No último domingo, após o nosso jogo contra o Coritiba, três pessoas foram baleadas nas imediações do estádio Olímpico. Passado o tempo necessário para que os fatos se colocassem suficientemente claros, liberando-se das versões, nos posicionamos diante deles.
Do nosso ponto-de-vista, trata-se de episódio causado por quadrilhas, que se utilizam do ambiente do futebol para exercer suas atividades criminosas. A rotulação geral e genérica (feita por alguns) de que esta ou aquela torcida, deste ou daquele clube, é violenta é desinformada ou, no mínimo, tendenciosa.
Não costumo falar de aspectos pessoais no blog. Hoje, farei uma exceção. Eu vou em todos os jogos do Grêmio no Olímpico. Não lembro o último jogo em que estive ausente. Sempre vou acompanhado do meu filho de 18 anos; quase sempre levo comigo um outro de 13 anos; muitas vezes, carrego para o estádio o caçula, um moleque de apenas 4 anos. Nunca me senti inseguro ou ameaçado, situação na qual não cometeria a loucura de expor os meus filhos a risco.
O fato ocorrido nesta semana é coisa de bandido. Bandido é assunto de polícia.
No entanto, cabe à direção do Grêmio, no mínimo, cooperar com as autoridades da segurança pública e também agir no sentido de minimizar as possibilidades de que bandidos possam se utilizar da estrutura ou de recursos da instituição Grêmio para desenvolver ou organizar suas atividades criminosas.
Noticia-se, por exemplo, que em determinados setores do estádio existe a cobrança de "pedágio" para ingresso nos banheiros. Sanitários são locais fixos. A colocação de seguranças ou mesmo uma ação conjunta com a autoridade policial pode facilmente acabar com o absurdo. Este é um exemplo de fatos relatados como práticas que ocorrem em área do clube, os quais exigem ação enérgica e constante dos homens que o comandam.
Facilitar a vida de pessoas de índole criminosa, com o intuito de obter vantagens em disputas pelo poder no clube pode ser ingenuidade ou irresponsabilidade. Nenhuma dessas palavras cabe no vocabulário administrativo de uma instituição do tamanho do Grêmio. A direção do clube tem a obrigação de extirpar do Grêmio qualquer prática que favoreça o crescimento de tumores. Quem se omitir ou se associar a eles acabará consumido por suas metástases.
Nós nos acostumamos a participar da vibração das arquibancadas. O Brasil aprendeu a admirar a torcida do Grêmio como a mais inflamada e aguerrida do Brasil. Ninguém tem procuração para se apropriar dessa riqueza.
O lema decantado sempre foi
Este é o artigo primeiro e único da Constituição da Torcida Tricolor. Para quem não sabe, todas as disposições em contrário foram revogadas.