31 de janeiro de 2018

Voltando

Enfastiado com o TRI DA AMÉRICA, alô tu aí, faz menos de dois meses que o Grêmio, sim, o GRÊMIO, foi campeão da América, entrei em férias, viajei e olhei o futebol com apenas um olho. O outro estava ocupado com vinhos, cervejas, serra, mais serra, arborismo e tudo de bom que a vida oferece.
Vi o primeiro jogo do torneio do Novelhaco sem prestar atenção. Assisti quase embevecido o primeiro tempo do jogo com o Caxias, ao mesmo tempo que revi os velhos erros de arbitragem invariavelmente contra o Imortal. Só assisti os primeiros 30 minutos da derrota para o Avenida. E me irritei, mais uma vez e de novo, com a patifaria que é colocar jogadores profissionais jogar bola naquelapalhaçada que é o campo do São José. Ridículo, é o menos que pode se dizer sobre o assunto.
Talvez por tudo isto não estou nem um pouco preocupado com os resultados e com a chorumela de alguns poucos otários que caem na pilha de arigós sempre a postos para criar crises no tricolor.
Bom de ver que, desta vez pelo menos, a maior parte da torcida mostrou inteligência e não deu ouvidos e muito menos repercutiu.
Acompanhei o movimento das contratações e confesso que estou satisfeito. Dentro do possível está sendo reproduzido o que deu certo: o foco é jogador bom e que não inflaciona a folha. Madson é um bom lateral. Paulo Miranda é um grande zagueiro. Sim, arigó. Ele era considerado o melhor zagueiro da Liga Europa. Saiu de jogos a -3 oC e veio para jogos a 40 oC. E jogou com a zaga protegida apenas por um volante inexperiente. Quando vier a coceira no rabo para cornetear, seguindo a pauta dos i$ento$, lembra do Geromel. Aquele que tinha nome de remédio. A troca do Edilson pelos dois meninos se mostrará altamente vantajosa. Thaciano tem tudo para deslanchar. E agora se anuncia Maicosuel. E o uruguaio Gonzalo Carneiro é altamente promissor. Considerando os meninos que chegam com mais experiência, o grupo deu uma encorpada mesmo com a saída do Edilson, do Fernandinho e do Barrios.
Este ano poderá ter mais conquistas de alto nível. Não penso que a Recopa será fácil. Ao contrário, os jogos serão contra um time que não tirou férias enquanto os nossos jogadores estarão ainda com os músculos travados. Penso que os argentinos são favoritos.
O ruralito não me interessa. Aliás, eu continuaria com o time de transição. Dando uma reforçada no sistema defensivo, é claro.
O Arigatô saiu e parece que agora ficou restabelecida a verdade da saída dele. Não conversamos ainda sobre a volta dele para o blog. Espero que volte. Não tenho certeza.
Aliás, terei que conversar também o Matador, Pitica, Talita e Maurício sobre a volta DELES para o blog. Afinal, ressaca é para chefes não para operários.
Andamos discutindo algumas mudanças. Novo layout, uma plataforma no youtube, etc. Mas até isto está parado por conta do tri da América.
Estas coisas de ganhar um título importante por ano cansa demais. Vocês não acham?

28 de janeiro de 2018

Daniel Matador - Queimando o solado na grama de plástico

São José 2 x 0 Grêmio

O potreiro sintético do Passo D'Areia foi o lamentável palco do jogo deste domingo.

Caros

Mais uma vez o tricolor foi "premiado" com um jogo em um domingo escaldante no gramado sintético do Estádio Passo D'Areia. Só quem já jogou nessa naba para saber o quanto é ruim atuar nesse tipo de piso. Principalmente para um time que está acostumado com o gramado quase perfeito da Arena. E, coincidentemente, só o Grêmio é "sorteado" para jogar durante o dia nessa engronha.


O técnico César Bueno fez algumas alterações em relação ao time de transição que vinha atuando nas primeiras rodadas do ruralito. Bruno Grassi seguiu no gol. Madson se manteve na lateral direita, enquanto na esquerda Guilherme Guedes deu lugar a Léo Gomes. Na zaga, Paulo Miranda e Mendonça repetiram a dupla que vinha atuando. No meio para a frente, Balbino, Matheus Henrique, Lima, Pepê, Jean Pyerre e Alisson completaram o time.

