Grêmio 1 x 2 Aimoré
O tricolor foi até o Vale do Sinos para jogar no histórico, porém acanhado, Estádio Cristo Rei, casa do Índio Capilé, o Clube Esportivo Aimoré, onde Felipão iniciou sua carreira como zagueiro. A lotação do estádio inclusive não pôde ser completa por conta de algumas restrições das autoridades, que liberaram apenas parcialmente o local. Não fosse isso, a torcida gremista teria sido ainda maior. Afinal, o Vale do Sinos é predominantemente tricolor. Foi a primeira partida sem o ex-capitão Barcos, que fechou um negócio da China e foi ganhar uma bufunfa violenta lá no oriente. E o time do alvi-azul tinha na casamata o técnico Paulo Porto, que é matreiro e manja dos paranauê.
Além de Barcos, o tricolor também tinha a ausência de Araújo, que não teria como jogar por haver sido expulso no jogo da primeira rodada contra o União Frederiquense. Por conta disso, Felipão teve que mexer em algumas posições do time. A defesa foi formada por Grohe, Galhardo, Rhodolfo, Marcelo Oliveira e Júnior. Assim como no jogo anterior, Marcelo Oliveira está quebrando um galho na zaga até que Erazo e Geromel estejam à disposição. O equatoriano entrou no BID e deve estar disponível para o próximo jogo. Já Geromel deve demorar um pouco mais, talvez retornando no final deste mês. Rhodolfo herda a braçadeira de capitão. Nas laterais, Galhardo manteve-se como titular na direita, mas Marcelo Hermes deu lugar a Júnior, que teve grande destaque na campanha da Copa São Paulo de Juniores. Pelo que já acompanhei, Júnior demonstra ser tecnicamente superior a Hermes, principalmente no apoio.
Daí para frente o time teve Arthur, Fellipe Bastos, Luan, Douglas, Lucas Coelho e Marcelo Moreno. Assim como Júnior, Arthur também teve uma destacada participação na Copinha e ganhou sua chance no time. Douglas fazia sua reestreia no time. Coelho e Moreno ganharam a missão de mostrar trabalho com uma nova configuração de ataque.
Primeiro Tempo
Grêmio 0 x 2 Aimoré
Não tinham transcorrido nem 2 minutos de jogo e, após uma bobeada violenta do meio campo que proporcionou um contra-ataque do Aimoré, Mikael tentou cruzar, a bola desviou na zaga tricolor e enganou Grohe, abrindo o placar para o índio capilé. Aí o time da casa armou um ferrolho atrás que impedia os avanços gremistas. Aos 14 Galhardo cobrou um escanteio que só não foi gol olímpico porque Marcelo Pitol salvou. Na sequência, após cobrança de novo escanteio, Rhodolfo emendou uma bicicleta que levou perigo. Aos 23, grande jogada de Júnior pela esquerda que acaba em escanteio.
Aos 26 Douglas cobra falta venenosa e Moreno cabeceia para Pitol fazer uma defesaça. Aos 28, cobrança de falta de Galhardo também levou muito perigo. Aos 42, o zagueiro do Aimoré rateia e a bola sobra para Coelho, que acaba chutando por cima do travessão. Na sequência, o time da casa levou perigo em um lance de Mikael, que também chutou por cima. No último lance do primeiro tempo, já nos acréscimos, o jogador do Aimoré acerta um chute de fora da área que ele nunca mais acertará novamente na vida e marca um golaço. E o juiz encerrava a primeira etapa, que mostrou um desempenho nada bom do time tricolor.
Segundo Tempo
Grêmio 1 x 0 Aimoré
No intervalo, Felipão botou Matías Rodriguez no lugar de Arthur, deslocando Galhardo para o meio. Também botou Everton entrou no lugar de Lucas Coelho. Aos 10 minutos, Bastos pegou um rebote e mandou de peito de pé, porém Pitol defendou no meio do gol. O time continuava sem soluções, até que aos 18 minutos Lincoln entrou no lugar de Douglas. Aos 26, Luan recebeu passe primoroso de Everton, limpou e chutou. A bola desviou no zagueiro e enganou o goleiro, descontando para o tricolor.
