De um
lado: Como o time toca a bola, como tem jogadores habilidosos, esses meninos da
base são fantásticos, quanta velocidade, quanto habilidade...
Do outro:
que time que joga feio, só quer se defender, quanta catimba, esse antijogo não
vai dar em nada...
Rótulos
dados na história de Grêmio e Santos, mas que foram claramente invertidos no
último domingo. Rótulos aliás que não condizem com a história DOURADA do
Grêmio. Voltamos para 1977 para falar um pouco deste rótulo. Presidente: O
MAIOR GREMISTA DA HISTÓRIA, HELIO DOURADO. Técnico: Telê Santana: CONSIDERADO
POR MUITO O MELHOR TÉCNICO DA HISTÓRIA DO BRASIL. O time: sim como muita garra
e força, coisa nunca deixamos e deixaremos de ter, mas de MUITA TÉCNICA, afinal
um time com Eurico como lateral direito que apoiava, Ladinho na esquerda que
ficava mais, Victor Hugo um volante de contenção, e ao seu lado Iura, o
motorzinho do meio campo, que tinha a criatividade nos pés de Tadeu Ricci. O
ataque tinha o jovem e fantástico Éder pela esquerda (que ajuda o meio campo
com sua movimentação) e o veloz jogador com maior números de jogos pelo Grêmio
Tarciso, além do centroavante André Catimba. Um Grêmio DOURADO, tirando a
hegemonia dos rivais...
O time DOURADO de 1977. O correto é o goleiro Corbo e Tarciso.
E o que
falar de 1981, quando desbravamos o Brasil?Novamente com Dr. HELIO DOURADO como
presidente. ENIO ANDRADE, considerado o melhor técnico gaúcho. Um time que
tinha como capitão o já experiente Leão no gol, um jovem promissor
lateral direito, e futuro campeão do mundo, Paulo Roberto, uma dupla de zaga
com Newmar e o capitão mundial De León, tendo na esquerda outro jovem e futuro
campeão do mundo, Casemiro, que protegia mais a zaga. Como cão de guarda China,
na frente dos zagueiros, e do meio da frente um time habilidoso e voluntarioso,
com Vilson Taddei e Paulo Isidoro como motores do meio, Odair na ponta
esquerda, que ajudava na recomposição do meio, Tarciso novamente pela direita,
e o artilheiro de Deus Baltazar como centroavante. A base do mundial estava
formada, um time DOURADO!
O time campeão brasileiro de 81
Pois
então, quando falarem que o Grêmio está numa fase DOURADA, responda que o
GRÊMIO É DOURADO! Hoje mais do que nunca, com o seu modelo de jogo de toque de
bola, troca de posições, avanço dos laterais, jogo entre linhas. Hoje são
outros nomes, mas com a mesma qualidade de sempre. Os adversários sabendo
disso, e abdicam de jogar quando nos enfrentam na Arena. Abdicam até mesmo de
sua história de jogar para cima, com qualidade. Abdicam mesmo quando tem
jogadores, ou um time com Lucas Lima no meio, os bons e velozes Copete e Bruno
Henrique pelos lados e o experiente e artilheiro Ricardo Oliveira na frente.
Não digo que fiquei envergonhado, prefiro dizer que o Santos teve MEDO do
Grêmio. Afinal foi um massacre do Grêmio, tanto no que se diz respeito a posse
de bola com 59%, mas principalmente no número de chutes, 22 contra quatro.
Destas tentativas de gol, 8 foram em gol (méritos para o bom goleiro
Vanderlei), 9 para fora e 5 bloqueados.
Controle absoluto do Grêmio em todo jogo. Fonte: SofaScore
Mapa de chutes de Grêmio e Santos. Dessa vez muitos chutes nossos de
longe e para fora.
Mas no
fim muitos me questionaram, do que adianta esses números se o resultado foi
empate. E todos tem razão o que vale é o gol. Vou tentar explicar um pouco o
que o Grêmio não fez, e também o que o Santos fez para impedir que vencêssemos.