1º Tempo: São José 0 x 0 Grêmio 

O gramado, se é que se pode chamar aquela grama plástica disso, já começou fazendo das suas e teve que ser molhado antes do jogo para dar uma atenuada na temperatura e não queimar as solas dos jogadores, como já aconteceu em um passado não tão distante assim. Aos 10 minutos, após boa trama, Léo Gomes recebeu e disparou o sapato, com a bola passando muito perto da trave direita do goleiro do Zequinha. Aos 19, perigosa cabeçada que quase abriu o placar para o tricolor. Aos 25, boa chegada com Pepê e Lima; Alisson recebeu e tentou chutar, mas acabou nem disparando a gol, tampouco cruzando.

Aos 27, Lima recebeu na área, dominou e deu um voleio, para boa defesa do arqueiro Fábio. Pouco mais de um minuto depois, após cobrança de escanteio, Grassi defendeu uma bola que ia em gol após toque de calcanhar. Na sequência, em contra-ataque, o goleiro Fábio saiu da área e Pepê chutou de longe, mas o zagueiro do Zequinha salvou com uma cabeçada. Aos 38, outra boa defesa de Grassi, que encaixou a bola após um chute de longe. Aos 40, mais uma interceptação do arqueiro gremista em um cruzamento forte pela direita. O calor foi escaldante durante o primeiro tempo, mas o apitador não fez a parada técnica para hidratação dos atletas. A várzea continua.





2º Tempo: São José 2 x 0 Grêmio 

O time de César Bueno voltou igual para a segunda etapa. E, em menos de 2 minutos, Pepê já fazia um arremate pela direita, sendo puxado pelo marcador e concluindo mesmo assim. O árbitro nada marcou e a bola foi para fora. Aos 10, chegada perigosa do Zequinha, rechaçada pela defesa tricolor. No minuto seguinte, chute de fora da área contra as metas do goleiro Fábio, com a bola passando rasteira e indo para fora. Nesse momento, iniciou-se um TORÓ na zona norte de Porto Alegre. Mas foi daquelas chuvas de verão que só serviram pra molhar bobo, pois parou em seguida.

Aos 18, Jean Pyerre saiu para a entrada de Isaque. Eram quase 19 minutos quando, num contra-ataque, Kelvin avançou área adentro e soltou um BAGO que explodiu no travessão. Aos 21, Balbino saiu para a entrada de Ancheta. Aos 30, o árbitro marcou um toque de mão MUITO mandrake na meia-lua da área do Grêmio (Paulo Miranda estava de costas). Na cobrança, a bola desviou na defesa e o Zequinha abriu o placar. Aos 32, Ancheta quase marca um golaço. Aos 33, após jogada forte de ataque pela direita, a bola foi cruzada e o Zequinha ampliou com Rafael Goiano, que recebeu em posição duvidosa (mas, como o árbitro só marca impedimento para o Grêmio, não foi nada). Aos 40, Lima saiu para a entrada de Dionathã.





Como jogaram:

Bruno Grassi: boas intervenções no primeiro tempo. Mas é muito azarado e chama gol com impressionante facilidade. Nota 4
Madson: deu uma melhorada, mas ainda carece de mais embocadura. Nota 5
Paulo Miranda: dá uma certa estabilidade na zaga, mas costuma dar umas pixotadas tristes. Nota 5
Mendonça: é guri, faz o que pode. Nota 5
Léo Gomes: apesar de ser lateral direito de origem, costuma se dar bem quando vai pela esquerda. Hoje foi razoável. Nota 6
Balbino: foi discreto, sem muito brilho. Saiu para a entrada de Ancheta. Nota 4
Jean Pyerre: atuou com mais liberdade, criando boas chances. Decaiu no segundo tempo. Saiu para a entrada de Isaque. Nota 5
Matheus Henrique: novamente, o destaque do time. E, ainda assim, não mostrou muito. Nota 7
Lima: quase fez um belo gol. Mas não conseguiu fazer muito mais do que isso. Saiu para a entrada de Dionathã. Nota 5
Pepê: até tentou alguns avanços, mas não conseguiu superar a defesa do Zequinha. Nota 4
Alisson: um bom primeiro tempo, com várias chegadas ao ataque, mas ainda sem muita efetividade. Nota 5

