29 de janeiro de 2014

Um bom empate

Brasil 1 x 1 Grêmio

Primeiro tempo: 1 x 0 



Até os 5 minutos o ppv mostrava o que sempre é: uma bosta. Não mostrou o jogo. E foi 1 x 0 para o time pelotense. Que eu não vi porque a imagem estava congelada.
Até os 18 minutos o PPV continuava uma droga. Cheguei a passar o comentário do jogo para a Pitica mas logo a imagem ficou ok. Ok em termos, porqu eo PPV geralmente é uma droga.
O Grêmio em campo era para ser o sub-20. Mas pela escalação são os reservas do sub-20. Complicado.
Aos 29 minutos um pereba do Brasil perdeu o segundo gol.
Aos 32 minutos o Grêmio perdeu um gol num escanteio.
Um primeiro tempo em que o time não criou nada e em que perdeu a maioria das bolas aéreas na nossa área.
Muito ruim.

Segundo tempo: 0 x 1

O time voltou com Everton no lugar de Matheus Barbosa. Com isto Mabília procurou torná-lo mais ofensivo.

Aos 8 minutos Everton já deu um sapataço de fora da área em que o goleiro, com uma camisa quase da cor dos jogadores de linha (várzea novelhaco), rebateu com certa dificuldade.
Enquanto isto um idiota no twitter dizia torcer contra o Grêmio para que os guris não pudessem ter chance de subir para os profissionais e acabar jogando. "Legal" ter torcedores deste nível. Estes, certamente não tem a mínima participação na história de glória do Imortal
Aos 21 minutos um jogador do Brasil pisou no saco de um jogador do Grêmio e o juiz deu falta para o Brasil. Retrato do jogo. Tudo muito ruim.
Aos 28 minutos o inesperado aconteceu. Everaldo fez bela jogada e lançou Luan livre. Ele entrou na área e na saída do goleiro encobriu mandando para as redes. Um belo gol na primeira jogada de ataque do time no jogo todo.
Aos 35 minutos Spessato deu uma patada para fora.
Aos 42 minutos Follmann fez uma defesa espetacular. Na cobrança de falta o jogador cabeceeou à queima-roupa e ele pegou no cantinho embaixo.
Aos 45 minutos Spessato fez uma falta desnecessária no risco da área. E quase saiu gol do Brasil.
Aos 47 minutos o juiz deu um pênalti contra o Grêmio em falha tosca da defesa. Mas também o jogador do Brasil parecia impedido. Claro que não teve replay para mostrar este detalhe. O jogador do Brasil deu um balão em que não errou do gol. Errou do estádio.
.....

Este era o jogo mais difícil do time sub-20. Pela campanha do Brasil e pela pressão da torcida pelotense. Além é claro do fato de o time sub-20 estar jogando com vários reservas. Havia a chance de ocorrer uma derrota até acachapante. Mas isto não ocorreu.
O primeiro tempo foi muito ruim quando o Grêmio não criou nada e passou por vários apertos. O segundo tempo já foi bem melhor. A defesa controlou melhor e o time teve alguma saída de bola. E fez um gol de pura categoria do menino Luan.
Tem gente neste time que merce ser olhada com carinho.
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Como jogaram

Em virtude dos problemas de transmissão do início e da consequente desatenção que originou, além da ruindade do jogo em si, a análise individual dos jogadores fica totalmente prejudicada. 

Follmann não teve culpa no gol e no mais teve boa participação. Uma grande defesa e muita sorte no pênalti.
A zaga perdeu todas as bolas aéreas. Os laterais foram razoáveis atrás e inoperantes na frente.
O meio começou com três volantes e não conseguiu criar nada. Com a entrada de Everton no lugar de um dos volantes o time ficou mais ofensivo, mas sem criar muito. Nem Moisés e nem Canhoto conseguiram repetir a boa atuação do jogo anterior.
Luan fez um gol de absoluto sangue frio. 

.....

Everton (Guilherme Amorim): Um bom chute mais nada.

Felipe Ferreira (Leandro Canhoto): Deu o passe para o gol de Luan.
Jeferson (Moisés): Sem tempo.

Marcelo Mabília: Armou um time muito defensivo no primeiro tempo. Acertou no segundo.
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Arbitragem: Eleno Gonzalez Todeschini , Lúcio Beiersdorf Flor e Edemar Lacerda Palmeira - sempre que pode marcou falta contra o Grêmio. Dúvida séria no pênalti marcado.

28 de janeiro de 2014

Histeria fora de hora e de lugar

Então estamos assim:

  1. O Julio Cesar se oferece para jogar no Grêmio.
  2. Salário seria equivalente ao de um bom reserva.
  3. Direção descarta porque confia no Grohe.
  4. Imprensa repercute e começa a criticar a preterição de Marcelo Grohe.
  5. Direção, incluindo o presidente Koff vai a campo e descarta a contratação.
  6. I$ento$ baratos dizem que não houve acerto financeiro e caem de pau na direção.
  7. Torcedores gremistas caem de pau na direção e se solidarizam com Marcelo Grohe.
A história toda pode ser resumida em três twitters do Alemão Pizoni:


Nada mais a ser dito sobre o episódio. A não ser que parte da torcida gremista parece estar a cada dia mais esquizofrênica e oligofrênica.

Um começo de ano nos trilhos

Aqui ninguém é bobo de achar que o Aimoré seja um adversário à altura para testar a qualidade do time do Grêmio. É lógico que o rival foi frágil e não ofereceu resistência tipo um Boca Júniors, mas mesmo levando-se isso em consideração, o Imortal Tricolor apresentou uma grande evolução em relação ao ano passado. Que fique bem claro: o Aimoré NÃO serve como teste definitivo, mas podemos lembrar que em 2013, contra equipes equivalentes, o Grêmio patinou.

Estive na Arena e vi uma equipe com mecânica de jogo, veloz, lançando-se ao ataque durante os noventa minutos e, o melhor, errando pouquíssimos passes. Foi entusiasmante! Aquele toque-toque para as laterais e recuo de bolas no meio-campo, acabaram. O time SEMPRE avançou sobre o campo adversário quando de posse da bola. Não permitia tempo ao Aimoré de se recolocar na defensiva. Diferente daquela lentidão que se via acontecer no ano passado. Podemos considerar que começamos o ano de 2014 nos trilhos.
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Jogadores

Marcelo Grohe: não é o "goleirinho que não serve para uma Libertadores", como disse em off o Pofexô. É um grande goleiro. Seguro e ágil, como sempre foram os grandes goleiros revelados pelo Grêmio.
Pará: corre como um papa-léguas. Foi muito bem domingo. Só precisa melhorar o acabamento no ataque.
Rhodolfo: dispensa apresentações. Desde que chegou, a equipe se aprumou. Está sempre no cangote do inimigo.
Bressan: um guri que joga como um adulto. Tem personalidade e gana para jogar.
Wendell: grande categoria. Parece jogar no time principal há anos. Nada assustado.
Edinho: se jogar sempre como no último domingo, peço desculpas de joelhos. Desarmou e fez lançamentos longos e perfeitos.
Ramiro: eficiente. Um verdadeiro operário aplicadíssimo na sua função.
Riveros: combateu e lançou-se ao ataque. Chega de sopetão no adversário com um vigor de garoto.
Máxi Rodriguez: É a melhor coisa que aconteceu no Grêmio em anos. Craque. A bola o respeita e obedece. Além de brilhar no ataque, ainda o vi tirando bolas do Aimoré na área do Grêmio. Nota 10+. Pronto, prontíssimo para ser o protagonista.
Kléber: o único que destoou. Muito aplicado e energético, mas pouca contribuição. Precisa chutar mais ao gol.
Barcos: fez um gol de placa. Só isso já valeu o ingresso. Esperamos que neste ano deslanche e seja o jogador que levou o Grêmio a apostar alto nele.

O tempo que Paulinho, Jean Deretti e Lucas Coelho estiveram em campo não foi suficiente para uma avaliação mais apurada.

