.
O Cruzeiro pressionou mas não criou chances, afora aquela cabeçada no escanteio. 1 x 0 e depois pênaltis.
Detalhes.

Pois o Grêmio ganhou e passou pelo Botafogo também nos detalhes. Controlou o primeiro jogo mas criou pouco, assim como o Botafogo quase não criou nada. Jogou mal até os 35 minutos do primeiro tempo na Arena, período em que poderia ter levado um gol e, portanto, ser desclassificado. Detalhe.
Fez o gol em bola parada quando melhorou mas não o suficiente para envolver o adversário. O detalhe de novo apareceu. Só que desta vez a nosso favor.
Assim é o futebol. Menos de 5 clubes no mundo têm dinheiro para investir no jogador que bem interessar. E mesmo estes não tem garantia de sucesso. Até porque nos principais campeonatos mundiais eles acabam se enfrentando e sempre sobra apenas um vencedor.
Então, nada justifica as críticas raivosas, truculentas e imbecis que foram despejadas nas redes sociais. Só uma coisa as explica: a frustração e a incapacidade da pessoa que as faz de conviver com as dificuldades e com as derrotas. Pessoas que jogam nos clubes todas as suas esperanças de saírem vencedoras em algo, mesmo que fortuito. Não conseguindo aflora o ódio.
Então está certo o Ilgo. Não teremos quinze dias de folga. Uma derrota para o Bahia traz de novo a horda de bárbaros para despejar ofensas em litros. Paciência. Um dia, quem sabe, aprenderão.
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O Botafogo chora uma pretensa cera do tricolor depois do gol. Aliás, tem um gremista justino chamado Sergio Xavier Filho que também criticou no Sportv o fato do Grêmio ter "se preocupado mais em garantir o resultado depois do gol do que em jogar bonito". Hahaha.
O site da Globo até fez uma comparação, mas seja por desconhecimento de matemática seja por malandragem, não fez a comparação correta. Aí que fiz eu as contas e tuitei. E reproduzo abaixo.
Ou seja: o jogo esteve percentualmente mais tempo parado enquanto o placar estava 0 x 0 quando o Botafogo, visivelmente queria enervar o tricolor para desestabilizar os jogadores.
Portanto, como tuitei, esta é uma queixa que não procede. Com exceção, é claro, para gentes como o idiota justino mencionado acima, que não cansa de louvar os adversários do Grêmio.

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Aqui e ali um e outro tentam me vincular ao Heraldo. Tem um retardado lá de Campinas que todo o dia faz pelo menos um comentário sobre o assunto. Agora já vai direto para a pasta de spam, mas não desiste.
Acho que os frequentadores deste blog já me conhecem muito bem para saber que eu tenho coragem para assumir minhas broncas e não tenho nenhum receio de dizer o que acho que deva ser dito. Muitas vezes até peso demais a mão.
Fica a dica aqui então. Me esqueçam. Até porque, mesmo que eu quisesse, não conseguiria criar um personagem tão fora da casinha como ele.