Isaque: entrou no lugar de Jean Pyerre. Não fez nada de muito diferente. Nota 4
Ancheta: entrou no lugar de Balbino. Manteve o feijão com arroz, pouco melhor que seu antecessor. Nota 5
Dionathã: entrou no lugar de Lima, na finaleira. Sem nota


César Bueno: é um mistério o que fala para os garotos no intervalo, pois o time sempre volta e afunda em campo, mesmo que tenha voado no primeiro tempo. Dizem que é bom técnico, mas a amostragem é catastrófica. E nem falamos aqui de resultado, e sim de desempenho. Não vou nem dar nota pra não ficar chato.

Arbitragem: o apitador foi Érico Andrade, auxiliado por Leirson Peng Martins e Andreza Vanni Mocelin. O tal de Érico é muito ruim ou mal intencionado. Não fez a parada técnica para hidratação dos atletas durante o primeiro tempo. E olha que o calor estava de desmaiar o batista. Jogador do Zequinha recuou bola para o goleiro e ele nada marcou. Jogador do Zequinha estava claramente impedido e ele nada marcou, deixando a jogada seguir e a bola ser cruzada. Teve atleta do Grêmio com camisa sendo puxada e nem cartão foi aplicado. No segundo tempo, deu cartão amarelo para Balbino em um lance que nem falta foi. Até agora, a pior arbitragem do ruralito.

O time de transição é isso aí mesmo. Serve para revelar alguns bons talentos que podem ser aproveitados no time principal. E, sob este aspecto, cumpriu seu objetivo. Mas, sob o aspecto competitivo, deu para ver que César Bueno não conseguiu treinar bem as peças de que dispõe. E Bruno Grassi é um fenômeno, pois tem uma média de gols tomados que deve estar entre as maiores do futebol mundial. Na próxima rodada o time titular deve voltar. E aí as coisas tendem a retomar seu rumo normal.

Saudações Imortais

25 de janeiro de 2018

Avalanche Tricolor: ainda tem muita bola pra rolar neste ano

Por Milton Jung

Avenida 3×2 Grêmio
Gaúcho – Estádio dos Eucaliptos/Santa Cruz-RS


Jovem torcedor assiste ao Grêmio, em Sta Cruz (Foto  Lucas Uebel)

Esta quinta-feira é feriado aqui em São Paulo. Aniversário da cidade. Falso feriado para mim que trabalhei logo cedo no programa de rádio, que é nacional. Ainda mais com o noticiário pegando fogo e com a obrigação de explicar ao ouvinte o que acontecerá no Brasil após a condenação de Lula em segunda instância. Vale Ficha Limpa? Se vale por que se candidata? Se se candidata, o que vale? E cadeia? Só em segunda instância? Mas já foi em segunda! Mas tem recurso. Vá entender!

O futebol também é tema por aqui, neste feriado. Dia 25 de janeiro é a data da final da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Tradicional decisão que ocorre no estádio do Pacaembu. Foi meu primeiro programa esportivo quando cheguei à cidade, em 1991. Mal sabia o que me aguardava. O Grêmio decidiu o título contra a Portuguesa. E perdeu. Derrota acachapante diante de um adversário espetacular: 4 a 0. Nunca assisti a um jogo em que apesar de meu time sair derrotado e goleado, aplaudi. Para ter ideia: aquele time da Portuguesa tinha no comando do ataque um gênio da bola: Dener.

Certamente, você ouviu falar deste menino. Veloz, driblador, talentoso. Fantástico! Tanto quanto precoce. Dener foi campeão da Copa São Paulo aos 19 anos, convocado para a seleção brasileira aos 20, vestiu por três meses a camisa do Grêmio aos 22 e morreu em acidente automobilístico aos 23, quando ainda jogava pelo Vasco. Curiosamente, o único título que conquistou na vida profissional foi pelo Grêmio, campeão Gaúcho de 1993.

