Por Milton Jung
Grêmio 0x0 Atlético PR
Brasileiro – Arena Grêmio
Meu programa preferido na televisão mudou de horário, neste domingo. Foi ao ar pela manhã, ainda quando a maioria da turma na vizinhança dormia. Aqui em casa, também. Todos preferiram ficar embaixo das cobertas. Não era para menos, fazia frio e chovia, em São Paulo. A temperatura variou dos 15 aos 17 graus, um pouco mais alta só do que em Porto Alegre. Como estou acostumado a madrugar, ver o Grêmio às 11 horas, convenhamos, estava longe de se transformar em sacrifício. Ao contrário, programa de primeira e no conforto da minha sala.
Pena que o jogo foi oxo, como dizia o narrador da extinta TV Tupi, Walter Abrahão, aqui de São Paulo. Oxo no placar e no futebol jogado. Muito esforço e pouca produtividade. Muito ensaio e pouco protagonismo. Às vezes se tentava um drible, em outras um toque de bola mais rápido. No gol mesmo, quase nada, exceção a uma boa jogada de Everton já no segundo tempo, que se completou com a precipitação de Kaio para fora. O adversário impôs mais perigo do que nós, o que ao menos serviu para testar Paulo Victor e mostrar que estamos em boas mãos. De resto, desperdício. Falta de criatividade. Oxo.
O time alternativo, ops, reserva do Grêmio tenta jogar no mesmo molde que o titular. Faz parte da mesma ideologia. Não poderia ser diferente. Por que então não funciona da mesma forma? Claro, tem a ver com a qualidade técnica de jogadores: ninguém conseguiria manter dois times – titular e reserva – com atletas do mesmo nível. Mas tem também a ver com um aspecto tático importante, que faz muita diferença dada a maneira com que o futebol gremista se desenvolve.
Um dos motivos que põem o Grêmio acima da média dos demais clubes brasileiros é o fato de ter passe preciso e veloz. Isso ocorre não apenas pela qualidade do passe dos seus jogadores, mas pelo posicionamento daqueles que vão receber a bola. No plural mesmo. Porque cada jogador que está com a bola tem mais dois se movimentando próximo para recebê-la. Com opções para passar, o marcador tem dificuldade para interceptar. E assim evolui o futebol gremista.
No time reserva, tenta-se o mesmo ritmo de passe, mas falta entrosamento. O que é totalmente justificável. Nem todos os jogadores conseguem se movimentar de maneira harmônica e o jogo não flui, passa a depender mais do desejo em acertar e de algumas jogadas individuais. Infelizmente nada disso deu certo neste domingo pela manhã e o elenco do meu programa de TV preferido teve uma perfomance sem muita graça, abaixo da esperada. Foi oxo.
Agora não pense que saio de frente da televisão frustrado pelo resultado, mesmo porque sei que o sacrifício de hoje está diretamente relacionado às necessidades de quarta-feira quando se conquistarmos um “OXO” maiúsculo estaremos mais uma vez na final da Copa do Brasil.