É 2008 ou 2080?

Outro dia, comentei: olhando o último jogo do Grêmio no Brasileiro 2007, via em campo apenas 2 jogadores para figurar num time que se quer competitivo para 2008. Não verei mais. Tcheco foi e, anuncia-se, William vai. As notícias dizem que teremos um time jovem e rápido. Não basta. Tem que ser, antes de qualquer outro predicado, um time bom.
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Além deles, foram: Saja, Patrício, Pereira, Galatto, Sandro e Tuta. Nada excepcional. Outros devem ir. Nada excepcional.
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Vêm Peter, Júnior, Victor e Tadeu. Nada excepcional.
Tem, ainda, Rodrigo Mendes, que ainda não jogou.
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Especula-se com Danilo, Hugo, Gallardo, Cavenaghi, Rivaldo...
Fala-se em Soares, Leandrão, Baiano, Otacílio Neto, Ruy, Leonardo, Diogo, Jean...
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Enquanto desfiam rosários de jogadores, resta-nos esperar para ver como fica. Eu, particularmente, prefiro deixar assim. Por enquanto.

Vira e mexe...

... a verdade aparece I.

Você certamente já ouviu falar do Etoile du Sahel.
Não? Como não?
O Etoile du Sahel é o poderoso campeão da Tunísia.
Localizou agora?
Não? Como não?
Escuta essa: o espetacular Chuchuca do México (também não sabe quem é? clica aqui), foi eliminado da Copa Toyota no Japão por esse outro poderoso.
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... a verdade aparece II.

Essa você já ouviu falar: o timinho vai ter apenas 10 dias para se preparar para o "grande torneio de Dubai", enquanto os times da Europa vão estar no auge da temporada. Não ouviu? Você é surdo, certo? Mas, se chegou até aqui, sabe ler. Então vamos lá: na tarde de sábado, um apresentador da Rádio Gaúcha entrevistava o jogador Ewerthon, do Stuttgart. No meio da entrevista, o jogador disse: "Vamos entrar em férias no dia 15 de dezembro. Nos reapresentaremos no dia 03 de janeiro e vamos embarcar direto pro torneio."

Assim? Das férias direto pro torneio? Sem treino nenhum?
Claro que o repórter não perguntou isso. Eles não poderia perguntar. Afinal, você não deve esquecer: o timinho vai ter apenas 10 dias para se preparar para o "grande torneio de Dubai", enquanto os times da Europa vão estar no auge da temporada.

A Arena sai?

Há fortes indícios de que a resposta é sim, mas a caminhada será um pouco árdua. Há muito ponto para ser amarrado. Há muito prego para ser pregado.
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Veja abaixo a maquete dos 2 projetos em estudo.
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Projeto da TBZ - Local: Estádio Olímpico.
Clique na imagem para ampliar


Projeto da Odebrecht - Local: Bairro Humaitá.
Clique na imagem para ampliar
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Enquanto isso, ouve-se aqui e ali que o Galinhão (a versão do Cheira-rio enfeitado com penas) enfrenta problemas. Pra variar, querem invadir mais áreas públicas e, de quebra, avançar sobre a calçada da Padre Cacique. Um absurdo.

Clique aqui, para ver post sobre o "projetinho".
Coisa mais mimosa.

Mistério

Uma coisa não foi possível entender: se a Grêmio Empreendimentos pode esperar e Odone fica até a metade do ano que vem, por que criaram aquele tumulto político em julho deste ano, indicando Antônio Britto para presidente?

Rescaldos

Primeiro a manchete:

"Fragilidade do timinho condena Timão ao rebaixamento"

Sim, porque eles se esforçaram, fizeram o que puderam. Clemer (aprendiz de Doni), como sempre faz, quase dividiu a bola com o Paulo Baier, na ânsia de impedir a derrota. Mas ontem o bandeirinha viu e o árbitro não permitiu a irregularidade. Queriam de todo modo o dinheiro "limpo" do bicho extra do Corinthians. Assim, dando o máximo de si, o timinho perdeu para o quase rebaixado Goiás. Que grupo de craques, senhores! Que grupo!
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A coisa pro lado deles fica assim:
Se correr, o bicho pega...
Há quem quer acreditar que a derrota foi proposital. Se foi, é preocupante. Eu não quero no meu time um grupo (Que grupo!) de jogadores que perde um jogo de forma proposital. Porque isso depõe contra o caráter do grupo (Que grupo!).

