22 de setembro de 2016

Avalanche Tricolor: Grohe, você merece nosso aplauso!

Por Milton Jung


Grêmio (4)0x1(3) AtléticoPRCopa do Brasil - Arena Grêmio


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Time agradece a Grohe pela classificação em foto de LUCASUEBEL/GREMIOFBPA

Havia um novo técnico ao lado do campo. E pouca coisa diferente lá dentro. Começamos marcando a saída de bola, tocando rápido, deslocando-se com velocidade para abrir a defesa e buscando o gol.
 Mas esta história já conhecemos bem: a medida que o tempo passa, as chances não aparecem e as poucas que surgirem são incrivelmente desperdiçadas. O baixo astral volta a equipe e repercute nas arquibancadas. A impaciência da torcida se reflete no time. E os erros se sucedem.
 Basta um, bastam dois ataques do adversário para bater o desespero. Que o gol deles vai sair parece que já está escrito no roteiro. Ficamos apenas a espera de saber quem será o protagonista da história: o vilão.
 E quis, hoje, o destino que fosse Marcelo Grohe, ao deixar a bola escapar de seus braços ainda no primeiro tempo.
 Grohe não merece ser vaiado como o foi. Nem mesmo tendo errado. Já fez sua própria história no Grêmio. Já nos salvou de poucas e boas ao longo da carreira. E, diante dos nossos defeitos, tem se transformado no último reduto de um time que começa a falhar lá na frente quando perde gols e se permite ser atacado.
 O futebol, porém, é incrível.
Sejam seus deuses - e há quem acredite nesta divindade mundana rodando os gramados - seja o acaso, o roteiro traçado para conquistarmos a classificação à próxima fase da Copa do Brasil devolveu a Grohe o direito de ser protagonista mais uma vez: o herói.
Em poucas oportunidades, torci tanto mais para um goleiro do que para o próprio time como nessa interminável série de penaltis.
Grohe merecia a chance de se redimir. E o fez não apenas uma, mas cinco vezes: com as mãos quando pode; com os pés, quando já parecia não poder mais; e mais duas vezes impondo respeito diante daqueles que estavam ali para cumprir o papel de algoz.
Porém, assim como o futebol é incrível também pode ser ingrato. E, portanto, para Grohe retomar o curso da história, não bastaria apenas cumprir seu papel. Dependeria de seus colegas que insistiam em lhe impor um peso cada vez maior a cada cobrança desperdiçada.
Grohe defendia. Eles erravam. Grohe defendia de novo. Eles voltavam a errar. E a cada erro deles, Grohe passava por mais uma provação. E ele provou ser forte o suficiente para encarar todos os desafios. E ele provou ser muito maior do que a vaia que ouviu, do que a pressão que sofreu, do que o destino que tentavam lhe traçar.
Grohe, obrigado! Você sempre merece nosso aplauso!