2 de abril de 2013

Arena: o torcedor pergunta, o Imortal Tricolor responde



Na semana passada, em meio à lambança em torno do assunto GRÊMIO-Arena-OAS e da ansiedade e preocupação dos torcedores gremistas, descartei o “chutômetro” e “achismos” e fui atrás de informações corretas. Considero muita irresponsabilidade e desonestidade repassar informações que não correspondem à verdade. “O filho da vizinha, cujo sogro é amigo de um sobrinho que é colega de um conselheiro do Grêmio”, não me serve. Esse assunto é muito sério para ficar fazendo carnaval em cima de números errados e basear-se no famigerado diz-que-diz (tem gente especialista nisso). Qualquer palavra ou número mal colocado, causa um tumulto danado. E não é esse o nosso papel ( há quem faça i$$o com muita competência). Garimpar a informação dá trabalho , pois tem de se deixar o conforto da sala climatizada para trás, esquecer o cafezinho amigo e tirar o traseiro da cadeira giroflex.

Desse modo, no último dia 27 de março , postei aqui um texto neste link.

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Torcida gremista está se adaptando ao novo estádio. Foto:GFBPA Divulgação

Pois bem, a partir destas informações , muitas questões e dúvidas surgiram nos comentários feitos pelos leitores e algumas lacunas ficaram abertas. Para tentar elucidar e esclarecer de vez essas pendências, mais uma vez fui atrás de respostas.
Após reunir as perguntas feitas pelos gremistas naquele post , hoje as reproduzo e trago as respostas para cada uma delas.
Assim, o blog  espera estar contribuindo para esclarecer definitivamente a todas as dúvidas até hoje levantadas pelo torcedor tricolor. 
Ah...e prefiro que os i$entos não se constranjam e venham aqui beber na fonte. É muito mais fácil do que ficar dando tiros na lua.

Boa leitura a todos!

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Por que o Grêmio não tinha que pagar impostos no Olímpico e a Arena terá de fazê-lo? Por que o repasse dos 41 milhões sofrerá tais encargos tributários? Por que não será tratado como integralização de capital? Caso negativo, não seria uma alternativa o Grêmio fazer a assunção do principal da dívida ou parte dela a fim de não sofrer uma tributação na transferência para a Arena? 
R: Porque clubes de futebol, como associações, são isentos de impostos. A Arena Porto Alegrense é uma empresa, uma sociedade anônima, portanto sujeita ao recolhimento de tributos. O Grêmio não é sócio da Arena, por isso, não há que se falar em integralização de capital. O pagamento feito pelo Grêmio para os sócios ingressarem na Arena é uma receita corrente da empresa. Se a Arena continuar como gestora do estádio, haverá incidência de impostos.

Como fica o restante do valor pago pelos sócios que sobra dos 41 milhões? Fica para o Grêmio?
R: O que o Grêmio arrecadar no Quadro Social, além do valor a ser repassado para a Arena é receita do clube.

Se for 'zerado' esse repasse de 41 milhões, o negócio Arena fica atrativo para o Grêmio nestes primeiros anos?
R: É possível que sim. Se o Grêmio conseguir compensar outras receitas perdidas (rendas de jogos, aluguéis de camarote, lojas etc.

Pitica, não entendi essa estimativa de renda bruta com a bilheteria. Esses 20 milhões brutos são referentes as somas das rendas das bilheterias de todos os jogos na Arena? Esse valor não está sendo subestimado? A bilheteria da Arena está com média de 1 mi por jogo...deve passar facilmente de 40 mi ao ano. Sem contar as rendas de camarotes, estacionamento, lojas e tudo o mais que no Olímpico davam mais de 2 mi. Essa receita bruta de 20 milhões anuais está um pouco pessimista. Em cinco jogos já passou de 5,5 milhões...
R: Não estão subestimados. A renda anunciada dos jogos conta os sócios presentes como sendo pagantes para fins de recolhimento de taxas. Se forem considerados só aqueles que efetivamente compraram ingressos para os jogos, a renda situa-se no que foi estimado pelo blog.

Se tiver algum evento, como o MMA, ou algum show, esse grana é só da OAS ou entra pra essa empresa da qual o Grêmio tem 65%? Naming rights, puring rights, as lojas e lojas de alimentação também entram na conta?

