18 de setembro de 2016

Avalanche Tricolor: gremista acima de tudo!

Por Milton Jung


Grêmio 0x1 FluminenseBrasileiro – Arena Grêmio


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Na disputa pela bola, em foto de Rodrigo Rodrigues/GrêmioFBPA no Flickr

Era de se esperar pouco para este domingo. Os pontos desperdiçados nas últimas rodadas e a saída de Roger fizeram do Grêmio um coadjuvante no Campeonato Brasileiro. Com interino no comando, um time sem rumo certo e alguns poucos torcedores na arquibancada, não surpreendeu-me o resultado, apesar de sempre achar que alguma coisa possa mudar logo ali adiante.

Agora, o que tem me incomodado mesmo é ver que diante de todas as dificuldades, parte daqueles que poderiam mudar a história gremista está mais preocupada com seu futuro político do que com o destino do time na temporada.

No site tricolor – talvez por força da burocracia- , a principal notícia é a eleição para o conselho que vai ocorrer sei lá que dia. Na televisão, torcedores desfilaram vestindo camisetas com adesivos nos quais o relevante era o número da chapa que apóiam. Nos poucos blogs gremistas que visito, o bate-boca na área destinada aos comentários é de cunho eleitoral.

Lamento se tenho dificuldade em entender o momento político que o Grêmio enfrenta. E peço desculpas se sou incapaz de interpretá-lo de maneira correta. Tendo a desconfiar, porém, que parte da crise técnica que encaramos nas últimas rodadas do campeonato esteja relacionada a essa tensão dentro do clube.

Sei pouco sobre quem comanda, comandou ou quer comandar o Grêmio. Mas sei que uma boa ou má administração influencia no resultado final. Lembro, por exemplo, que, em passado recente, a forma irresponsável com que nossas contas foram administradas – em alguns casos irresponsabilidade que andou de mãos dadas com a má-fé – destruíram o clube e nos levaram à segunda divisão. Portanto, o que acontece no gabinete chega ao vestiário.

Se erro na avaliação, por favor, culpe a visão romântica que sempre pautou meu olhar sobre o Grêmio. Apesar de ter vivido muito tempo bem próximo dos bastidores, fui torcedor forjado na arquibancada, que se apaixonou pelo time que havia em campo e pela entrega daqueles atletas orgulhosos de vestir a camisa tricolor. Por isso, ainda me espanto quando vejo estes embates políticos se sobrepondo aos interesses do time. Antes de desperdiçarem esforços para comprovarem suas teses e alcançar o poder, deveriam todos lembrar que temos de ser gremistas acima de tudo.

Eu sou! E continuarei sendo, jogo após jogo, independentemente de quem seja o presidente de plantão e qual grupo político que o apoie. Se for do Grêmio, pode ter certeza, eu torço para dar certo!