Se ficar, o bicho come.
Mas, se não perdeu propositadamente e levando amasso do Goiás, o que os espera no futuro? O Gauchão 2008 promete muitas emoções.
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No Olímpico:

O que se viu foi um Grêmio apático, desinteressado, em ritmo de férias. Olhando para o gramado, fiquei imaginando o time para 2008. De todos aqueles que estavam em campo, consegui escalar 2: William e Tcheco. Tcheco pode estar indo embora. Tinha, então, um zagueiro para começar a montar o time. Afora ele, não estiveram em campo Saja, Teco e Eduardo Costa. Anderson Pico, Danilo Rios e Rodrigo Mendes são incógnitas.
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Aliás, Anderson Pico poderia ser testado como atacante de chegada pela esquerda, uma espécie de Carlos Eduardo. Tem vigor físico, dribla e chuta forte. Quem sabe?
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Alguns dos demais servem como reservas. É preciso trabalhar muito e logo. Chega de times provisórios a espera de "amorosos".
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Exageros:

5 milhões de euros por Diego Souza é demais. Trata-se de um jogador um pouco acima da média, nada mais do que isso. 2 milhões está bem pago.
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Agora, o grande exagero é a multa rescisória do Lulinha: US$ 50 milhões. Este é um delírio que ajuda a explicar a queda do time paulista.
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Ranking

Adivinhem! Final de ano, acabou o campeonato, o ranking da CBF deve ficar assim:
1) Grêmio (nada pode ser maior) = 1.978 pontos
2) Corinthians = 1.938 pontos
3) Vasco = 1.928 pontos
4) Flamengo = 1.918 pontos
5) São Paulo = 1.879 pontos
6) Atlético MG = 1.868 pontos
7) Palmeiras = 1.840

É por isso que a gente diz: Nada pode ser maior.

Reflexões sobre a corda bamba

Futebol é uma caixinha de surpresas.
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Está todo mundo posicionado. Até parece cobrança de escanteio. É não. Firmam posição sobre a possível queda do Corínthians. Quase todo mundo querendo, muito poucos não desejando.
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Confesso que cheguei a pensar que seria bom. Mas também confesso que, quando vi o desespero vertendo na face das pessoas no final daquele jogo contra o Vasco, fiquei compadecido. Safado tem lá, como em todos os lugares. Mas os olhos indefesos para o céu, as preces mudas, os pais afagando os filhos pequenos, para aliviar preventivamente a dor futura e profunda que os ameaça... Isso não tem em todos os lugares.
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Não creio em jogo arranjado. Pode haver desinteresse, mas em derrota deliberada não acredito. Nem aqui, nem lá em Goiás, onde o time da casa é favorito. O Goiás teria menos chances se pegasse, por exemplo, o Veranópolis. Mas contra "eles", pode conseguir um triunfo. Tantos já o fizeram.
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Jogo arranjado? Mano não permitiria isso, mesmo que não fosse sua despedida. Podemos perder, como perdemos para o Figueirense. Mas deveremos ganhar, como ganhamos de quase todos.
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Há quem tenha raiva de paulistas e por isso quer a queda do time que um dia foi de Roberto Rivelino. Esquecem que os paulistas, a maioria deles, vai estar eufórica se o Corínthians cair: são-paulinos, palmeirenses, santistas... Capaz até de o Burricy trocar de chiclete, só pra festejar. Esta raiva, então, está mal focada e não pode motivar o desejo.
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Outros têm raiva específica do Corínthians. Isso é caso pra analista e disso não me ocupo.
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Não posso deixar de pensar em outra tristeza imensa vivida neste 2007 por outra torcida apaixonada: a do Santa Cruz do Recife, ao ver seu time rebaixado para a Série "C". Será 2007 o ano das paixões massacradas?
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O Grêmio caiu e voltou. E voltou campeão, voltou fazendo história. Voltará o Corínthians? Cair não é o principal da questão. É apenas o início. O voltar é que é. E nisso, há uma diferença crucial entre nós e aquele posicionado à beira do precipício: o Corinthians não é, como nós, imortal. Voltará?
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Vou a campo, como sempre fui: querendo vitória do meu time. Se mais não seja, porque a bola rola para todos e o futebol, senhores, é uma caixinha de surpresas.
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Mas os olhos vazados pelo desespero não me saem da retina.