Enderson Moreira: parece ser um técnico destemido e inteligente. Vamos aguardar para observar  sua postura no decorrer do campeonato.
Quero lembrar também o excelente trabalho do preparador físico Fábio Mahseredjian. A equipe esbanjou energia , velocidade e força.
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Férias

Assim como o Imortal, a Patagônia é azul!
A partir de sábado estarei de férias. Ficarei quinze dias longe e totalmente desconectada do mundo virtual. Estarei em alto mar, dirigindo-me à Patagônia. Logo, sem computador, sem internet e sem notícias sobre futebol. Quando voltar, espero estarmos avançando bem no Campeonato Gaúcho e já bem calibrados para o primeiro confronto na Libertadores.

Agora é tudo com o seu Algoz e seus colaboradores. Peço que não briguem muito e comportem-se devidamente. Este é um blog famíliar, não esqueçam. Quando o pau correr solto, lembrem-se das recomendações da Pitica e manerem.
Até breve.

Saudações Tricolores

26 de janeiro de 2014

Um início promissor

Grêmio 4 x 0 Aimoré

Pré jogo

Primeiro jogo do time da Libertadores. Com algumas ausências, mas com o que o Grêmio tem de melhor.

Especial atenção para o lateral Wendell e também Maxi Rodriguez. É importante que eles confirmem a promessa deixada no ano passado de que são grandes jogadores.
De quebra Barcos e talvez Kleber desobrigados de funções defensivas.
E talvez a estréia de Edinho.
Um jogo que, por tudo isto, vale a pena assistir.

Primeiro tempo: 3 x 0


A primeira jogada de efeito neste jogo do charmosão foi uma cacetada no Maxi Rodriguez aos 5 minutos. O careca ladrão com nome de vedo francês não deu cartão. Normal e esperado.
O Grêmio começou pressionando meio desordenadamente e aos 10 minutos teve a primeira boa chance com Kleber. A zaga desviou para escanteio.
Aos 14 minutos um golaço. Barcos recebeu pela esquerda, cortou para o meio e bateu cruzado no ângulo oposto.
Aos 20 minutos pênalti no Kleber que o careca não deu. Normal.
Aos 23 minutos, Barcos cabeceou e Bressan apareceu para empurrar para dentro. 2 x 0.
Cobrança de falta aos 28 minutos. Maxi bateu baixa na área para Edinho empurrar para as redes. Era um gol para coroar a bela estréia.
Aos 40 minutos gol de Riveros. O bandeira deu um impedimento inexistente. O juiz anulou erradamente. Normal.
E foi isto.

É gauchão claro. O Aimoré mostrou muita fragilidade. Mas foi uma bela estréia.
O time jogou na frente, com muita movimentação e objetividade.
O único jogador que destoou foi Kleber. Lento e parecendo sem vontade.

Segundo tempo: 1 x 0


Aos 40 segundos quase um golaço de Maxi. A bola saiu raspando a trave.
O Aimoré chegou com muito perigo aos 5 minutos e Marcelo Grohe fez duas defesas excepcionais.
Kleber matou no peito mas perdeu tempo e a bola quando podia fazer o quarto gol aos 10 minutos.
O Grêmio voltou amorcegando e deixando o Aimoré crescer no jogo. Aos 15 minutos o time de São Leopoldo chegou de novo com perigo.
Aos 18 minutos Barcos cabeceou para fora após cobrança de escanteio.
Aos 22 minutos Maxi Rodriguez quase fez um golaço por cobertura. A bola caprichosamente bateu no travessão.
Aos 34 minutos pênalti para o Grêmio. Kleber bateu e fez o quarto gol. Até isto de bom aconteceu no jogo, gol do Kleber.
Aos 44 minutos Grohe fez outra defesa espetacular. Foi no ângulo e espalmou para escanteio.
E foi isto.
.....

É início de temporada. O Aimoré é um time fraco como são fracos quase todos os times do Noveletão. Mas nada disto importa.
Já vi muito time penar contra times ruins.
Grêmio mostrou, especialmente no primeiro tempo, já ter uma mecânica de jogo com movimentação intensa e objetividade.
Uma boa amostra que dá esperança para a disputa da Libertadores.

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Números da Arena

Público Pagante: 10.824 

Público Não pagante: 5.087 
Público Total: 15.911
Renda: R$ 303.675,00_____

Como jogaram

Grohe: Nenhum trabalho no primeiro tempo. Duas defesas espetaculares no segundo tempo.
Pará: Muito bem. Ágil e ofensivo.
Rhodolfo: Sem trabalho atrás. Mas mostrou a firmeza de sempre.
Bressan: Um gol e firmeza atrás.
Wendell:
Eu achava o Alex Telles muito bom. Este guri é melhor.
Edinho: Bela estréia. Com direito a gol.
Ramiro: Muito bem.
Riveros: Bem atrás e na armação. Fez a jogada do segundo gol e fez um gol mal anulado.
Maxi Rodriguez: Não brilhou no primeiro tempo. Comandou o time no segundo tempo. E quase fez um golaço. Saiu para receber os aplausos da torcida. O melhor do time. 
Kleber: Um mau primeiro tempo. Um segundo tempo um pouquinho só melhor.
Barcos: Um golaço e uma assistência no primeiro tempo. Não apareceu no segundo e foi substituído.
.....

Paulinho (Barcos): Sem tempo.
Jean Deretti (Maxi): Sem tempo.
Lucas Coelho (Kleber): Sem tempo.

Enderson Moreira: A amostragem foi entusiasmante. Em muito pouco tempo de treinamento o time já mostrou entrosamento e jogadas ensaiadas.
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Arbitragem: Jean Pierre Gonçalves Lima, auxiliado por Paulo Ricardo Conceição e Charles Lorenzetti. - Não deu pênalti para o Grêmio. Anulou gol legítimo. Não deixou o treinador se comunicar com o auxiliar que estava nas cabines. Deu um pênalti para o Grêmio porque até o Batista daria. Portanto, atuação normal.


25 de janeiro de 2014

A bola está quicando

Um dos meus maiores defeitos (ou qualidades, dependendo do ponto de vista), é ter o coração mole. Assim, fiquei um pouco penalizada com a situação de alguns isentos que não têm bom material para desenvolver o seu trabalho.
Sendo assim, resolvi dar uma mãozinha para o colunista Wianey Carlet, que afirmou em sua coluna de ontem :

                 "Quando alguma voz respeitável do Inter se erguer para contestar o contrato feito    com a Andrade Gutierrez, o assunto será comentado neste espaço.Enquanto isso, esta pressão indecorosa que fazem sobre os jornalistas seguirá caindo no vazio."
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Não faz assim Wianey. Tenho certeza de que com a ajudinha que vou te dar, farás uma coluna brilhante. Ficará nos anais do jornalismo gaúcho. Periga até ganhar o Prêmio ARI de Jornalismo.
Vou te dar de bandeja.

Segundo o Jornal Correio do Povo do dia 27/03/2013:

Contrato entre Inter e AG gera dúvidas

Conselheiro disse que construtora foi a "maior protegida" em acordo com clube pela reforma do Beira-Rio

Conselheiro disse que construtora foi a maior protegida em acordo com clube pela reforma do Beira-Rio<br /><b>Crédito: </b> Site Inter / Divulgação CP
Conselheiro disse que construtora foi a maior protegida em acordo com clube pela reforma do Beira-Rio
Crédito: Site Inter / Divulgação CP
Pouco mais de 15 meses depois de ser aprovado pelo Conselho Deliberativo do Inter por 229 a 47 votos, o contrato com a Andrade Gutierrez volta a ser questionado. A empreiteira, que levou mais de 260 dias para começar a reforma do Beira-Rio, foi, segundo influente conselheiro colorado, "a maior protegida".