Vale falar, que sim, o Santos praticou o antigo jogo e o árbitro foi conivente
(fazia tempo que não saia do estádio tão irritado com uma arbitragem). Mas
estamos aqui para falar de tática, e vamos a ela. Primeiro vou dizer o que o
Santos fez. Atuando com um linha de 4 atrás, com dois zagueiros altos. Na
frente deles tinham dois volantes bem posicionados, Yuri e Alisson. A frente
tinham três jogadores, sendo que Lucas Lima ficava livre para circular e buscar
a bola na saída de jogo, e Copete pela direita e Bruno Henrique na esquerda.
Estes dois pelos lado recuavam na linha dos dois volantes quando o Grêmio
avançavam seus laterais. Na frente, sem ritmo de jogo, e bem parado, Ricardo
Oliveira, que pouco fez no jogo.
Santos
muito defensivo. Os dois jovens volantes bem posicionados na frente da zaga, o
que vemos pouco hoje pois ou vemos um volante posicionado no 4141, ou então uma
linha de 4, formando o 442, ou um modelo muito comum hoje na Europa (exemplos
do Chelsea e Juventus) do 541.
Este bom
posicionamento do Santos se reflete no números de rebatidas, ao total de 29, e
o mais importante, o local delas, quase todas na linha da grande área. Significa
que o Santos compactava no terço defensivo de seu campo, assim não se
desgastando. E neste espaço de campo que seu deu o grande duelo tático do jogo.
De um lado o Santos muito bem posicionado, e do outro o Grêmio, tendo o seu
ataque rápido tentando romper essas linhas defensivas. Observei que
Fernandinho, Everton e Pedro Rocha ficavam alinhados, entre a defesa do Santos,
sem a possibilidade de vir em velocidade de trás, em especial no segundo tempo,
pois no primeiro conseguimos esta velocidade de triangulações vindo de trás.
Junto com eles, Luan tentava buscar o jogo e se movimentar, porém barrava na
falta de opções devido a pouca mobilidade dos nossos atacantes.
29 rebatidas de bola do Santos, centralizadas na grande área.
Mapa de calor de Luan, Pedro Rocha, Fernandinho e Everton x Sistema
defensivo do Santos, onde o jogo se definiu.
Analisando
os passes do time, vemos que o jogo se concentrou em Ramiro, Maicon, Edilson,
Luan e Fernandinho. Notem que os jogadores citados atuam mais pela direita, o
que foi a tendência no jogo. Talvez faltou um pouco mais de inversão de
jogadas, para que assim, na velocidade e no elemento surpresa
conseguíssemos abrir espaços na defesa, o que não se viu. O que se viu
foram muitos cruzamentos, o que convenhamos, com Fernandinho, Everton e Pedro
Rocha na frente, contra uma dupla de zaga alta, era perda de tempo. Na minha
opinião, em especial Edilson, pois as jogadas eram por lá, deveriam tentar
cruzamentos rasteiros, tipo chutes em gol e não cruzamentos alto cuja
probabilidade de conseguirmos a vitória pelo alto seria difícil.
Interação de passes do Grêmio. Grande volume pelo lado direito. Fonte: Footstats
Alto número de cruzamentos realizados, sendo a grande maioria pela
direita. Fonte: Footstats
São
detalhes que temos que aprimorar, pois independente do time que jogar na Arena,
enfrentaremos essa retranca. Que o Grêmio DOURADO consiga resolver este
problema, nada comparado ao que o Dr. Helio Dourado fez seja construindo um boa
parte de um estádio, seja quebrando uma hegemonia, seja abrindo as fronteiras
do Brasil, seja assumindo a direção no momento mais difícil da nossa história,
ou seja cantando o hino do Grêmio a pleno pulmão em todos eventos que
participava.
O Grêmio
é DOURADO devido aos torcedores como Dr. Helio, mas infelizmente nunca teremos
um torcedor tão DOURADO como ele.
Obrigado PATRONO HELIO DOURADO, QUE TU AGORA BRILHE
NO CÉU!
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Contribuíram para este post:
Christian Grieffenhagen @chrisgrieff
Humberto Roman @seualgoz