2 de setembro de 2008

O plural é muito melhor

Agora, vamos sair para enfrentar o Fluminense. O Rio de Janeiro tem sido muito feio. Foram três jogos sem pontuar. Vamos de novo. Roth não disse muito claramente a que vai: "Com a vitória do Palmeiras, ficamos na obrigação de sair de casa e somar pontos". Foi o que ele falou. Não explicitou se o plural se referia ao próximo jogo ou a um conjunto de jogos.

Melhor que seja ao próximo jogo. Precisamos jogar para ganhar do Fluminense. Ir à casa do adversário para buscar 1 ponto quase sempre significa voltar de mãos vazias.
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Não foi jogando pra empatar que ganhamos 5 jogos fora no primeiro turno. "Quem joga pra empatar, pede pra perder", diz o dito popular. Isso não é verdade sempre, mas é quase sempre real. A razão é lógica: para um time que joga com vibração em casa, com pegada, com devotada determinação (como faz o nosso Grêmio), jogar para empatar, amorcegando o jogo, significa mudar a dinâmica do time, alterar o ânimo dos jogadores.
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"Amorcegar" significa pegar a bola e fingir desinteresse; tocar para o lado, simulando náusea. É fazer de conta que não há jogo e, de certa forma, é desprezar o adversário. Esta mudança de postura faz com que o time perca a identidade, perca o rumo e, como conseqüência, perca o jogo. Por isso, jogar para empatar é má estratégia.
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Só há um caso onde buscar o empate pode ser uma tarefa feita com naturalidade: se o time faz isso corriqueiramente, se o time sempre joga apenas para não perder. Aí, a filosofia do "jogar a não perder" está incrustado em cada célula do time. Às vezes, funciona e o empate vem.
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Não é o caso deste Grêmio. Empurrado pela torcida e moldado pelas características pessoais dos jogadores, o time vai determinado em busca da vitória. Desacelerar um time assim, significa ter que fazê-lo parar e pensar: "E agora, o que eu faço com a bola?". Isso quando o tronco e os membros estão em prontidão para buscar o gol, cercar o adversário, dar chutão (se necessário) e apressar o adversário. Quando o cérebro está dissonante com o corpo, as pernas enroscam, a bola foge e o adversário escapa. Assim lógico é o futebol. É onde pode ter lógica.
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Então, torçamos para que Roth esteja falando no plurar, pensando num jogo singular: o jogo contra o Fluminense. Só assim se poderá voltar do Rio com as mão abanando. Abanando para os perseguidores, fique claro, com os pontos no bolso.
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Ah!: "Nilmarzinho quase foi", quase tem 18 letras.