Segundo o mesmo conselheiro, há algumas cláusulas, como a possibilidade de a construtora prorrogar por mais 20 anos o contrato de exploração de espaços, sem possibilidade de negativa do Inter, o que pode comprometer a instituição no futuro. Os espaços entregues, segundo revelou o ex-presidente Vitorio Piffero em seu blog, em março de 2011, são o "filé", referindo-se às suítes, camarotes e cadeiras VIP "que são as áreas que pagam a operação e dão lucro em todos os estádios do mundo".

Outro conselheiro, integrante da diretoria passada, afirma que "menos de 50% dos conselheiros leram o contrato. E os que leram tiveram pouco tempo para passar os olhos por mais de cem páginas, mais anexos". Muitos conselheiros, especialmente os de Oposição, se irritaram com as regras estabelecidas para a análise da minuta do contrato da parceria entre o clube e a construtora.

A papelada ficou em uma sala de reuniões do Beira-Rio, e quem leu precisou assinar um termo de responsabilidade, no qual se comprometeu a manter sigilo. Este mesmo conselheiro diz ainda: 'Se o contrato é tão bom assim como afirma o presidente Giovanni Luigi, porque este sigilo todo?"

Na época da leitura, a direção estabeleceu regras rígidas. Os conselheiros não puderam entrar na sala portando aparelhos eletrônicos, fazer anotações e, obviamente, tirar cópias. Mais: colocou um segurança fiscalizando. O contrato entre Inter e AG voltou a ser questionado depois do vazamento do contrato entre Grêmio e OAS e das críticas que a Arena vem recebendo da nova direção, comandada por Fábio Koff.
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Pronto. Está feito. Agora só não vai repercutir se não quiser.
A bola está quicando. Bom trabalho pra ti, guri.
Saudações Tricolores


24 de janeiro de 2014

Jornalismo sem adrenalina

Hoje,em sua coluna diária no jornal ZH, o jornalista Wianey Carlet repercute a hecatombe gerada pelo texto "Mentira: braços longos e pernas curtas" aqui postado no dia 21 de janeiro. As informações ali contidas causaram comoção sem precedente nas redes sociais entre torcedores do Rio Grande do Sul. Não teve cidade neste Estado em que o assunto não tenha virado pauta.
A repercussão foi estratosférica e atingiu níveis de acessos a blogs e facebook gremistas nunca antes vistos neste país.
Ou seja, incomodou muita gente que não gostaria de ter sido incomodada.
Teve até jornalista careca engajado se escabelando no twitter em surtos histéricos.
Se um blogueiro incomoda muita gente, vários blogueiros incomodam muito mais!

Voltando ao Carlet, o mesmo diz o seguinte em sua coluna de hoje:
Contratos 1
Nos últimos dias passaram a circular na Internet cópias do que seria o contrato entre o Inter e a Andrade Gutierrez, com interpretações dos autores. Simultaneamente, estes “documentos” começaram a ser enviados para jornalistas com cobranças pela sua não divulgação, acompanhadas, como sempre, por ofensas e agressões.
Contratos 2
Pessoalmente, não lembro de ter feito qualquer alusão específica ao contrato firmado entre o Grêmio e a OAS porque, simplesmente, não tenho formação técnica para entender os termos destes acordos. Só fiz referências às denúncias partidas de dirigentes do Grêmio que, publicamente, garantem que o contrato é nocivo aos interesses do clube, chegando ao extremo de declarar que “a Arena não é do Grêmio”. Não repeti o procedimento com relação ao caso de Inter e AG porque nenhum elemento da oposição colorado veio a público denunciar o contrato celebrado entre as partes. O assunto tem sido tratado no âmbito do Conselho Deliberativo do Inter.
Contrato 3
Concluo declarando que não sou capaz de analisar o contrato do Inter como não fui capaz de analisar o contrato do Grêmio. Eu e a maioria, talvez totalidade da imprensa, só temos comentado o que dizem os dirigentes do próprio Grêmio. Quando alguma voz respeitável do Inter se erguer para contestar o contrato feito com a Andrade Gutierrez, o assunto será comentado neste espaço.
Enquanto isso, esta pressão indecorosa que fazem sobre os jornalistas seguirá caindo no vazio.
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Então, o que descobri hoje, é que Wianey Carlet tornou-se um jornalista sem "adrenalina" para o trabalho (parece que esse vírus pega, embaralha as idéias e se espalha). O cara tem nas mãos um assunto com essa grandiosidade não aprofunda e lava as mãos?  Como assim, meu caro Gaguinho?  Mais parece aquela avestruz assustada que enfia o pescoço dentro do buraco e grita em alto e bom som: "não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe".
Também é lamentável que o jornalista seja pautado apenas por declarações de dirigentes e não por fatos concretos: "Quando alguma voz respeitável do Inter se erguer para contestar o contrato feito com a Andrade Gutierrez, o assunto será comentado neste espaço."

Eu no lugar de Wianey, faria totalmente diferente.Com sangue nos olhos e empesteada pela vontade e adrenalina de uma boa jornalista investigativa, pegaria a matéria com seus documentos e convocaria dois ou três advogados da empresa para o qual trabalho (e são muitos) e pediria que fizessem um parecer técnico-jurídico , esmiuçando tais documentos de cabo a rabo, sem deixar pedra sobre pedra. 
O que vemos, segundo texto acima, é que preferiu dizer que não "tem formação técnica" para interpretar o assunto. Mas assim é fácil-facílimo fazer jornalismo. Difícil mesmo é correr atrás, pesquisar, "perder" tempo investigando e aprendendo. Aposto que em meia hora de conversa, qualquer advogado competente conseguiria explicar para Wianey de forma didática e simplificada o conteúdo dos documentos.

Mas para isso, tem que querer. Tem que estar a fim. Tem estar comprometido com a informação.
O que parece não ser o caso de muitos profissionais da imprensa gaúcha.
Caberia a Wianey, se não tivesse preguiça, mudar o panorama dos emails ofensivos que recebeu e virar o jogo. Quem sabe se com dedicação e vontade para desvendar a informação ele não faria com que a pressão "indecorosa" que o público faz sobre os jornalistas deixasse de existir.
Quando o público está satisfeito com a qualidade do produto que recebe, é difícil haver contestação. Se o jornalista sabe do que está falando e consegue esclarecer o seu cliente, o mesmo não terá muita munição para disparar contra o inimigo.
Mas a culpa toda é da tal de adrenalina! Graças à ela, a vida é dura! Até mesmo para jornalistas que apreciam mais ficar o dia todo sentado em frente ao computador a ter de ir garimpar notícias no calor gaúcho de 40 graus.
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Jornalista

Um dos argumentos de alguns isentos peso-pesados para desqualificar as informações postadas aqui no blog sobre o "ótimo" negócio entre os colorados e a AG, foi de que o texto seria de uma pessoa que não tem formação em Jornalismo (no caso o seu Algoz). Até nisso eles tiveram dificuldade de entendimento. Seu Algoz foi apenas o veículo que postou o texto. O post pertence a muitas pessoas, as informações foram garimpadas por vários e o texto finalizado por muitas mãos, por muitos blogueiros. Os louros são de muitas pessoas que participaram da operação.
Além disto, quem foi que lhes disse que não há jornalista na jogada? 
Eu, Pitica, sou jornalista formada na PUC-RS com registro profissional. Trabalhei em um dos maiores veículos de comunicação do estado (em tamanho) e outros mais .Só saí porque vi como fazem "jornalismo" e estava cansada de ganhar pouco, o que é a regra.
Será que agora, sabendo desse detalhe, a informação tornar-se-á verdadeira e terá credibilidade?
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Adendo do seu Algoz

Dois jornalistas diplomados, um do Correio do Povo e outro da Band, notórios por serem mais torcedores do timinho do que profissionais do jornalismo tentaram desqualificar o post no twitter e nos jornais e rádios em que exercem sua torcida (duplamente?) remunerada.
Hoje no Sala de Redação foi mais um festival de desinformação e chororô. O condutor do programa chegou a afirmar que "nenhum jornalista falou ou escreveu que a Arena não é do Grêmio". Rá rá rá.

