Como disse seu Algoz, Joannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart até poderia ficar com ciúmes do time do Grêmio contra o Caracas. Apesar da retranca adversária, os jogadores fizeram uma jornada soberba. Ao contrário de alguns jogos passados, quando desempenhou pobremente como um samba de uma nota só, a equipe portou-se com a dignidade de uma sinfonia harmoniosamente perfeita, como só gênios do tamanho de Wolfgangus Mozart, Frédéric François Chopin e Ludwig van Beethoven saberiam fazer. O que se viu em campo foi uma combinação agradável e melodiosa de lances muito bem construídos e eficientes. Os atletas estavam sintonizados na mesma frequência, com o mesmo espírito e a mesma bravura. Um conjunto totalmente equilibrado, onde TODOS incorporaram a vontade de vencer e demonstravam, com seu empenho, ter certeza e convicção do que deveria ser feito. Tanto atacavam, quanto defendiam, marcando fortemente as ações do adversário. Concentração cem por cento. Não há dúvidas de que estamos diante de uma equipe com perfil adequado àquelas que alcançam o sucesso e a glória. Uma equipe com perfil e futebol de campeão. Sem euforia antecipada, porém, devemos ter os pés no chão, humildade e concentração porque a jornada ainda é longa. Nada está ganho ainda.
Mas agora, temos grupo. Agora, temos time. Agora, temos esperanças de vitórias.
Que assim seja!
Como uma orquestra, Grêmio mostrou conjunto afinado e harmonioso. |
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Lance polêmico
Por honestidade, não posso deixar de registrar: na posição em que me encontrava sentada, me pareceu que houve pênalti a favor do Caracas (primeiro tempo) não assinalado pelo juiz. Dizem que pela televisão vê-se com clareza que o adversário se jogou. De qualquer modo, sorte nossa! Até ali o jogo estava empatado e nossos jogadores ainda não tinham dado início ao show de bola.
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Pofexô
O Pofexô foi um grande maestro no jogo de terça-feira. Escalou muito bem o time e conseguiu fazer com que os jogadores executassem com maestria o esquema tático e tudo que foi treinado ao longo da semana.
Parabéns, Pofexô !!! Está acertando a mão.
É assim que queremos e desejamos nosso time. Se essa for uma constante ao longo do ano, certamente vou para a arquibancada berrar junto com os outros: "fi-ca, Lu-xem-bur-go"!!!
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Os Jogadores
Dida: pouco exigido. Uma ótima defesa.Acho que faltou reflexo no gol do Caracas.
Pará: jogou demais. Tem muito vigor físico e disposição. Cada vez mais à vontade em campo.
Cris: gostei muito.Defendeu sempre com muita determinação. Doou-se o tempo todo.
Werley: confirmou o que já falei aqui muitas vezes. Ótimo zagueiro, além de goleador.
André Santos: pouco acionado no primeiro tempo. Mas mostrou muita qualidade e segurança.
Fernando: Soberbo. Um verdadeiro gladiador.
Souza: muita classe e categoria. Combativo e determinado no meio.
Elano: craque na bola parada. Sempre lutando e buscando o jogo.
Zé Roberto: usina de saúde. Craqueza sem limite.
Vargas: apelidado de "homem-turbo" pelo Arigatô, simplesmente ótimo.Tudo que se espera de um atacante.
Barcos: jogador completo. Ídolo para pelo menos uma década. Sabe tudo.
Welliton: sem tempo.
Marco Antônio: sem tempo.
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Arena
Quando entrei no carro que nos levaria do Bairro Bom Fim até a Arena para ver Grêmio x Caracas, mentalmente calculei o enrosco que seria para chegar ao estádio. Imediatamente, pensei nas filas sem fim em meio ao trânsito caótico de final de tarde em Porto Alegre. Depois de tudo que li, ouvi e vi na imprensa sobre as dificuldades para acessar a Arena, cheguei a tremer com a possibilidade de não chegar a tempo do início do jogo.
Surpreendentemente, em menos de meia hora estávamos dentro do estacionamento. O gigantismo da obra me entusiasmou e encheu de curiosidade. Por uma nesga entre os pilares, consegui avistar a iluminação dentro do estádio. Uma luz resplandecente e muito forte clareava toda a área do gramado. Encontramos o setor que deveríamos adentrar e avistamos o elevador. A fila continha umas quinze pessoas aproximadamente. Após dez minutos de espera, subimos e chegamos ao nosso andar. Fiquei encantada e corri para a borda do anel. Foi uma sensação maravilhosa. Quase mágica! O público já tomava grande parte das cadeiras e aplaudia os jogadores que entravam para o aquecimento. Imensos balões de publicidade e um tapete enorme de plástico, jaziam no centro do gramado. Era um colorido deslumbrante. Olhei imediatamente para as cadeiras e fiquei muito satisfeita. Pareciam muito cômodas. Apesar de elas ainda estarem com resquícios de fuligem branca da construção, tive a plena sensação de estar me sentando em uma poltrona de cinema. E pensei comigo mesma: "com um lava-jato aqui, eu faria uma festa. Em dois dias daria banho em todas as cadeiras do estádio." Mesmo assim, me senti muito bem. Não havia ninguém suado empurrando e se esfregando. Aquilo foi a glória.
E como toda mulher que se preze, fui correndo conferir o banheiro. Será que vai ter falhas? Que nada!!! Banheiro ok. Quase vazio, com vários compartimentos, sem água lambuzando o chão, com papel higiênico à vontade e uma funcionária que limpava o piso. Até sorriu para mim.
Corredores arejados e amplos completavam o cenário. Acomodada, esperei o jogo começar observando o comportamento da torcida em redor. Depois do apito inicial do juiz, foi só correr para o abraço.
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Carestia
Os ingressos para um jogo de futebol são caros?
Sim, são caros!
Montar e manter um time de futebol qualificado é caro?
Sim, é muito caro!
O futebol brasileiro está ficando elitizado?
Sim, obviamente está!
E, então, qual a solução?
Não sei dizer...
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Geral
Lamentável o comportamento anti-social da torcida da Geral. Pessoas civilizadas devem saber conviver em sociedade e respeitar as regras. Caso contrário, abram as porteiras e rezem.