Naquele time do Grêmio que perdeu a final da Copa São Paulo – e de goleada – o goleiro era Danrlei, que dispensa apresentações. Enquanto escrevo essa Avalanche, olho para a camisa número 1 que está emoldurada e pendurada na parede de casa e ostenta o autógrafo do ídolo. Foi o mesmo goleiro que tive o prazer de assistir de perto caminhando com uma medalha na mão e um sorriso no rosto, no corredor do estádio do Morumbi, logo após o Grêmio conquistar o título de campeão da Copa do Brasil, em 2001.

O futebol é assim mesmo. Como a vida. Prega peças. Nos desvia do curso. Nos coloca em outro rumo. Nada do que acontece aqui – ou quase nada – é definitivo. O ídolo para o qual se projeta o paraíso, desaparece. O goleiro, envergonhado pela goleada, renasce.

Diante desses fatos, parece-me precipitado e perigoso tirar conclusões nesta altura do campeonato e acreditar que o que aconteceu nestes três primeiros jogos do Gaúcho – incluindo o da noite de ontem – sejam determinantes para o destino da maioria dos jogadores jovens ou estreantes que nos representam. Portanto, antes de opiniões definitas e decisões intempestivas, tenha a certeza de que muita bola ainda vai rolar neste ano.

No futebol, na política e na sua vida!



24 de janeiro de 2018

Time C perde fora de casa

Avenida 3  x  2 Grêmio


Primeiro Tempo:

Nos primeiros 45 minutos, o time do Grêmio teve o controle do jogo. A equipe do Avenida atacou esporadicamente. A defesa, com a volta de Paulo Miranda, mostrou mais segurança do que no jogo anterior. Do meio para a frente  vimos bom toque de bola, porém não houve um bom aproveitamento nas finalizações. Aos 35 minutos, enfim, o atacante Isaque sofre pênalti quando dominava a bola para ficar mano a mano com o goleiro. Jean Pyerre cobra com muita tranquilidade e categoria abrindo o placar para o Tricolor. O time de Santa Cruz tenta alguns chutes de fora da área mas não chega a assustar. Os meninos cumprem bem a tarefa e conseguem manter o resultado favorável para a segunda etapa.

Segundo Tempo:

Já no início do segundo tempo, o Grêmio (para variar) é prejudicado pela arbitragem com a marcação de um impedimento que não existiu .  Lima poderia ter marcado um lindo gol. O Avenida volta mais agressivo no ataque e consegue empatar aos 15 minutos. Logo depois, numa falha mortal da zaga, o Avenida rouba a bola no contra ataque , fuzila o gol de Grassi e amplia o placar. Madson quase empata em um tiro forte dentro da área. A bola bate na trave e sai, assustando o goleiro.
O jogo parecia se encaminhar para a vitória do time do Avenida, mas em cobrança de escanteio o goleiro sai mal e Paulo Miranda de cabeça fulmina para dentro do gol  aos 45 minutos. Um minuto depois, o adversário passa à frente de novo. A bola desvia na defesa e engana Bruno Grassi.
Fim de jogo.

Como jogaram:

Bruno Grassi: talvez tivesse que sair da meta no primeiro gol do Avenida. Nota: 5
Madson: um bom primeiro tempo. Nota: 6
Mendonça: razoável. Nota: 5
Paulo Miranda: bom primeiro tempo. Falha mortal no segundo. Nota: 5
Guilherme Guedes: algumas boas jogadas. Nota: 6
Balbino: discreto. Nota: 6
Matheus: talento emergente. Bem. Nota: 7
Jean Pyerre: outra jóia a ser lapidada. Nota: 7
Isaque: fez a jogada do pênalti. Nota: 6
Lima: da turma dos talentosos. Nota: 7
Pepê: futuro promissor. Nota: 7

Thaciano: sem tempo. Sem nota.
Alisson: sem nota.
Thony Anderson: sem nota.

Arbitragem: Daniel Bins, auxiliado por André da Silva Bitencourt e Mateus Olivério Rocha.