Hoje publiquei o seguinte twitter:
Agora complemento.
O Brasil é o único, único eu falei, país do mundo que exige diploma para alguém exercer a função de jornalista. Claro que por esta razão, o Brasil é o país que faz o único jornalismo sério e confiável sobre a terra. América do Norte e Europa tem um deserto de informações.
Quando o nível do debate chega a este ponto só dá para dizer o seguinte:
- Oh seu jornalista. Não me faz te pegar mais nojo ainda.

23 de janeiro de 2014

A Lua no céu e o Luan no chão

Grêmio 2 x 1 Lajeadense

Pré jogo

O jogo no chiqueiro do Novelhaco rendeu 4 baixas. Parabéns ao charmosão que começou com perna quebrada, jogo adiado e outras maravilhas.
De curiosidade o Everton, que me parece o mais promissor dos jogadores que estarão em campo.

Primeiro tempo: 1 x 0

A primeira boa notícia foi a visão da grama verde ao contrário do marron do final da temporada.

O Grêmio começou tomando a iniciativa mas sem conseguir criar chances importantes no ataque. E aos 19 minutos o Lajeadense foi o primeiro a chegar com perigo.
Até os 25 minutos de jogo, o Grêmio marcava a saída de jogo do Lajeadense que, com isto, encontrava muita dificuldade para jogar. Da metade em diante do primeiro tempo, talvez pelo calor, esta marcação diminuiu e o time adversário começou a criar jogadas na frente e a dominar o jogo. Teve duas chances razoáveis para marcar mas não conseguiu. Numa delas Follmann saiu mal, de novo.
Então aos 37 minutos, em um contra-ataque, Guilherme Amorim deu um grande passe para Breno que entrava área à dentro. O lateral bateu forte rasteiro para dentro da pequena área, onde encontrou Everton muito bem posicionado para fazer o 1 x 0. 
Um detalhe importante do gol mostra que este jogador de 17 anos é diferenciado. Ele corria lado a lado com o zagueiro. Quando chegou na risca da pequena área travou enquanto o zagueiro continuava correndo para dentro do gol. Com isto ficou sozinho para receber e tocar a bola para dentro.
Do gol até o fnal do primeiro tempo, o Grêmio voltou a controlar o jogo, com mais uma ou duas chances razoáveis para marcar.
Um primeiro tempo de um jogo razoavelmente bom, com desempenho bem melhor dos garotos se comparado ao jogo de domingo no chiqueirão infernal do time de aluguel do Novelhaco.
Destaque para Breno, Moisés (bem no desarme), Jeferson, Everaldo e especialmente Everton.


Segundo tempo: 1 x 1

Aos 2 minutos do segundo tempo Luan mostrou que tem grande velocidade. Saiu bem atrás e chegou na frente do zagueiro. Este ainda se recuperou e mandou para escanteio. Todos viram, menos o juizão.

No minuto seguinte Follmann fez boa defesa.
Perdendo o jogo o Lajeadense tomou a iniciativa e passou a atacar com certo perigo. 
Os garotos tocavam bem a bola mas não conseguiam dar prosseguimento às jogadas no ataque.
Logo Mabilia tirou Everaldo e colocou Canhoto.
Com a substituição, o Grêmio voltou a melhorar na partida, segurando mais a bola no ataque e criando algum perigo.
Aos 24 minutos Luan fez boa jogada mas parou na zaga.
O Lajeadense não conseguia levar muito perigo.
Aos 28 minutos Luan fez jogada espetacular, driblou quase todo o time do Lajeadense mas errou o gol batendo pelo lado.
Um minuto depois Follmann falhou duas vezes. Na primeira Thyeri salvou. Na cobrança de escanteio ele não saiu e saiu então o gol improvável de empate.
Aos 40 minutos Luan entrou a drible de novo e sofreu o pênalti. Canhoto bateu aquelas cobranças em que o goleiro nem sabe onde foi a bola.

O final do jogo foi sob pressão e com os meninos fazendo muitas faltas pela falta de experiência. Mas tiveram raça para segurar a vitória.

.....

Um jogo bom. O Lajeadense está se preparando para o campeonato há 3 meses enquanto os guris começaram no dia 5 de janeiro.

Em alguns momentos a falta de experiência apareceu e quase complicou a vitória.
Um estádio de classe com uma grama decente mostrou, ao contrário de domingo, que há jogadores neste time que tem muito futuro. 

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Como jogaram

Follmann: Boas defesas no primeiro tempo mas uma saída em falso. Duas saídas em falso resultaram no gol do Lajeadense. Não está aproveitando a chance para mostrar que é confiável.
Spessato: Boa atuação. Não entendo como nunca se firmou nos times médios e pequeno em que jogou.
Thyere: Tem futuro, embora uma rebatida estranha no começo do jogo.
Cleilton: Um pouco baixo para zagueiro mas não comprometeu.
Breno:
Este tem futuro. Sabe jogar fácil.
Moisés: Gostei. Firme no desarme. É um carrapato.
Guilherme Amorim: Um passe espetacular para o primeiro gol do Grêmio.
Jeferson: Movediço, rápido. Bom jogador.
Luan: Muito marcado pouco fez no primeiro tempo. Cresceu muito no segundo tempo, sendo um dos melhores do time. Ou melhor: o melhor!
Everton: O melhor do time no primeiro tempo.
Everaldo: É forte. Se coloca bem. Pode ser um bom reserva para as eventualidades.
.....

Canhoto (Everaldo): Entrou bem. Joga fácil. E bateu muito bem o pênalti.

Mateus Barbosa (Jeferson): Não rendeu como o titular.
Ângelo (Moisés): Sem tempo.

Marcelo Mabília: Deu confiança aos meninos. Armou bem o time.
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Arbitragem: Diego Almeida Real, auxiliado por João Lúcio Junior e Elio Nepomuceno Jr. - Bela atuação.

O papo furado do Hernández: A Fábula do palhaço excitado!

O picadeiro até pode ser do palhaço, mas o circo tem dono, ou A Fábula do palhaço excitado!

O palhaço, antes de tudo, é um ser arrogante, ele se acha o mais importante no circo, ele se acha dono do circo, crê, em sua fantasia desvairada, que o circo só existe porque ele existe.
O palhaço, galhofeiro, apenas cumpre o seu papel dentro do picadeiro, faz os outros rirem.
Achou, o palhaço, que o circo era seu, bastou uma lona nova para o palhaço se sentir importante, bastou o mesmo circo, remendado, sediar um espetáculo, para o palhaço e sua trupe, sempre arrogante, tripudiarem! Gritavam que o circo era seu, que o circo havia feito o melhor negócio dos últimos tempos, falavam ainda, o palhaço e seus asseclas, que o circo não precisou trocar de lugar, seguiria sendo onde sempre foi.
Porém o palhaço sabem muito bem que não manda no circo, mas, como eu falei anteriormente, o palhaço é arrogante, se acha dono de tudo, fala que pode entrar no picadeiro a hora que quiser, pois seria, segundo palavras do próprio palhaço, o dono inconteste do circo inteiro.
Os asseclas do palhaço, tão palhaços quanto ele, não acreditaram nisso, falam pelos salões (onde geralmente existem mais de 1000 palhaços, que o circo é deles, sim! Aí entram todos os tipos de teorias, vociferam que o contrato é o melhor possível, que é tudo lindo e maravilhoso, que o circo é o mais moderno, que a lona nova é linda e por aí vai.
Porém, todo palhaço tem um coração amargo, e ele descobre isso mais hora menos hora, o palhaço mor descobriu, mas para não admitir que o circo não lhe pertence, fica na dele, ataca a arena, acha um jeito de falar mal do Grêmio, quando na verdade é só mais um frustrado que descobriu que nesse circo todo, ele é só um palhaço, ocupa o picadeiro só quando é necessário, geralmente para cumprir seu propósito, fazer os outros rirem...

22 de janeiro de 2014

Cresce a "família" Brio S.A.

