9 de fevereiro de 2015

Os grupos políticos, os fakes e o amor pelo Grêmio

Nestes tempos de intolerâncias e cornetagens de todos os tipos, em que muitos defendem teses e grupos políticos ao invés de torcer para o Grêmio encontrei este post abaixo. E com a concordância de quem o escreveu, publico aqui. Acho que esta leitura deveria ser seguida de uma reflexão. Só isto.
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Do Blog do Cesar Cidade Dias

Por mais de 20 anos da minha vida (tenho 45) vivi entranhado na vida política do Grêmio. Como sócio, conselheiro, fundador de grupo político e dirigente, passei a conhecer muitas pessoas e como elas agem quando estão no poder ou quando não estão. Fiz grandes amizades e alguns desafetos, o que é completamente normal. Gostaria de ter conhecido ainda mais pessoas, porque esse é grande
barato das relações associativas e políticas.
De um tempo pra cá, surgiram as redes sociais e com elas novas e caricatas relações. Amigos conseguiram se comunicar com mais facilidade mas a figura dos “fakes” deixaram o ambiente tenso. As redes sociais amplificaram o processo e, com isso, criamos mais desafetos do que criáramos. Porém, fomos mais ferrenhos na defesa dos nossos amigos e, assim, criamos laços mais fortes.
A patética briga entre lideranças políticas durante um jogo do Grêmio é de uma estupidez tamanha que lembra uma comédia de humor negro. E este é apenas um exemplo do nosso contexto atual. Este mundo político do clube está cada vez mais alimentando o ódio e discórdia.
Vou confidenciar uma coisa que foi muito difícil pra mim e que falei muito pouco até hoje. Durante
toda a minha vida tive o sonho de ser diretor de futebol do Grêmio. Alimentei isso em todos os meus
sonhos e durante todos os dias. Quando cheguei neste cargo me sentia pronto e preparado, sabia onde estava e porque estava. Fiquei pouco tempo e saí completamente decepcionado com tudo e isso refletiu diretamente na minha relação com o Grêmio. Passei a ter dificuldade até mesmo de assistir aos jogos. Deixei o conselho e o quadro social. Nunca mais consegui tirar da cabeça o tipo de crítica que usavam, utilizando imprensa e fakes, para atacar os que lá trabalhavam pelo bem do Grêmio.
E tudo, fui saber depois, tinha apenas um objetivo: o poder!
Aos poucos consegui entender e dividir as coisas. Olhando de longe, conheci como agem as pessoas de bem e como flutuam os de caráter duvidoso (e, principalmente, quem eles são). Vejo todos os dirigentes atuais do Grêmio como pessoas do bem, alguns ainda inexperientes, mas todos com muita vontade de ver o Grêmio vencer. O que, pra mim, já basta.
Retomei a minha alegria de ser gremista. Vejo os jogos, sofro e fico feliz novamente.
Uma rápida história sintetiza como retomei o meu convívio com o clube. Certa vez, o meu avô (falecido em 2000), que foi diretor jurídico do clube nas décadas de 40 e 50, me deu um conselho. Disse ele que se tudo estivesse dando errado e, por qualquer motivo, eu estivesse muito triste, eu teria apenas que dar uma passada no Olímpico que tudo ficaria mais leve, que o Grêmio era o grande laço de união da nossa família e que ali os bons pensamentos voltariam para a minha cabeça. Fiz isso muitas vezes de 2011 pra cá e sempre funcionou. O Grêmio tem sobre nós o poder de nos fazermos melhores, de sermos mais do que realmente somos. O Grêmio sempre conseguiu isso comigo.
Aprendi que o meu sonho de ser dirigente do Grêmio foi a maneira que eu encontrei de ficar o mais próximo possível do clube e me sentir bem, como havia sugerido o meu avô. E hoje, novamente, consigo viver o Grêmio intensamente, indo, lendo, escrevendo e, sobretudo, torcendo muito.
Espero, sinceramente, que o nosso gremismo supere a política, os fakes e o ódio que envolve o nosso clube. Todos os gremistas podem e devem contribuir da sua maneira para o bem do Grêmio. Acreditem! O Grêmio é a soma (e não a divisão) de todos os gremistas!