Caríssimos reverendíssimos.
Recebi mais um mail do Minuzzi. Ele me fala da paixão do filho pelo Grêmio e da dificuldade em responder ao menino sobre os problemas do time. Confessa que só começou a perceber a forma como a RBS trata o Grêmio depois que passou a ler o blog. Diz que conhece o médico que falou sobre o Barcos e que este é a paz em pessoa.
Apresenta por fim uma teoria que me parece interessante. Afirma o Minuzzi:
Torço para o Grêmio classificar em segundo e pegar um time forte. O Grêmio não consegue jogar contra os fracos. Não consegue se impor. O Grêmio não sabe ditar o ritmo. Uma retranca acaba com o time. Temos que pegar times fortes. Jogar primeiro aqui em casa. O time forte se fecha. A gente empata em 0x0. La fora o time forte vem pra cima e ai a gente consegue jogar e fazer um golzinho fora. Esta é minha esperança.
O que vocês acham? Mas vai abaixo o texto que ele mandou que está muito bom.
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Amigos do blog,
Amigos do blog,
A primeira vez que
eu escrevi, foi para acalmar os ânimos... para tentar tirar todos torcedores
das 2 horas da partida, e mostrar o dia a dia conturbado do Grêmio. Escrevi que
o time é e se comporta tal qual o seu ambiente, seu dia a dia. Sugeri a volta
ao Olímpico até que tudo se arrumasse. Para se ACALMAR. Esta palavra lembro que
utilizei muitas vezes.
A segunda vez que
escrevi, foi para dizer que o time do Grêmio estava perdendo diversas oportunidades de
criar uma IDENTIDADE de vencedor. Jogos fáceis, bobos e o time jogava fora a
chance de se impor. A IDENTIDADE da equipe está se formando. Não por falta de esforço,
de competência, de vontade, de dedicação, mas infelizmente por falta de organização,
o Grêmio constrói sua IDENTIDADE sem o sobrenome COPEIRO. A cada jogo fico na esperança
de nosso time adotar este sobrenome, que já era para ser hereditário, era para
vir do berço, mas que este ano não me parece estar no sangue.
Falei que estamos
assim por falta de organização. E vou tentar explicar, como sempre faço, na visão
de quem vive o esporte, num comparativo fácil de se entender.
Vamos pegar o Grêmio
como um todo, dividi-lo em duas situações que eram para ocorrer de forma
independente (o TIME e a ARENA), compará-las e então vamos entender aquilo que
venho procurando: a influencia da real IDENTIDADE do Grêmio de 2013.
1. A culpa
sempre é dos outros
Não existe
coisa pior para a formação de um filho, do que um pai que nunca assume seu
erro. Tira nota ruim na escola, a culpa é do professor, não é do filho que não
estudou, nem do pai quem não o fez estudar.
A Arena ainda é uma
confusão. Uma obra, cujo pai (Odone), nunca citou um defeitinho. Ela não está
interditada (uma parte) porque a frágil grade que colocaram para segurar uma
avalanche era uma porcaria. Ela está interditada porque a torcida não se
comportou como deveria. O gramado estava horrível, mas porque na inauguração pisotearam
demais. Se não esta dando lucro é porque ainda não fizeram a churrascaria e o
shopping. O contrato é ótimo para o Grêmio...
O que se escuta na
coletiva do Pofexo pós jogo.... Tudo "faz parte"... Tudo "pertence
ao futebol"... "O Pará também chegou aqui vaiado..."
Esse comportamento
passa de pai para filho, e então vemos algumas declarações semelhantes: Cris,
depois da botinada no meio campo, dizendo que o Sóbis supervalorizou... Barcos
depois do jogo contra o Cerâmica dizendo que o jogo não foi muito bom pela
parte de motivação, que seria diferente contra o Flu. Barcos depois do jogo
contra o Flu dizendo que a costela doia. Dida solta uma bola e cai no chão
sentindo o ombro. O gramado era ruim, não é mais. O juiz foi ruim (e foi ) e
até os policiais federais de Santa Catarina estavam no campo para rir e
atrapalhar o Luxa.