O post de ontem, analisando documentos que têm fé pública e mostrando faces nunca reveladas pela grande mídia do contrato entre o pessoal do aterro e a AG, agitou as mídias sociais. De um lado, houve quem gostou de ser informado de fatos mantidos abafados por conivência, desinteresse ou omissão da imprensa local. De outro, houve choro e ranger de dentes. Não faltaram nem mesmo jornalistas e torcedores para expressar dúvidas sobre a veracidade de documentos ungidos com fé pública ou da exatidão dos termos neles lavrados. Aqui, um registro, temos a íntegra de todos eles. Talvez sejam disponibilizados no futuro. Ao final, o esperado aconteceu: silêncio absoluto nos veículos de comunicação comerciais. Parece mesmo ser tema proibido nas redações.

A matéria foi reproduzida em outros canais alternativas (blogs, facebook etc), fazendo a festa dos seus mantenedores. Recordes de page views foram quebrados, mesmo em sites bastantes populares. Enfim, a égua foi lavada e enxaguada. Restabeleceu-se a verdade. Não restou pedra sobre pedra da versão viciada vendida no atacado.

O episódio não deixou de ter também, pelo menos, uma passagem cômica: a manifestação enciumada de um blogueiro. Já era esperada.
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Mas...
Ah, as coincidências! Hoje, o dia amanheceu com uma delas. Estão publicadas nas páginas 31, 32 e 33 da Zero Hora, para quem quiser ler, em letras bem miúdas, para ninguém ler, diversas atas de reuniões da SPE Holding Beira-Rio S.A. Para que o leitor tenha ideia sobre o que estamos falando, reproduzimos abaixo a imagem digitalizada de uma das páginas.


Leitura impossível? Nós lemos. Iniciamos na madrugada para ver o que continham. Uma das atas relata reunião realizada no dia 16 de outubro de 2013. Traz uma informação útil para aquele contingente que se agarra apenas às informações que saem nos jornais de grande circulação. Apenas para ilustrar, restou-nos mostrar três recortes, compondo a totalidade da referida ata, e transcrever parte do seu conteúdo .




A Ordem do dia da reunião referida diz:
Deliberar sobre: (a) a constituição de sociedade por ações, a ser denominada BRIO Imobiliária S.A. (“BRIO Imobiliária”), que será responsável, em conjunto com a Companhia ou isoladamente, pela operação das seguintes atividades vinculadas ao Complexo Beira-Rio: (i) de Catering (alimentação e bebidas) nos bares e restaurantes atualmente existentes e/ou a serem criados no Estádio Beira-Rio; (ii) das áreas de lojas do Complexo Beira-Rio; e (iii) do edifício garagem;

Assim, fica demonstrado, uma vez mais, aos incrédulos quem irá explorar estas áreas do "novo" estádio. A Andrade Gutierrez, dona da dona do estádio, criou a empresa Brio Imobiliária S.A. para tratar disso. Registre-se: a concessão engloba também os bares e restaurantes já existentes. Já os eventos, as suítes, Cadeiras VIP, publicidade, Naming Rights e Sector Rights seguem, com a SPE Holding Beira-Rio S/A, subsidiária integral da AG.

Podem continuar rangendo os dentes.

21 de janeiro de 2014

Mentira: braços longos e pernas curtas

Nada como o tempo e o seu efeito de clareamento sobre as coisas. Passaram-se os meses e, finalmente, poderemos saber um pouco mais sobre o misterioso negócio celebrado entre o pessoal do aterro e a empreiteira Andrade Gutierrez. Fizemos esta pesquisa por dois motivos: 1) porque a imprensa esportiva gaúcha não tem "interesse" em fazer; 2) porque o pessoal da lona está muito excitado, falando para os vizinhos que o "novo" estádio é deles, que eles sim são ricos e patati patatá. É preciso restabelecer algumas verdades.

Mas, vamos com calma, porque há muitas informações interessantes para compartilhar.
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Capítulo 1: Os braços longos

Durante os últimos meses, foi feito um árduo trabalho para falsear a verdade no que diz respeito aos termos do "negócio Beira-Rio". Na carona, críticas cerradas e sistemáticas à Arena do Grêmio. Isso disseminou-se em manifestações de profissionais de boa fé ou engajados, como pode-se ver abaixo.


 Clique na imagem para acessar o original.




No site oficial do clube, a verdade é mostrada pela metade.


Em manifestações públicas de dirigentes, o discurso ensaiado e a mentira repetida a la Goebbels. Exemplos podem ser lidos aqui e aqui.

Esta é uma amostra pequena diante da enxurrada que lemos e ouvimos mês após mês. Nos jornais, nas rádios e tevês e nas mídias, não houve dia em que eles não foram exaltados e o Grêmio diminuído em função dos negócios dos estádios.
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Capítulo 2: As pernas curtas

O trabalho de investigação que é publicado abaixo, apoiado em documentos irrefutáveis, tem o intuito de trazer a público fatos reais que têm sido escamoteados, ocultados, falseados, por uma ação de comunicação orquestrada e avassaladora. Os documentos mostrados não podem ser desmentidos. O que o leitor vai ler é a verdade oficial, porque provada com documentos que têm fé pública. O rei está nu e cru.

Quem é quem nesse negócio

1. O timinho: conhecido por demais pela arrogância e pela pretensão de ser melhor em tudo. Dispensa maiores apresentações, pois já existe há 7 anos. Nos documentos, é citado como "Proprietário".
2. A Andrade Gutierrez, ou AGuma conhecida empreiteira de obras que teria aceito, segundo a imprensa, um péssimo contrato, curvando-se à habilidade negocial do presidente Luigi. É de fato e principalmente de direito, como será demonstrado abaixo, quem vai dar as cartas no Aterro pelos próximos 20 anos, por meio da sua controlada
3. A Brio, a "Superficiária": é a subsidiária criada pela AG para administrar o estádio. Mais que isso, hoje e pelos próximos 20 anos, é sua proprietária, como também será comprovado abaixo.
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Conhecendo a "Superficiária-camaleão"

A "Superficiária" do Beira-rio (versão Phipha da Arena Porto Alegrense) é uma espécie mutante e movediça. Nasceu em Belo Horizonte, onde tem os amigos mais íntimos. É de lá o endereço que faz constar em contratos. Mas também pode ser apresentada como moradora do Shopping Praia de Belas ou do bairro Independência, em Porto Alegre. Na verdade, é uma empresa com DNA de camaleão: nasceu em fevereiro de 2010 como SMGA Participações S/A. Em setembro do mesmo ano, travestiu-se de Pumari Participações S/A. Finalmente, para atender um negócio de ocasião, em março de 2012, trocou o nome para SPE Holding Beira-Rio S/A (Brio, para os íntimos). É com esta alcunha que vai fazer a exploração comercial do "novo" Beira Rio. Mais informações sobre a empresa podem ser obtidas no link das demonstrações financeiras daqui.

Mas, de quem é a SPE Holding Beira-Rio? A SPE Holding Beira-Rio é 100% da AG, a Empreiteira. Vejam informações sobre a propriedade da empresa na imagem abaixo, retirada do link acima.


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Sobre o Direito de Superfície

Para entender os negócios realizados, é preciso discorrer, ainda que rapidamente e sem a profundidade que nos isentaria da crítica dos advogados, sobre o conceito de "Direito real de superfície" (DRS).

O direito de superfície é o direito que uma pessoa física ou jurídica adquire sobre coisa alheia e tem por principal característica o poder explorar economicamente o bem objeto da transação. Tem como efeito destacar a propriedade do solo da propriedade da superfície. Tudo o que for existente e construído na superfície durante a vigência do DRS, pertence ao proprietário superficiário.

O direito de superfície não se confunde com o arrendamento. Aquele é uma relação de direito real, enquanto o arrendamento é uma relação de direito obrigacional. O arrendatário não é dono da coisa arrendada, enquanto o superficiário é dono da propriedade superficiária.

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Pai, o Beira-Rio é deles e a Arena não é nossa?