Um minuto depois, Lincoln deu um passe longo para Everton, que quase empatou. A entrada de Lincoln mudou o jogo. O guri era incisivo, driblava, ia pra cima, dava peitaço. Aos 36, Moreno tentou uma bicicleta, porém mandou por cima. Aos 40, o autor do primeiro gol, Mikael, fez falta por trás e foi corretamente expulso. Aos 43, Viana deu um carrinho violento em Galhardo e também foi expulso corretamente. A partir daí o jogo já mostrava só o Grêmio atacando e o Aimoré defendendo-se do jeito que dava. O juiz deu 6 minutos de acréscimo por conta da cera descarada feita principalmente pelo goleiro Pitol. Mas não adiantava mais nada a essa altura e o Aimoré vencia a partida.
Como jogaram:
Grohe: sem culpa no primeiro gol, falhou no segundo. Já havia tomado um gol semelhante no amistoso contra o Cascavel. Apesar do efeito, era uma bola defensável.
Galhardo: assim como no jogo contra o Cascavel, deixou o atacante chutar uma bola na quina da grande área. Rendeu um pouco mais na meia cancha.
Rhodolfo: um dos poucos que se salvou. Firme como sempre.
Marcelo Oliveira: os gols não passaram diretamente por ele ou por Rhodolfo. Foi razoável.
Júnior: confirmou grande parte do que já havia mostrado na Copinha. É um bom lateral que, se for bem lapidado, tem muito futuro.
Fellipe Bastos: novamente conseguiu mandar bolas quase para fora do estádio. Espero que parem de dizer que ele é especialista na bola parada e que tem um chute perigoso. Aliás, Felipão faria bem ao time se o proibisse de chutar bolas a gol.
Arthur: é bom jogador, porém aparentou sentir o jogo entre os "adultos". Não mostrou a mesma performance dos juniores.
Luan: era um dos piores em campo. Dispersivo, ainda caiu na catimba dos jogadores do Aimoré. Deu uma de guri. Mas fez gol, o que sempre é um alento.
Douglas: naturalmente que a idade pesa, mas mostrou grande qualidade nas cobranças de falta. Há tempos o Grêmio não levava perigo para a zaga adversária em lances desta natureza. Sentiu a parte física e deu lugar a Lincoln.
Lucas Coelho: foi mal, não tendo conseguido levar perigo ao gol adversário. Teve a chance de empatar o jogo no final do primeiro tempo e não aproveitou. Foi justamente substituído no intervalo.
Marcelo Moreno: apático, justificou os lamentos de saudade pela saída do Pirata. Nada fez de produtivo.
Matías Rodriguez: entrou no lugar de Arthur para ocupar a lateral direita. Não fez nada de muito brilhante.
Everton: entrou no lugar de Lucas Coelho, porém sua produção não foi muito diferente.
Lincoln: entrou no lugar de Douglas para tentar dar mais ímpeto ao ataque. E conseguiu. Foi muito mais agudo e armou jogadas de perigo, inclusive resultando em gol. Mesmo tendo jogado apenas cerca de meia hora, foi o melhor em campo.
Apesar de ter tomado um gol fortuito no início do jogo e ter enfrentado uma retranca violenta após isso, o tricolor fez um primeiro tempo ruim. Após o intervalo, mesmo com as substituições, não houve maiores evoluções. O sopro de esperança ocorreu aos 18 minutos, com a entrada de Lincoln, que mudou o jogo. Mesmo assim, não foi possível furar a retranca do índio capilé, mérito também de Paulo Porto, que é um técnico competente. Felipão terá muito trabalho durante a semana para corrigir as falhas mostradas hoje. O que é uma certeza é a qualidade de Lincoln. Esse guri vai dar dos bons.
Saudações Imortais