18 de março de 2013

Quem sabe faz, quem não sabe aprende antes...


Tem dois assuntos que dominam o noticiário. Um é o magnífico gesto do Barcos, sobre o qual a Pitica mandou muito bem no post logo abaixo. Aliás, tem um ex-jogador igual ao Bozo que tinha um hotel espelunca no centro de Porto Alegre e ofereceu estadia para o Mario Quintana quando o hotel onde o grande escritor morava fechou. Um gesto bonito não tivesse o babaca chamado toda a imprensa para registrar sua benevolência. Barcos fez 600 km sem avisar ninguém para fazer uma criança feliz. Um CIDADÃO maiúsculo. Nos orgulha e muito que esteja no Grêmio.
Muito mais poderia ser dito sobre o tema e nada mais precisa ser dito sobre o tema. Contraditório? Não.
Vale apenas registrar a felicidade de torcer para o time onde este homem joga. Que fique conosco até encerrar a carreira e mais um pouco.

Mas tem outro assunto que domina o noticiário. E este, ao contrário do Barcos, me deixou triste e cabreiro. O que aconteceu na Arena no sábado foi vergonhoso para os administradores. Foi de um amadorismo sem igual.
E penso que ainda pior foi a entrevista do senhor Gilmar Machado, que não conheço e mesmo jamais tinha ouvido falar antes. Este senhor é diretor de marketing e negócios da Arena Porto-Alegrense. E ele credita os problemas à "venda de ingressos no dia do jogo".
Ora ora ora. Sempre, eu disse SEMPRE  se vendeu ingressos em dia de jogos no Olímpico, e a não ser por alguma excepcionalidade (em alguns grandes, imensos jogos por exemplo) nunca houve problemas. Em jogos de 15, 20 mil espectadores então é uma piada falar em filas e dificuldades de acesso.
Jogos realizados as 19:30 ainda tem justificativa. O pessoal todo chega em cima da hora. Mas mesmo assim, nunca ocorreu a vergonheira de sábado. Gente entrando depois do intervalo ou voltando para casa com a Arena vazia é inacreditável.

Em um jogo como o de sábado, com mais de 60 % do estádio vazio, qual o sentido de vender cadeira numerada certinha para o torcedor? Vende o setor, aí ninguém "leva de quatro a cinco minutos para escolher o seu lugar".

Segundo Machado, foi testada a venda de ingressos no dia do evento e a alternativa não foi bem sucedida. Primeiro que, se era um teste, e testes devem ser feitos, ao ver que a coisa não estava funcionando, deveriam ter liberado o acesso. Muito mais difícil do que atrair um torcedor para o estádio é trazer de volta aqueles que saíram descontentes. Esta é uma regra que qualquer marqueteiro mequetrefe deveria saber.

Mas o pior foi a conclusão a que chegou este senhor, que repito, não tive a honra de conhecer e do qual nunca ouvi falar. Disse ele:

Nós não tínhamos venda de ingresso no dia do jogo. Contra a LDU encerramos no dia anterior. Se adotou isso hoje porque seria um número menor de pessoas, até para testar e ver que as pessoas deixam para comprar na última hora. Ainda não sei qual será o processo que iremos adotar, vamos avaliar isso durante a semana, mas vender na hora do jogo talvez não seja a melhor alternativa — avaliou.
Bah! Como se diz lá em Três de Maio, me caiu os butiás do bolso. Não vender ingresso em dia de jogo é a brilhante solução. Decerto a Arena Porto Alegrense deve estar nadando em dinheiro e pode prescindir do torcedor que decide ir ao jogo no dia em que este vai ser jogado. Que aliás, normalmente é a grande maioria.

Então, em relação a isto, seria muito bom que deixassem a soberba de lado e consultassem os gestores de jogos que atuavam no Olímpico.

E claro, se não sabem como fazer, deixem para quem saiba.