Calma filho! O teu tio co-côlorado que falou isso está muito excitado. Um e outro negócio tem exatamente o mesmo mecanismo. A Arena Porto Alegrense é a superficiária da Arena do Grêmio e a SPE Holding Beira-Rio (ou Brio) é a superficiária do estádio reformado. Se eles dizem que a Arena não é do Grêmio, não podem dizer, sem que estejam mentindo, que o remendado é deles.

Vejam nos documentos abaixo que foi constituído direito real de superfície sobre o estádio e também sobre o edifício garagem. O mesmíssimo mecanismo da Arena. Só depois de ficar tudo prontinho, no padrão Phipha, e a obra, finalmente, estiver pronta para a Copa das Confederações a Copa do Mundo, começa a contar o prazo de 20 anos para eles receberem o estádio e o edifício garagem de volta.

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Então, pai, a Brio é dona do Remendão?

É e não é, filho. Já não é tão dona, por um detalhezinho. Para a AG ter dinheiro e conseguir comprar as lonas e os materiais para fazer o puxadinho, a Brio cedeu os direitos sobre o estádio e o edifício garagem para três bancos: BNDES, Banco do Brasil e Banrisul. Isso está tudo registrado no R.22 da matrícula do imóvel.




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Mais detalhes do negócio

Além da matrícula do imóvel, o blog obteve outro documento importante: a escritura que descreve a entrega do estádio e do edifício garagem para a Brio. Vejam, abaixo, algumas informações adicionais.
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1) O documento: a "Escritura Pública de Constituição de Direito Real de Superfície e Outras Avenças" foi firmada entre o timinho e a Brio, em 19/03/2012. Nela estão registrados vários detalhes do negócio e, juntamente com a matrícula postada acima, esclarece aspectos nunca divulgados pela imprensa, por simples desinteresse em pesquisar assuntos relativos a este negócio. Talvez seja mais um caso de "respeito ao clube". Como se vê, pelo critério de propriedade que eles usam para a nossa Arena, o "jovem" Beira-Rio não é mais deles há bastante tempo: desde 19/03/2012 é da Brio, que é 100% da AG e que cedeu os direito de exploração para três bancos.


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2) O passado condena: a doação do terreno pela Prefeitura está registrada também neste documento. Mamando nas tetas gordas dos governos desde sempre.



3) E as receitas vão para... Belo Horizonte: O acordo firmado para a reforma do aterro estabelece que muitas receitas geradas no estádio irão para Belo Horizonte, cidade sede da Brio e da AG, para nunca mais serem vistas. A informação do site oficial, mostrada acima no Capítulo 2, "Braços longos", não esclarece isso. Pelo contrário, tenta confundir, não particularizando as receitas perdidas. Senão, vejamos. São cedidos a "Superficiária" (leia-se Brio) os direitos de exploração comercial (entenda-se as receitas) relativos a eventos, às áreas das lojas, suítes, Cadeiras VIP, publicidade, Naming Rights, Sector Rights, serviços de catering (alimentação) e do edifício garagem. A escritura também é clara sobre quem administra o estádio (vejam referência clara à realização de eventos). Quando se disse que as receitas dos naming rights não são deles? E as do aluguel das lojas de alimentaçao (catering)? E do edifício garagem e etc?




4) Para que não restem dúvidas: o documento pisa e repisa, que o direito de superfície carrega consigo os direitos de exploração comercial e que estes são da Brio e de ninguém mais.







5) Nada a reclamar (e nem a receber): ao contrário do Grêmio (que receberá 65% do lucro obtido pela Arena Porto Alegrense), os brilhantes negociadores nada receberão dos lucros obtidos pela Brio durante 20 longos anos.



6) Dúvidas são tratadas em SP: Quem não ouviu alguém dizer que, no contrato do Grêmio, até as discussões teriam forum fora do RS? O contrato deles é igual. Os litígios são tratados pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá.

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Capítulo 3: Palavra final

Então é isto, caros leitores. Esperamos ter contribuído para acabar com esta fantasia plantada dia e noite ao longo dos últimos meses. Plantada pela direção do timinho e regada abundantemente por setores engajados ou distraídos da imprensa gaúcha. Nas mais diversas mídias, se repetiu à náusea que eles tem um estádio moderno que é deles.

A verdade verdadeira é que a Arena e Beira-Rio são negócios idênticos no que tange à propriedade dos estádios: ambos contemplam a cessão do direito de superfície. Nada há que nos diferencie neste ponto. Os dois clubes só poderão considerar-se donos ao término dos contratos. Mas há, sim diferenças fundamentais nos dois negócios:
  1. A Arena do Grêmio é um estádio novo e o mais moderno do Brasil. O Beira-Rio é uma reforma bem meia boca.
  2. O direito de superfície dos morangos é irretratável e irrevogável. Se quiserem sair desta antes de completar 20 anos, só com a concordância da AG/Brio. Já o contrato do Grêmio com a OAS dá o direito ao tricolor de opção unilateral de resgatar o direito de superfície antes dos 20 anos.
  3. Ao contrário do propalado aos quatro ventos, a proprietária do remendão do aterro hoje é a Brio, que alienou a propriedade para três bancos. É ela quem deixa, ou não, os sócios entrarem.
  4. Além disto, por força da chamada "alienação fiduciária do DRS" aos bancos, todo o remendão, e respectivos frutos (direito de exploração comercial, inclusive dos setores destinados aos sócios morangos) garantem os financiamentos bancários. Em tese, se houver inadimplemento e essa garantia for executada, o timinho terá que pagar para os sócios, incluindo cachorros, entrarem no estádio nos dias de jogos. É bom pararem de dizer que o negócio foi péssimo para a Brio e torcerem pra que dê certo.
  5. Last but not least, muito antes pelo contrário, o Grêmio levará para casa parte majoritária dos lucros auferidos pela nossa superficiária, os 65 % previstos em contrato. Enquanto isso, do lucro obtido pela Brio, o pessoal da lona não verá sequer o rastro.
Tudo diferente do que está escrito acima, que você lê, ouve ou enxerga na tv é fruto, de um lado da arrogância de dirigentes despreparados e com claros sintomas de complexo de inferioridade, e de outro da subserviência e cumplicidade de jornalistas mais interessados, por qualquer razão que seja, em defender interesses de instituições do que em estabelecer a verdade. Ou, o que é um pouco menos grave, de jornalistas preguiçosos que não lançam mão da investigação como instrumento de trabalho e passam a vida repetindo o que recebem como prato pronto.

20 de janeiro de 2014

Jogando sobre a grelha

No mundo feminino isso é muito comum. E posso afirmar para todos: é de chorar de dor.
Do que estou falando? De bolhas, senhores! Bolhas nos pés. Quem já teve uma bolha d'água causada por fricção de calçado, sabe o quão doloroso é.
Não lembro de algum homem da família se queixando de bolhas nos pés. Pela comodidade do calçado masculino, é mais difícil de acontecer. É um misto de ardência e dor lancinante.
Lembro de um dia ter saído com uma sandália, e no meio do passeio ter de parar, tirá-la e lacrimejar sentada em uma mesinha de bar. Claro que tive de correr atrás de curativo na farmácia mais próxima para tentar conseguir chegar o mais rápido possível em casa.

Não, não estou desviando o foco do jogo de ontem. Os meninos não jogaram bem. Faltou articulação no meio campo e os jogadores do São José se impuseram na marcação. Na minha opinião, estes foram os principais pontos do jogo de ontem que nos levaram à derrota. Era visível a força física superior das cobras criadas do lado adversário. Também acho que houve falha do goleiro Follmann no gol (ele diz que teve desvio da bola) e da zaga que deixou a bola quicando na área para o inimigo mandar uma bomba. Mas a derrota deve ser debitada na conta de todos.
Então, pelos comentários de muitos leitores estamos de acordo que o time não foi bem. Ponto.