R: A OAS é a construtora da obra. A empresa que administra o estádio é a Arena Porto Alegrense S.A., controlada 100% pela OAS. Todas as receitas de eventos são da Arena. O Grêmio terá um valor fixo anual (hoje em torno de R$ 8 milhões), mais 65% do lucro líquido ajustado da Arena (resultado após o pagamento de todas as despesas do empreendimento). Importante frisar, porque há muita gente confundindo isso na imprensa, que não é 65% das receitas, mas sim do lucro.

Esses números procedem?
a) renda de bilheteria do Olímpico era entre de 10 a 17 mi.
R
: Não procede. Era em torno de R$ 10 milhões.

b) despesas patrimoniais e adm do Grêmio - sem folha de pgto. em 2012 foram de 19 mi (algo que deve cair muito a partir deste ano).
R: Explicite melhor a que despesas te referes para tentarmos esclarecer.

c) a receita social foi de 28 mi em 2010 para 43 mi em 2012 (efeito Arena) e esse ano deve ir para 55 mi. - aumento de 27 mi. O cenário não é tão ruim, na minha modesta opinião...e é claro...o que puder melhorar, com certeza vai.
R: A questão é que, deste valor (R$ 55 ou R$ 60 milhões), R$ 41 milhões vão para custear o ingresso dos sócios a Arena.

Esse valor de financiamento é uma estimativa ou um valor real? Ouvi falar em um valor bem menor.
R
: Este valor é real.

O projeto não previa a instalação de lojas dentro do estádio, alem dos naming rights? Desculpem se estiver falando besteira, mas falava-se em haver um shopping dentro da Arena, e as estimativas decerto contabilizavam esta renda...
R: A OAS alterou o projeto, tirando o shopping do edifício do estádio. Mesmo que estivesse lá, o Grêmio não teria participação no shopping.

Nesse teu cálculo faltou contabilizar o custo fixo pago pela Gestora ao Grêmio (cerca de 8 milhões ao ano), além de custo de depreciação, necessidade de investimento e capital de giro (valores previstos pela própria Gestora.). Assim, esses teus 17 milhões de prejuízo passariam fácil de 30 milhões anuais. Lembrando que esse valor seria de inteira responsabilidade da OAS, acha difícil que os números sejam estes mesmo, pois do contrário o negócio seria tão ruim para eles quanto para nós. Não acha?
R
: Os R$ 8 milhões não resolvem a questão do fluxo de caixa do Grêmio. O negócio para a OAS não está limitado à Arena. Eles têm o entorno da Arena e a área do Olímpico para explorar. Há quem diga que estas áreas já foram vendidas pela OAS para uma empresa chamada Karagounis, na qual a OAS detém 20% do capital. Assim, terão 20% do resultado dos empreendimentos do Humaitá e da Azenha.

Pitica, só uma questão: tu fazes uma projeção de 20 milhões brutos/ano de arrecadação da Arena. Foi com base em alguma projeção do clube? É um cenário otimista/realista/pessimista?
R
: Esta é uma estimativa realista apenas para as receitas de bilheteria.

Afinal, qual é a empresa responsável por pagar o estádio (R$ 650 milhões)? A Arena Porto-Alegrense ou a OAS? Se a OAS não é a responsável, qual investimento ela fez para entrar no negócio (e receber 35% do lucro da empresa Arena durante 20 anos, Olímpico e oportunidades ao redor da Arena)? 9 milhões anuais?
R
: A OAS construiu o estádio. Pelo que se sabe, usou os terrenos do Humaitá e da Azenha, mais o financiamento para custear o investimento. A rigor, há quem entenda que não colocou nenhum capital próprio no negócio. O financiamento (juros e capital) serão pagos pela Arena Porto Alegrense, com as receitas auferidas. Ou seja, valores que serão abatidos do lucro a distribuir para o Grêmio, na nossa participação de 65%. Se faltar recursos, a OAS é responsável por complementar o valor.
 

Qual o investimento que o Grêmio fez? O Olímpico e 35% do lucro durante 20 anos?
R: O Grêmio cedeu o Olímpico, o entorno da Arena, obteve índices construtivos que serão apropriados pela empresa e, de certa forma, empresta a marca para a venda dos empreendimentos vinculados no Humaitá e na Azenha.