23 de abril de 2013

Minhocas


Eu não tenho tido tempo de ler com muita atenção aos comentários e muito menos de participar das discussões. Quando vejo que não tem acusação sem provas libero e deixo vocês se matando. O blog está com mais comentários do que a maioria dos blogs dos grandes portais.
Mas e daí?
Daí que há comentários pertinentes, inteligentes, bem humorados e até alguns bem ruinzinhos. E há uma corneta estridente que mostra toda a impaciência da torcida com o presidente Koff, Preis, Roman, etc.
Com o Pofexô então, nem se fala. Eu apostaria toda a minha miséria de que 70 % dos que vem aqui berrar com estridência, berraram "Fica Luxemburgo" naquele domingo ensolarado. Alguns, aposto, até choraram de emoção.
Agora querem que um terremoto aconteça no Humaitá.
Pois tenho pensado com meus botões e com o zíper da minha calça nestes dias. Fico pensando no trânsito, no meio do trabalho, no almoço, na academia.

O que fazer?

Primeira questão: porque o time está jogando mal?
Segunda questão: será culpa exclusiva do Pofexô?
Terceira questão: falta ainda algum jogador neste time?
Quarta questão: se falta, tem no mercado neste momento?
Quinta questão: ainda há tempo de se recuperar?
Sexta questão: esta recuperação pode ser com o Pofexô?
Sétima questão: o Pofexô não tem mais interesse em ganhar campeonatos? Ele deixou de ser vaidoso e não está nem aí se for considerado um perdedor?
Oitava questão: se for o caso, quanto custa demitir o Pofexô?

Começamos pela última pergunta. Digamos que o salário do Pofexô seja R$ 700 mil, e que faltam 20 meses para encerrar o contrato, o custo da rescisão é R$ 7 milhões.
Uau! Os mais desatentos estarão gritando. Pois é.
Isto posto, fico pensando que o melhor é avaliar as primeiras 7 questões antes de decidir no que fazer.

O time jogou bem pelo menos 3 partidas e meia. Flu no Rio, Caracas em Porto Alegre, Huachipato no Chile e primeiro tempo do jogo contra o Caracas na Venezuela. O time jogou mal o primeiro tempo contra os cariocas na Arena mas foi bravo no segundo tempo com 10 contra 11. Buenas vivente, diria o gaudério, quem jogou uma bem pode jogar outras.
A rigor, a única partida lamentável na Libertadores foi o primeiro jogo, em que se pode por a atuação na conta da estréia, do gramado que ainda não existia e na entrada de 4 jogadores que foram direto do aeroporto para a Arena.
E o time foi mal em muitas partidas do gauchão. Alguém poderá dizer que o time é seletivo e só joga quando interessa. Será?
Fui atrás de informação. Não há problemas de vestiário. Os jogadores estão fechados com o homem. Não há perseguição a nomes. Bertoglio é decisão da diretoria. Não há dinheiro e nem convicção para comprá-lo então a ordem é usar os da casa.
Falta algum jogador no time? Falta. O Grêmio campeão teve Osvaldo, Vilson Tadei, Carlos Miguel, Tadeu Ricci. Jogadores do meio para a frente que entravam a drible ou deixavam os atacantes pifados. O Grêmio de hoje tem Zé Roberto e Elano, jogadores de drible lateral. É esta a causa? Larga a corneta, pensa e me diz.
Houve erro de avaliação? Neste caso penso que sim. O Pofexô pensou mal o time. E tudo piora quando um dos dois não pode jogar.
Tem como buscar alguém agora? Não.
Como fazer então? Buenas, se eu soubesse estaria ganhando alguns milhares de reais por mês para contar.
Não me atrevo a responder as questões 5 e 6. Mas com certeza interessa e muito ao Pofexô ganhar a Libertadores. Quanto à isto não há a menor dúvida.
Poderá ganhá-la? Se eu soubesse responderia as questões 5 e 6.

Onde eu quero chegar? A lugar nenhum. Só queria depositar algumas minhocas nestas cabeças tão cheias de certezas e de soluções.
E mostrar que a coisa toda é complexa. Desgaste emocional? Mau preparo físico? Falta de treinos táticos? Falta de convicção? Falta de foco como bem apontou o Minuzzi em dois ou três posts? Falta de futebol em alguns? Cansaço mental? Falta de laço?

Então depois disto tudo, enquanto penso em deitar, volta a pergunta: o que fazer?