Assim são as bolhas causadas por queimadura.
Mas daí a crucificar os meninos, dizendo que nenhum presta e que não jogam nada, desculpem, mas é corneta pura. Alguém tem noção do que é jogar em uma temperatura de 67 graus centígrados em um campo de borracha, pisando num braseiro, onde a bola quica e muda de direção sob um sol torturante? Na sala do meu apto com ar-condicionado ligado, eu suava assistindo a partida. Considero isso uma desumanidade. Não tem cabimento em pleno século XXI, submeter pessoas a tal sofrimento. Por que esse jogo não foi marcado para depois das 20 horas? A TV que colocasse outro jogo no lugar.
Após o jogo, o técnico Mabília declarou que já no intervalo, alguns jogadores pediam para serem substituídos porque não aguentavam a dor das queimaduras na sola dos pés. "Ah, Pitica, cansei de jogar no calorão em campo sintético e corria como uma lebre." Tá bom, jogavas em alto nível contra mangolões que jogam há meses nesse tipo de gramado e já tem pata de cavalo de tão cascuda que deve ser a sola dos pés acostumadas que estão com a fervura do "gramado"?
Gramado, aliás, que é mais uma ideia brilhante do "dono" do São José, o senhor Noveletto.

Por favor, isso não existe no futebol profissional. É várzea pura.
Agora, a partir desta segunda-feira, vamos ver o que restou da aventura de ontem para escalar o time para a próxima partida. As notícias são de que apenas dois jogadores gremistas não tiveram queimaduras e bolhas nos pés. E sabemos que bolhas demoram pelo menos uma semana para sarar.
Esse é o Gauchão "charmoso" e bem planejado pela "competente" Federação Gaúcha de Futebol.

19 de janeiro de 2014

Um começo nada charmoso

São José 1 x 0 Grêmio 

Pré jogo

O Noveletão é todos contra todos na primeira fase. Mas algum esperto, para não chamar de idiota, dividiu os times em dois grupos. Pode, portanto, numa situação extrema, acontecer o seguinte: os 4 times de um grupo passar para as fases finais com zero ponto ganho.

Então este é o campeonato que alguns querem levar à sério.
Eu fora.
Eu quero ver os guris que estão chegando, subindo da base. É bom ver as promessas e o que elas podem vir a render.
Para isto é bom este torneio inicial de cartas marcadas.
E é assim que vou encará-lo.

Primeiro tempo: 1 x 0

Sessenta e sete graus centígrados era a temperatura do "gramado" quando iniciou o jogo. O Novelhaco deve estar contente com esta várzea.

E os primeiros 17 minutos até a pausa para tomar água refletiram a situação do campo e do tempo. O São José tomava a iniciativa mas sem levar perigo. O Grêmio não conseguiu fazer uma única jogada de ataque.
Aos 17:30 minutos a primeira grande jogada. Everaldo se livrou de três na linha de fundo e cruzou rasteiro para a pequena área. Mamute chegou 1 segundo atrasado e perdeu o gol.
Aos 21 minutos Everaldo, de novo, deu uma bela assistência para Breno que bateu na rede pelo lado de fora.
Luan fez bela jogada individual e bateu forte de fora da área raspando o gol aos 27 minutos.
Follmann fez uma lambança aos 30 minutos mas Moisés salvou no risco do gol. Na jogada seguinte uma bomba e a bola passou no meio dos dedos do Follmann. Gol do São José quando o Grêmio estava melhor.
Com o gol o time parou de jogar e nada mais aconteceu no primeiro tempo.
Primeiro tempo, aliás, que terminou antes dos 45 minutos. O juizinho é morango mazembado e se esforçou para mostrar isto.
De positivo Everaldo com três boas jogadas.

Segundo tempo: 0 x 0

O time voltou igual e antes de primeiro minuto uma grande triangulação entre Everaldo e Breno resultou em um chute forte raspando o travessão. Quase o empate.
Aos 7:20 minutos grande jogada de Luan quase resultou em empate. Na cobrança do escanteio quase gol de Everaldo.
Everton, que havia entrado no lugar de Mamute fez bela jogada e deu uma pancada de fora da área para grande defesa do goleiro. Eram 19 minutos.
Seja pelo calor ou pelas modificações o time deu uma parada e não conseguia mais criar nada. O São José, com vantagem no marcador, também não estava muito preocupado e o jogo foi se arrastando.
Aos 36 minutos Tinga falhou feio e quase saiu o segundo.
Aos 41 minutos Ângelo errou o gol por ser fominha. Tinha dois livres no meio sem goleiro mas ele preferiu um chute tosco para fora.
E foi isto.
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Pouco se pode falar de um jogo em um gramado de plástico e com temperatura de quase 50 oC. É outro esporte. As mesmas regras, a mesma bola, mas as condições de jogo são bem diferentes. Então, não dá para cobrar muito.
O time teve mais chances mas não fez. Não tem o que chorar.
Dos novos, deu para ver que os zagueiros são calmos. Breno mostrou que joga fácil. Luan deixou a desejar mas mostrou que tem boa técnica. Moisés foi bem mas me pareceu franzino para um volante.

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Como jogaram

Follmann:  Duas falhas no primeiro tempo. Uma resultou em gol.
Tinga: Algumas jogadas de efeito mas pouca objetividade.
Thyere: Firme.
Canavesio: Rebateu mal no gol lance que resultou em gol do São José.
Breno: Não apareceu no primeiro tempo. No segundo fez algumas boas jogadas na frente.
Moisés: Bem na marcação.
Matheus Biteco: Um pouco enfeitado demais para o meu gosto.
Jeferson: Desaparecido.
Luan: Uma boa jogada no primeiro tempo. Outra no segundo. Todos esperavam mais.
Yuri Mamute: Estranhamente jogou quase de volante. Talvez por isto não rendeu nada.
Everaldo: Boa movimentação no primeiro tempo. Saiu no início do segundo tempo.
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Ângelo (Everaldo): Entrou mas não apareceu a não ser para perder o gol de empate.
Everton (Mamute): Um belo chute de fora da área.
Guilherme (Matheus Biteco): Não apareceu.

Marcelo Mabília: Errou nas modificações, especialmente quando tirou Everaldo.

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ArbitragemLuís Teixeira Rocha, auxiliado por Marcelo Barison e Júlio Cesar dos Santos - Inverteu algumas faltas. 

18 de janeiro de 2014

Daniel Matador: Que os jogos comecem

Caros

Os jogos foram as atividades mais importantes do calendário religioso romano. Anteriores à instituição da República em Roma, os jogos (ou ludi, em latim) começaram a se realizar em virtude do triunfo de algum general em determinada guerra ou batalha específica. Tanto que muitas vezes tais eventos eram encenados nas arenas. No período republicano, os jogos mais importantes eram realizados em homenagem a Júpiter Optimus Maximus, denominados os Grandes Jogos, tendo a duração de quinze dias. Além destes, havia também os fúnebres, herdados da tradição grega. Eram realizados no Fórum Romano, por ocasião da morte de algum personagem importante, e neles organizavam-se sobretudo lutas entre gladiadores.

Gladiador era um lutador treinado na Roma antiga, geralmente um escravo. O nome provém da espada curta usada por este lutador, o gladius. Eles enfrentavam-se para entreter o público e o duelo só terminava quando um deles morria ou ficava ferido a ponto de não poder mais combater. Nesse momento do combate o encarregado de presidir os jogos (quase sempre um imperador, senador ou figura importante da República) decidia se o derrotado morria ou não, frequentemente influenciado pela reação da plateia. Os jogos eram uma das faces mais visíveis da chamada política do “pão e circo” que Roma utilizava para manter seus cidadãos entretidos e não preocupados com o governo. Nas épocas de crise, uma tradicional frase proferida em uma arena lotada tinha o poder de estancar revoltas populares que estivessem crescendo. Ao subir na tribuna, o imperador proferia as épicas palavras: “Que os jogos comecem”! E tudo passava a fazer sentido para o povo de Roma, que novamente via em ação os gladiadores na arena.

