Por Milton Jung
Grêmio 2×1 Godoy Cruz
Libertadores – Arena Grêmio
Quiseram nos espantar com um tal fantasma das oitavas-de-final, que supostamente teria nos impedido de seguir à frente em Libertadores passadas. Soube dele em reportagem de jornal, rádio e TV, pois foi citado com frequência, mesmo diante da ressalva que o Grêmio levava vantagem pela vitória fora de casa. Nas redes sociais alguns dos nossos também se referiam ao dito-cujo quase como um antídoto ao favoritismo. E imagino que ao verem aquela bola mágica entrar pelo alto no nosso gol, ainda aos 14 minutos do primeiro tempo, mesmo os descrentes com as coisas do além lembraram do dito popular em castelhano “no creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
Um clube com 17 Libertadores nas costas, dois campeonatos conquistados, um elenco de causar inveja e ao lado de uma torcida entusiasmada, convenhamos, caro e raro leitor desta Avalanche, não seria um fantasminha qualquer que tiraria nossa tranqüilidade. Mesmo ele tendo arrumado um golzinho tão cedo. Quando digo “nossa tranquilidade” refiro-me a do nosso time, que em nenhum momento se precipitou e teve paciência para retomar a partida. Com a troca de passes precisa e veloz que nos caracteriza, o Grêmio colocou a bola no chão e foi abrindo os espaços para chegar ao gol do empate.
Luan desfilou pelo gramado com a bola nos pés, sem dar muitas chance de os marcadores chegarem perto, e quando chegavam tinham pouco sucesso em suas investidas. Nosso camisa 7 jogou como se fosse sua última vez. Protagonizou belas jogadas individuais e proporcionou a seus companheiros passes que abriam a defesa e criavam oportunidades de gol. Depois de já ter colocado uma bola no poste, forçando cobrança de escanteio, pelo lado esquerdo, foi para o direito, roubou a bola e mesmo sem ângulo chutou a gol, provocando a falha do goleiro.
Começava ali a operação caça-fantasma.
Se foi Luan quem iniciou a jogada do gol foi o endiabrado Pedro Rocha que a concluiu assim que recebeu o cruzamento de Barrios, dentro da área. O camisa 9 já havia escapado uma vez pela esquerda após passe de letra que o mesmo Barrios lhe havia feito bem no início da partida. Antes, também, meteu uma caneta no seu marcador na entrada da área, daquelas de deixar o fantasma envergonhado. Foi então com o pé esquerdo e em um só toque que Rocha marcou o gol de empate ainda no primeiro tempo. E repetiu a façanha no segundo, aliás em mais uma jogada com participação de Luan e Barrios.
Os gols da virada e a segurança com que a defesa atuou, espantando todo e qualquer perigo que aparecesse no meio do caminho, não deixavam dúvidas: a missão estava cumprida!
O Grêmio e nossos caça-fantasmas já estão nas quartas-de-final da Libertadores.