13 de fevereiro de 2015

No caminho de Muçum, Iraí, Catuípe e Três de Maio

Eu fiquei muito, mas muito irritado com o jogo de quarta-feira. A irritação foi controlada no post pós jogo mas não no twitter. Como resultado andei mandando uns caras longe e bloqueando outros. Certamente perdi seguidores e fui bloqueado por outros. Normal. Regras do jogo. Aliás, não troco convicção por seguidores.

O motivo da irritação é óbvio e não vou mais falar sobre o jogo de quarta-feira.
A Pitica estava aqui e ficou irritada. Todos que escrevem neste blog ficaram irritados. Felipão, Rui Costa, Koff, Romildo, todos ficaram. O que nenhum dos citados acima fez, e nem pode fazer, foi terra arrasada. E há muitos motivos para não fazer terra arrasada. Vou listar abaixo.

Começo pelo menos importante, mas nem por isto menos verdadeiro. Um pouco porque os mazembados estejam piores que nós, um site do estado muito acostumado a fazer agenda negativa para o Grêmio e positiva para o cocô-irmão mostrou que a dupla sempre tem dificuldade no início do ano. E há uma razão para isto. Para quem não sabe, os clubes do interior iniciam os treinamentos em novembro e chegam em janeiro com todo o gás. Os grandes clubes do Brasil tem férias em dezembro. É quando os jogadores aproveitam para fazer tudo que não podem fazer nos outros meses. Depois tem uma pré temporada muito pequena e entram direto nos regionais. Sem fôlego, corpo duro do treino puxado e com a parte técnica e tática mal iniciada. O resultado é óbvio. Ou vocês conhecem um time que começa o ano voando?

Ah seu Algoz? Então tu achas que está tudo maravilhoso? Claro que não. Basta ler o que escrevi nos últimos posts. Mas entre estar achando que o time é uma máquina mortífera e achar que o rebaixamento está ali na esquina tem de passar antes por Muçum, Iraí, Catuípe e Três de Maio. Que alguém pense nisto sob o fogo da raiva eu entendo. Mas, passados dois dias, se o cara continua vomitando ódio de tudo e todos eu só posso indicar um psiquiatra.

Escrevi nos comentários do post anterior. Não foi Koff e também não foi o Odone quem quebrou o Grêmio. Foi a aventura da ISL. Infelizmente aquele contrato ocorreu quando pessoa sem seriedade estavam no comando. Pensavam, literalmente, serem os novos ricos. Até falcatrua houve. Contratos de altíssimos valores e com tempos de 5 anos foram celebrados. Com a falência da ISL a conta bateu na porta do Grêmio. E, podem acreditar, até hoje estamos pagando por isto. A falta de títulos, o rebaixamento de 2004 não foram por acaso. E tivemos um círculo vicioso. A falta de títulos leva à contratações caras, que levam ao endividamento. Mas para ganhar títulos não basta contratar. Nunca se deve esquecer que do outro lado há sempre outros times que também contratam e também querem o título. Algumas vezes, mesmo com todos os problemas, a grandeza do Imortal fez com que batêssemos na trave. O fracasso de um ano leva à corneta, a corneta leva à reformulações e ficamos rodando qual cachorro que tenta morder o próprio rabo.

Por conta disto penso que está mais do que na hora dos gremistas sentarem o facho. Não, abobado, não se trata de apoio incondicional. Trata-se apenas de não pensar e acreditar que temos o pior time do mundo e que voltaremos para a série B amanhã.

Mas seu Algoz, com base em que estás afirmando isto? Vou mostrar.

O Grêmio do ano passado, com todas suas carências só não chegou na Libertadores por conta daquele fatídico segundo tempo contra o Cruzeiro. Aquele jogo foi o que tirou o time do trilho.

Este ano a direção resolveu fazer o que deveria ter sido feito há muito tempo: ouvir menos as cornetas e viabilizar financeiramente o clube. Tentou-se nos últimos dois anos e, apesar do custo alto com futebol, os gastos foram muito próximos das receitas.

Este ano a primeira providência foi baixar a folha. Quem saiu?