O futebol parou no mês passado, os estádios não recebem mais público há algumas semanas e os ânimos parecem estar tão exaltados como se estivéssemos prestes a eclodir uma revolta popular. Durante o período de paralisação, notícias pipocavam sobre contratações, dispensas e tudo o mais que pudesse ser associado à vida do Grêmio. A torcida tricolor possui a peculiaridade de, em sua ampla maioria, acompanhar a vida do clube de uma forma intensa. Não foi diferente durante os dias em que a bola não rolou. Só que a falta de um gol, de um carrinho, de uma cobrança de falta e até mesmo de uma cobrança de pênalti acirrou os ânimos de tal maneira que somente uma coisa poderá aplacar novamente a ansiedade gremista: um jogo do Grêmio.

Na Roma antiga existiam os jogos menores e os grandes torneios. Obviamente que os melhores gladiadores tinham o direito de disputar as grandes lutas e aos menos capazes restava lutar nas arenas da periferia romana, muito mais modestas, contra adversários também mais desqualificados. Pois no futebol este ano não será diferente. Assim como teremos o filé, no caso a Libertadores da América, também teremos a carne de pescoço, no caso o “charmoso” Campeonato Gaúcho. Apenas algumas equipes terão o privilégio de disputar a mais importante taça continental, o tricolor entre elas. Já outras terão de se contentar em pisar no chão duro dos estádios do interior, pois será só isso que terão. O Grêmio enviará sua equipe de juniores para representá-lo nestas primeiras rodadas, a fim de que possa melhor preparar-se para a Libertadores. Contudo, esta equipe formada por garotos entrará em campo trajando o manto azul, preto e branco. Mesmo disputando um certame menor, será o Grêmio pisando o gramado novamente, depois de um tempo que pareceu uma eternidade.

Esqueça-se o período sem bola. Finde-se o tempo sem futebol. Encerre-se a época sem gol. Neste domingo o Grêmio entra em campo para jogar novamente. E a torcida estará junto com o Grêmio, onde o Grêmio estiver. Não importa contra quem seja. Não importa onde o jogo aconteça. Não importa o horário da partida. Não importa quem sejam os jogadores que estejam perfilados para honrar nossas cores mais uma vez. Tudo que importa é que o Grêmio vai jogar de novo, e nossa torcida e esperança estarão lá. Que os jogos comecem!

Saudações Imortais

17 de janeiro de 2014

Um dia mais do que especial

Hoje a grande maioria dos tricolores lavou a alma.
Ouso dizer que 99 % dos leitores do blog lavaram a alma, os pés, a cabeça e os países baixos.
E qual a razão?
Penso que não preciso dizer.
A razão atende por um nome: Nestor Hein.
Há tempo, há muito tempo, acho que desde sempre, o Grêmio pratica a fidalguia no trato com seus oponentes. O Grêmio, ao contrário de outros, vê os oponentes como adversários esportivos, não como inimigos.
Já muitos clubes menores não conseguem ter este discernimento entre uma coisa e outra. Constroem suas histórias movidos pela inveja, pelo rancor, pela baixaria.
O timinho por exemplo. São numerosos os sujeitos sem nenhuma classe ou educação que já o dirigiram. Como consequência até nas vitórias, ao invés de a festejarem, tratam de lembrar e tripudiar aqueles que lhe machucam os calos.
O Grêmio tem sofrido calado sistematicamente estas agressões. Ano sim, outro também. É uma piadinha aqui. Uma provocação ali. Mesmo nos momentos mais solenes. Arigatô, só para dar um exemplo, foi no jantar de aniversário do timinho o ano passado representando o Grêmio. Teve o dissabor de ouvir piadinhas desrespeitosas. Questão de nível.
Segunda o técnico do timinho e ontem seu glorioso presidente Gigio Unhas de Cristal resolveram alfinetar o tricolor em horas em que deveriam estar pensando apenas no seu clube.
Hoje Nestor Hein respondeu. Vou transcrever para ficar nos anais.
Nós, da direção do Grêmio, não nos pronunciamos sobre questões ligadas ao Internacional, porque é um clube respeitável, que não merece provocações baratas, que ficam para mesa de boteco. Mas o presidente do Internacional está sendo imprudente. É um clube que já foi para a segunda divisão por não pagar contas. Há um mês, pediu suplementação orçamentária e retirou porque nem os conselheiros concordaram. O palhaço Bozo e o Orlando Orfei ficam excitados quando chega uma lona nova. Quando chega uma lona nova, o palhaço fica excitado. A ociosidade é irmã da leviandade. Como o presidente do Internacional disputa apenas um título regional, ele tem tempo para fazer gracinha. Mas nem a torcida do Inter merece isso.
Nada mais precisa ser dito, a não ser agradecer ao vice-presidente pela coragem de repor as coisas no seu devido lugar.

O movimento paredista do Bom Senso e a Massa de Manobra

*Texto do leitor Guaru

Com o advento da Revolução Industrial no século XVIII, a relação entre o capital e o trabalho mudou drasticamente. As antigas corporações de ofício deram lugar a ambientes fabris, onde a tecnologia era empregada para a rápida transformação da matéria-prima. Os donos do capital dominaram os meios de produção e tiveram uma ampla oferta de mão de obra. Para equilibrar um pouco esta relação, os trabalhadores se organizaram em associações, cujo objetivo era a busca dos mais básicos direitos relativos à dignidade da pessoa humana. O movimento paredista, ou greve, era a arma do trabalhador na luta por seus direitos.

Três séculos se passaram e a greve se modernizou. São raras as oportunidades em que observamos os trabalhadores se unindo e realizando greves para ganhar um pouco mais que o salário mínimo, ou terem seus direitos básicos respeitados. A greve 2.0 serve para a elite dos trabalhadores, em especial, aqueles oriundos da Administração Pública, direta ou indireta.

O ano de 2013 nos rendeu algo novo: o Bom Senso Futebol Clube. A elite do futebol brasileiro se reuniu em busca de “um futebol melhor”. O contexto social atual no Brasil é propício para os que querem reclamar, ao velho estilo “Se hay gobierno soy contra”. Mas a elite do futebol teria que conquistar o povo. Para isso mostrou, entre outras, as seguintes bandeiras: “Ingressos mais baratos” e “Respeito ao Torcedor”.

Deu certo! Os minutos de protesto foram sucesso na maioria dos estádios. Raras foram as vaias.

Esse ano o movimento ousa. Fala-se em greve. A grande bandeira é o “fair play financeiro” e a “revisão do calendário”. Ou seja, querem receber mais, em dia e jogar menos.

O torcedor é apaixonado pelo clube. Respira o clube. Veria futebol de segunda a segunda. Gostaria que o clube fosse rico, mesmo que tenha que arrancar de seus bolsos para bancar o clube. Além disso, acha que os salários são absurdos e que um calote em alguns "faz-nada" seria bom.

Mas, mesmo que involuntariamente e de forma contraditória, aquele torcedor-médio que citei no último parágrafo está apoiando a greve. Aplaude tudo isso, afinal, é por “um futebol melhor”. É a famosa massa de manobra, cuja força é indispensável para a consecução dos objetivos do movimento.

Se há dúvidas que os interesses são egoístas, vejam as greves na Espanha e Argentina. O torcedor nunca foi beneficiado. Os jogadores franceses também pensam em parar, a bandeira é a luta contra os altos impostos cobrados pelo governo (afinal, querem ganhar rios de dinheiro e serem tributados como assalariados).

Mas fica a questão aos atletas do Bom Senso FC: será mesmo que a população sentirá falta de vocês em caso de greve? O caos de ficarmos sem uma rodada no final de semana não daria lugar a outros hobbies ou outros esportes?

Nossa paixão é pelo clube, esteja ele representado pelos astros ou por amadores barrigudos. Somos fanáticos pelo Grêmio, independente até mesmo do esporte: prefiro ver o Grêmio em campo jogando Rúgbi, do que a seleção brasileira na Copa do Mundo.