5 de novembro de 2007

Crônica de um desastre previsível



Sábado, 03/11/2007, 17:00 horas
Antes de seguir para o estádio, lembro o meu irmão, pelo MSN, que o Figueirense é um time "murrinha". As lembranças que tenho dele no Olímpico não são agradáveis. Mas isso é só uma lembrança.
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Sábado, 03/11/2007, 18:15 horas
O jogo começa. Há algo no ar. Pela primeira vez no ano, considerando Libertadores e Campeonato Brasileiro, levanto quando o jogo começa, para começar a ganhar no grito, com sempre fazemos, e... Tenho que sentar. Sou um dos únicos em pé.
Sento e fico olhando ao redor. Aquilo não é normal. Quando está "a fim", como sempre esteve neste Brasileiro, a massa tricolor assiste o jogo em pé. E não só "em pé": em pé, subindo no assento da arquibancada. Não parecia, como era, um jogo decisivo para os interesses do Grêmio. Havia algo no ar.
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Sábado, 03/11/2007, resto do jogo
O que se viu foi o time dos últimos meses: um grupo com pouca qualidade. Mas havia uma novidade: uma absoluta falta de vontade, de garra. A pergunta que não me saiu da cabeça durante todo o tempo foi: "Será que o Diego Souza já está acertado com outro time?" Ele troteou o tempo todo. O Grêmio não marcava no campo adversário, como nos melhores momentos da Libertadores e, o pior, marcava mal no campo de defesa.
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Com a bola, o time não tinha alternativas. Sem Tcheco, a jogada aérea (que vinha salvando), não existiu. Bustos e Sandro Goiano passaram a tarde-noite dando chuveirinhos inconseqüentes.
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Léo Lima, Douglas, Amoroso, Kelly, Rodrigo Mendes... As contratações para o ataque vêm sendo um desastre. Alguém, com poder de decisão no Olímpico, enxerga muito mal futebol. Trouxeram quem nunca jogou, mesmo quando entrou em campo, ou que sequer em campo pode entrar.
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Tuta, Marcel, Jonas e Luciano Fonseca... Os que podem entrar em campo não deveriam fazê-lo, se estamos falando de compor um ataque que não seja ofensivo apenas contra a paciência da torcida.
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Lembro dos comentários dos últimos tempos: o Atlético Mineiro (então na zona do rebaixamento), o Náutico (beirando o perigo) e o Figueirense (idem) vieram ao Olímpico e o que se disse? Ainda posso ouvir os comentaristas comentando: "O time do [Atlético] [Náutico] [Figueirense] mostrou qualidades". Ora, nos últimos jogos, o Grêmio está deixando quase qualquer um jogar. Os únicos que não "mostraram qualidades" contra nós foram eles, os moranguinhos. Aí também já seria demais.
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Com os resultados do final de semana, a classificação à Libertadores era para ser encaminhada até com certa tranquilidade. Virou epopéia. Se vier, algo de radical deve ser feito: é preciso dar um basta nos equívocos. Os escassos recursos existentes não podem ser gastos com "amorosos". Aliás, mesmo a Copa Sul-americana e a Copa do Brasil são torneios importantes. Levam à Recopa 2008 e à Libertadores 2009. Vamos precisar de time. Para montar um time, é preciso enxergar futebol com olhos de águia. Ter a visão embaçada por outros interesses atrapalha. E atrapalha muito.