1 de agosto de 2006

Ainda sobre o fogo


Parece que é hora de esclarecer, uma vez mais (nunca é demais), que este blog e seus proprietários não participam de organizações que incitam ou praticam a violência. Tampouco praticam pessoalmente qualquer forma de violência ou discriminação. Este é um local para celebrar a paixão pelo Imortal Campeão do Mundo com humor e imparcialidade. Registre-se que condenamos as pessoas que provocaram a queima dos banheiros no último GRE-nal e entendemos que devem ser punidas, como devem ser punidos marginais que provocam atos de vandalismo.

Esta posição não significa renúncia a observar os fatos e emitir opinião sobre eles. A nossa opinião é que colocar banheiros plásticos para a torcida foi uma idéia estúpida. Torcedores de futebol costumam queimar papéis, bandeiras, camisas adversárias e o que mais estiver ao alcance da mão. Ninguém com um mínimo de conhecimento sobre o comportamento de marginais que freqüentam estádios colocaria material combustível ao alcance deles. É a primeira vez que se tem notícia desse tipo de "disponibilidade". Divulga-se que os banheiros normais estavam abertos. Então, para que colocar os móveis? O papo de "mais conforto" soa idiota. Havia banheiros químicos na torcida dona da casa? Iam oferecer mais conforto para os visitantes do que para os seus próprios torcedores? Ora, que súbito ataque de cavalheirismo é este?

Não se diga que comportamento hostil é monopólio de alguns torcedores do Grêmio. Quem afirma isso não pode ser levado a sério. Ainda estão muito vivas as cenas deprimentes do jogo Internacional e Fluminense, quando a Brigada Militar foi atacada a pedradas por um grupo ensandecido de torcedores morangos. Claro que os "espertos" de plantão têm explicação e justificativa para aquele ato. A imprensa noticiou que o estádio do Libertad foi depredado por torcedores morangos, que teve cadeiras arrancadas e jogadas para dentro do campo. Então, há marginais em todas as torcidas do mundo. O uso da multidão para praticar atos de vandalismo é fenômeno conhecido das ciências sociais.

É possível que o Grêmio sofra punição, porque setores "moralizadores" da imprensa resolveram que "agora é preciso fazer algo". Quando uma turma de loucos da torcida do Corínthians quase invadiu o gramado do Pacaembu, não foi necessário exemplar. Quando o estádio do Vasco foi demolido em plena final contra o São Caetano, nada se fez. O Grêmio não teve envolvimento algum com os fatos. A violência estaria lá, como sempre esteve em todos os jogos de futebol da última década em jogos envolvendo grandes torcidas. A violência é um fenômeno do final do último século e será também deste que inicia. O fogo em larga escala existiu, porque alguém com "inteligência superior" colocou combustível no meio da multidão.

Puna-se os marginais. Defender a punição do Grêmio é expressão de mágoa, de querer punir a grandeza de quem construiu uma história de glórias, porque a sua própria bandeira não frequenta os mais altos mastros. Vão a campo, vão à luta. Conquistem a sua própria glória.