3 de novembro de 2007
Aírton, o "Pavilhão"
Ficha
Nome: Aírton Ferreira da Silva
Nascimento: 31 de outubro de 1934, Porto Alegre (RS)
Período no clube: 1954 a 1967
Posição: Zagueiro
Data da homenagem: 21/09/1996
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Títulos
1956 a 1960 – Pentacampeão da Cidade e do Estado
1962 a 1967 – Hexacampeão do Estado
1962 – Campeão do Troféu Atenas, Campeão do Troféu Salônica
1962 – Campeão Sul-Brasileiro Invicto
1964 – Campeão da Cidade
1965 – Campeão da Cidade
Na Seleção Brasileira:
1956 – Campeão Pan-Americano
1960 – Vice-Campeão Pan-Americano
1964 – Vice Campeão da Taça das Nações
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Aos 13 anos de idade, jogando na ponta-direita do Força e Luz, um menino esguio, filho de um sapateiro, chamava atenção pela técnica apurada. Aos 20 anos, com um 1,87 metros e porte físico avantajado, se transformara em center-half, o nome como eram conhecidos os volantes antigamente. Suas atuações exuberantes chamavam a atenção de quem o via atuar.
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Segundo se conta...
Era uma vez em Porto Alegre, um center-half de 20 anos que se preparava para entrar em um cinema, acompanhado da namorada, no mês de junho. Talvez enquanto a moça escolhia balas para degustar durante o filme, seu namorado foi abordado por 2 emissários do Grêmio. A proposta era excepcional: além de um bom salário, incluía um automóvel. Nenhum jogador de futebol que atuava no RS possuía carro naquela época.
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Segundo também se conta...
Era uma vez 1954, ano de inauguração do Olímpico Monumental. O Estádio da Baixada, antiga casa tricolor, localizado onde hoje é o Parque Moinhos de Vento, havia sido desmanchado. As tábuas da arquibancada estavam disponíveis. Na negociação com o Força e Luz, além de um valor em dinheiro, foi entregue aquele lote de madeira. Este fato valeu ao jogador contratado o apelido de Aírton “Pavilhão”.
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No Grêmio, o técnico Oswaldo Rolla, passou a escalá-lo na zaga central, ao lado de Ênio Rodrigues (também oriundo do Força e Luz). Foi uma zaga que marcou época. Marcador implacável, impunha-se também no cabeceio, mas principalmente pela técnica refinadasimaa, com a qual defendia a cidadela tricolor. Sua marca registrada era o “passe de letra”ou “de charles”. Aírton carregava a bola para perto da bandeirinha de escanteio, arrastando com ele os atacantes adversários. Lá chegando, subitamente posicionava a bola do lado de fora do pé esquerdo e a impulsionava com o peito do pé direito para as mãos do goleiro ou para outro companheiro de equipe, para deleite da torcida e espanto dos atacantes que pensavam tê-lo encurralado.
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Dizem que um passe de letra, num treino da seleção brasileira, lhe custou a convocação para a Copa de 62, disputada no Chile. Aymoré Moreira, o técnico, não gostou de ver um zagueiro fazendo aquilo e o excluiu do grupo. Aírton deve ter adorado, porque...
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Avesso a aviões, ele não acompanhava a delegação gremista em viagens aéreas curtas. Quando o Grêmio atuava no interior do RS, em Santa Catarina ou no Paraná, enquanto a delegação voava, ele seguia de ônibus ou de carro. Seu pânico por aviões era imenso. Na vitoriosa excursão gremista à Europa (1961), Aírton alegou problemas médicos e pediu dispensa. A Direção não lhe deu ouvidos e ele estava no grupo que brilhou nos gramados do Velho Continente.
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Após marcar Pelé com maestria, Aírton foi jogar no Santos (1960). Sem oportunidade para mostrar seu futebol (o Santos tinha Mauro Ramos), preferiu retornar ao Grêmio, sagrando-se Hexacampeão Gaúcho (1962-1967). Há quem diga que o verdadeiro motivo foi outro: aquele Santos de Pelé viajava demais. E, quase sempre, de avião.
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Durante 13 anos, Aírton “Pavilhão” foi o principal jogador do Grêmio. Foi o melhor zagueiro gaúcho de todos os tempos e um dos melhores do mundo. O "zagueiro que driblava" marcou 120 gols na carreira.
Em 1967, com 33 anos, tendo vencido 12 campeonatos gaúchos em 13 disputados (marca nunca igualada), com uma distensão na virilha que limitava seus movimentos, Aírton despediu-se do Grêmio, indo atuar no Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre. Posteriormente, foi convidado para ser técnico e zagueiro no Cruz Alta, onde se aposentou em 1971.
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Em pé: Orlando, Ênio Rodrigues, Ortunho, Arlindo, Élton e Aírton.
Agachados: Marino, Gessi, Juarez, Milton Kuelle e Vieira.
Na memória tricolor, porém, Aírton Ferreira da Silva nunca parou. No dia 04/08/2004, nos exatos 50 anos da estréia com a jaqueta imortal, Airton foi homenageado pelo Grêmio. Antes de jogo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro, o "Pavilhão" foi recebido no gramado do Olímpico, onde Luiz Felipe Scolari lhe entregou uma placa alusiva à data e uma camisa número 3 do Grêmio, com seu nome gravado. A torcida aplaudiu de pé o gênio da bola e gritou seu nome em coro, como se tivesse acabado de assistir um gol de letra.
Muito obrigado Airton “Pavilhão” Ferreira da Silva.
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Adílson, Aírton, Alcindo, Altemir, Ancheta, André Catimba, Áureo, Baltazar, Calvet, China, De León, Dinho, Edino Nasareth Filho, Ênio Rodrigues, Espinosa, Fernando Kroeff, Foguinho, Iura, Jardel, João Severiano, Juarez, Leão, Luis Eduardo, Marino, Mauro Galvão, Mazaropi, Milton Kuelle, Oberdan, Ortunho, Pingo, Renato Portaluppi, Sandro Goiano, Sérgio Moacir Torres, Tarciso, Valdo, Zinho.
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2007-11-03T00:40:00-02:00
Arigatô
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