2 de novembro de 2008

Campeonato feijão-com-arroz



O cbf-Flamengo tropeçou ontem à tarde, em pleno Maracanã, diante da Lusa de Gavilán, Jonas e Patrício. O empate em 2 x 2, foi obtido quase ao final do jogo.
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Há muito vimos dizendo: no Brasileiro 2008, não há bicho-papão. Existem 3 grupos de clubes: 1) o do topo, formado por Grêmio, Cruzeiro, São Paulo, stjd-Palmeiras e cbf-Flamengo; 2) o grupo da baba, que vai de times medianos, como Botafogo e Coritiba, até timinhos; e 3) a baba da baba, cujo exemplar mais reluzente é o Atlético Petralha.
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No topo, os times se equivalem. Não há nenhum time melhor do que o Imortal. E aí entra o detalhe desprezado: era fazer o feijão com arroz e a festa estaria garantida. Este campeonato se ofereceu para a equipe que fosse a mais organizada, a mais disciplinada taticamente, aquela que fizesse o óbvio temperado com o simples ou, até mesmo, o óbvio sem tempero.
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O resultado da última quarta-feira foi desastroso. Não tanto pelo 0 x 3, mais por ter escancarado que o nosso comando não sabe porque fizemos um primeiro turno arrasador. Após diversas experiências mal sucedidas, era hora de mostrar que as lições são aprendidas. A escalação da quarta mostrou o contrário.
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Bradamos que a hora era de retornar a escalação da campanha mais espetacular de todos os tempos em primeiros turnos. Mas o tapume ou a teimosia não o deixam enxergar o óbvio. Roth foi criticado pela imprensa por ter deixado o Foca no banco, em outra passagem pelo Monumental. Talvez por isso, tenha receio de retirar Douglas Costa do time e renovar o rótulo de ser contra jovens talentos. Pessoas que se preocupam demais com a biografia, acabam por não ter convicções.
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Hoje, contra o Figueirense, seguiremos nossa viagem de nau sem rumo, tiroteando ao sabor dos experimentos. Assim vai Roth, cavando a sua e a nossa sepultura.
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O campeonato não está perdido. Os fatos que se repetem me fazem crer nisso. Nenhum time vem atuando com a firmeza que faz um campeão inexorável. Nisso residem nossas chances de botar a mão no caneco. Com um sprint final, branqueia o olho da gateada.
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A taça já esteve no armário. Era só passar a chave, mas resolvemos colocá-la de volta no saguão da disputa. Se, finalmente, conseguirmos conquistá-la, não terá sido por causa do Roth, mas apesar do Roth.
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Vamos para outro jogo que se insinua arriscado. Vejamos o que a noite nos reserva.
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P.S. (10h15): Leio no Globo.com que Roth destaca três pontos essenciais para a queda de rendimento do Grêmio:

Ele destaca três pontos essenciais: a quebra de seqüência em uma formação titular, o maior estudo por parte dos adversários e a presença de jovens atletas na equipe.

Vejam que ou ele consegue ver algo ou alguém cochichou os motivos pra ele. Em qualquer das hipóteses, ele pode ter consciência (ainda que tardia ou enfiada cérebro a dentro) do que aconteceu com o time. Então, salta aos olhos a incompetência: dois dos três motivos (a quebra de seqüência em uma formação titular e a presença de jovens atletas na equipe) são fatores que dependem exclusivamente dele para acontecerem ou não. Mas, claro, é do seu perfil psicológico não assumir responsabilidades e repassar a culpa pelo fracassos.