22 de janeiro de 2018

Avalanche Tricolor: jovens, aprendizes da vida

Por Milton Jung


Grêmio 3×5 Caxias
Gaúcho – Arena Grêmio

IMG_0783
                                          Os guris da VivoKeyd em foto da Riot Games


Foi um sábado destinado aos mais jovens. Todos envolvidos em competições e com seus desafios próprios. Fui observador (e torcedor) em todos esses momentos, mesmo porque, por mais que creia na longevidade que me será oferecida, já passei dos tempos em que era um jovem competidor. Não me incomoda esse fato, posso lhe garantir, caro e raro leitor desta Avalanche. Pois vivi intensamente aquela fase, seja no futebol seja no basquete – neste por muito mais tempo. Em uma ou outra modalidade, dediquei-me a vestir a camisa do Grêmio, do colégio Rosário, no qual estudei boa parte da vida escolar, e do Rio Grande do Sul, nas poucas oportunidades para as quais fui convocado. Jogos e títulos perdi muito mais do que ganhei. Experiência e valores para a vida, ganhei muito mais do que desperdicei.

Logo no início da tarde de sábado, estive no estúdio em que foi disputada a partida de abertura do CBLol2018, competição nacional de League of Legend, a mais proeminente modalidade de e-Sports que temos notícia. Se duvida no que escrevo, arrisque assistir às transmissões ao vivo no canal SporTV, sábados à uma da tarde. Você vai se surpreender. É só deixar esse preconceito besta de lado. A cada ano que passa – e eu os acompanho ao menos há quatro – é melhor, maior e mais confortável a estrutura oferecida aos pro-players, que são os atletas que formam cada uma das oito organizações credenciadas a disputar o título nacional da “primeira divisão”.

Prometo que não me estenderei em explicações sobre o assunto, pois temo perder a atenção do leitor que caiu neste texto acreditando que falaríamos só de futebol. Mas devo dizer que minha presença na competição eletrônica justifica-se pelo envolvimento de meus dois filhos na atividade, um como jornalista e admirador e o outro como “head coach” (sim, eles costumam ser chamados assim em vez do nome em português para a função). Esse último é um dos comandantes do time favorito ao título de 2018 e estreou com uma “sonora vitória” – como descreveu o site do SporTV. Deixou-me feliz e me deixará mais anda se seguirem nesta toada, pois ainda lembro dele e seus comandados – muito já em outros times – tristes e com lágrimas nos olhos quando perderam a final do ano passado, no primeiro semestre.

É sempre melhor ver jovens sorrindo e satisfeito com suas conquistas. É revigorante. Pois sabemos que para conquistarem o direito ao sorriso, muitos passaram por dificuldades, às vezes tiveram de dar as costas à família que não entendia sua opção de jogar em lugar de se formar doutor, sofreram em treinamentos exaustivos para melhorar a técnica e o físico, se frustraram ao não serem chamados para compor o time principal, caíram em depressão com a crítica contundente ou choraram diante da derrota.

Na minha segunda etapa como observador (e torcedor), diante da televisão onde o Grêmio se apresentava com sua equipe de garotos, os sentimentos de alegria e tristeza se misturaram. Via-se o sorriso dos guris quando seguiam em direção ao ataque; quando conseguiam se livrar do adversário com a bola grudada no pé ou uma gingada de corpo; quando deixavam o companheiro mais bem colocado para o gol. O sorriso era gigantesco na comemoração do tento: e sorriram assim por três vezes, todas no primeiro tempo de partida.

No entanto, a alegria de jogar bola se desfez a medida que o adversário reagia, empatava, virava e ganhava a partida. Um dos nossos chorou antes de deixar o gramado. Saiu com a camisa escondendo o rosto. Outros devem ter acordado neste domingo sem ainda entender o que aconteceu? Talvez estejam com vergonha de sair de casa. De trocar mensagens com os amigos no WhatsApp. E temem pelo que ouvirão de seus superiores na volta aos treinos. Sem contar o que estão ouvindo nas redes sociais de gente incapaz de perceber que eles são apenas jovens diante de enormes desafios. Jovens em busca de afirmação, obrigados a tomar decisões, carregar nossas pretensões e amadurecer muito antes do que cada um de nós. Simplesmente, jovens. Que vão vencer, sorrir, perder, chorar. Vão viver!

O importante é que sejam capazes de aprender com cada um desses momentos. Se conseguirem, não perderam. Aprenderam. É o que desejo, tanto aos jovens que saíram vencedores, no Lol, quanto aos que sentiram o dissabor da derrota, no futebol.