Barcos, contestado por muitos;
Moreno, igualmente;
Pará, este nem se fala;
Bressan, reserva;
Saimon, eterna promessa com grande histórico de lesões que sempre impediram sequência;
Werley, precisa falar?
Zé Roberto, veterano e caro;
Breno, nunca confirmou;
Riveros, este sim uma perda pela personalidade;
Fernandinho, levanta a mão quem queria a permanência dele;
Dudu, muita força para acender fósforos;
Alan Ruiz, caro pelo que jogou no ano;
Maxi Rodríguez, jogador sem físico de atleta e sem noção de tática.

Faltou alguém? Quem desta lista é incontestável e significa uma perda irremediável? Alguém arrisca um nome? 

Quem entrou?

Marcelo Oliveira, jogador de grupo com ótima atuação como volante outro dia. Não jogou mal uma única partida. Mostra liderança.
Erazo, o melhor do time na quarta-feira.
Galhardo, pela amostra muito melhor do que qualquer lateral direito que passou pelo Grêmio nos últimos anos.
E, finalmente, Douglas, uma contratação muito discutível.

Só estes?

Não meus caros. Tem o Junior, que arrisco dizer é do mesmo nível do Wendel. Tem o Araújo que mostrou grande desenvoltura e vai fazer história no futebol. Tem o Everton que na derrota de quarta-feira não pareceu sentir o jogo. Tem o Lincoln que certamente estará no topo dos craques mundiais com mais dois ou três anos. Tem o Gabriel Silva, o Arthur, o Raul. Todos jogadores da base com imenso potencial.

No que este time é pior do que o do ano passado? É suficiente para títulos? Muito provavelmente não. A própria direção e o corpo técnico admitem isto e estão de olho no mercado. Precisa encorpar o time com dois ou três jogadores experientes. Mas certamente temos uma bela base e nenhum, mas nenhum risco de rebaixamento. Esta hipótese só pode ser levantada por quem quer fazer política de grupos, apostando no quanto pior melhor, ou por guri cagão. Quem tem um mínimo de fosfato não entra nesta.

Vamos ganhar algum título este ano? Não sei. Provavelmente não. Mas certamente a semente para que os alcancemos logo ali está plantada. Claro que alguns de vocês podem tentar passar o trator por cima. Afinal, a falta de inteligência não acomete apenas os torcedores de um time.

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Poucas coisas desgastam mais quem lê e mostram a estreiteza de pensamento de quem comenta quando se associa a falta de títulos do Grêmio à hamburgueria, à picoleteria e às demais iniciativas da direção para aumentar o faturamento do tricolor.
É como se pensassem que clube de futebol será forte se contar apenas com rendas do próprio futebol.
Toda vez que vejo um comentário nesta linha imagino o quanto de amargo ou idiota é o sujeito que o fez.
Se for amargo apenas, sugiro que repense. Se for idiota não posso sugerir nada. Neste caso não há salvação.

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Parece que a OAS usou a obra da Arena para receber dinheiro ilegal do Petrolão. Esta foi a informação passada pelo delator.
Eu aposto que é verdade.
O que não é verdade é tentar induzir que o Grêmio tem alguma participação neste escândalo vergonhoso. Aliás, isto não é apenas inverdade. É também cretino, cínico e próprio de sujeitos despreparados para exercerem o jornalismo. Aliás, o autor da matéria é o mesmo que assina o blog do torcedor mazembado do mesmo site. Muito conveniente e elucidativo. Ou não?
Mas estamos num país em que tudo é possível. E em que muitos acreditam em tudo que leem.
E não há perspectivas de mudança antes do nascimento dos meus tataranetos.

Ah sim. Segue abaixo interessante figura sobre o autor da matéria. Leiam atentamente as duas bios. Uma existente até hoje e outra refeita logo após começar a levar as merecidas lambadas. Tem personalidade o moço. Pois não?



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Informação importante: Muitos comentários estão sendo deletados por se referirem desrespeitosamente a pessoas que trabalham no Grêmio. Se você for escrever ruim isto, etc., não perca tempo. Não importa o resto do comentário, não haverá publicação.