Comportamento vem
de pai para filho. O vovô Koff, tem que tirar uns mimos ai desse time.
2. O comercial
A Arena foi
planejada, construída e inaugurada na certeza de se jogar a Libertadores, fazer
um caldeirão, com 60 mil pessoas, onde NINGUÉM ousaria de vencer o Grêmio... Onde
o adversário tremeria ao pisar aqui e escutar a torcida...
Acertada essa parte
de marketing para o comercial da Arena (que vai ser tudo isso se Deus quiser!).
Mas quarta-feira um jogo de ingressos esgotados e público total de 38 mil... Com uma
parte interditada, com a BANDA interditada, com os problemas normais de um
complexo novato, a Arena é menos do que pode ser.
Comercialmente
temos um baita técnico. Um dos melhores quartetos de meio campo do Brasil.
Atacante temos de sobra. O artilheiro do ano passado nem banco pega. A imagem
do time foi criada para atropelar todos. E quando não acontece, sobram "PORQUES"...
E assim como a
Arena, o time é menos do que pode ser.
3. O tempo e a
manha
É notável para quem
frequenta a Arena, que é preciso tempo para engrenar, para que cada vez menos
torcedores fiquem pedindo orientações. Para que se conheçam os atalhos e as
manhas (aquela escada que me permite não esperar o elevador, aquela vaga que é
mais perto, o trem ou o táxi ou de carro...)
Com tempo todos terão
o domínio, terão a MANHA do negocio...e ai vai fluir legal...
Mas me assustou a
coletiva do Pofexô, dizendo que precisa mais tempo. Que o Vargas ficou na seleção,
que o Barcos machucou a costela e eles não jogaram muito juntos. Só vale
lembrar que se este tempo for mais que 7 dias, estamos fora. A troca de chaves
era para ter acontecido dia 30 de Março. O tempo esta passando para o Grêmio e
para a Arena...
Quanto a
MANHA...essa sim...Esta quem tem ganha... Dá até rima: quem tem a MANHA, GANHA.
E essa manha são alguns detalhes... Um bico pra fora... Cair para ganhar
tempo... Fazer 1x0 no Caracas e não tomar a virada... Não tomar um vermelho no
primeiro tempo... Não tirar o Vargas se o Barcos está machucado....
4. O inimigo
impresso
O próprio time se
boicotando. A própria Arena se boicotando.
Um contrato que a
atual presidência não concorda. Um revés nas finanças do clube: o pagamento de
tantos milhões para a Arena. Isso freia o desenvolvimento do Grêmio.
Uma lista de
jogadores inscritos na Libertadores. Me ajudem...7 atacantes? Mas nenhum
meia para a reserva. Pois o Marco Antônio o Pofexô falou que jogou improvisado,
porque rende mesmo como segundo volante. Isso freia o desenvolvimento do
time...
São notáveis as diversas
relações entre a Arena e o comportamento do time. Até a questão ORDEM pode ser
questionada. Enquanto a PM descia o sarrafo nos torcedores, Cris fazia o mesmo no
Sobis. É assim que se coloca ORDEM na casa? Fica feio, pega mal e gera prejuízos.
Foi exatamente 24
horas pós jogo pensando nas partidas do Grêmio. Sempre escrevi aqui e nos comentários
de cada postagem, coisas referentes a comportamento pois sou jogador e acho que
é onde posso contribuir. E percebendo todas essas relações/confusões entre time
e Arena, acho que cheguei ao mesmo ponto do criador da expressão "ARRUMAR
A CASA". É isso que precisamos. O Grêmio só vai deslanchar depois que
acabar de gastar energia com Bombeiro, PM, OAS, Prefeitura, MP, etc...
E focar simplesmente
e somente na bola. Sim, O Grêmio precisa urgente ARRUMAR A CASA.
Abraços.