25 de fevereiro de 2016

Soberba, amigão do peito e o tiozão querido

Soberba (não) é nem para quem pode

A soberba é um dos piores defeitos que se pode ter. Para um time então é quase sempre fatal. Grandes times, elencos espetaculares já caíram de quatro levados pela pretensão, pela sensação de superioridade, pela arrogância.
Quando o time é apenas bom, a soberba equivale a um suicídio programado.
O que se viu ontem no Aldo Dapuzzo levou a torcida da alegria por uma boa apresentação com vitória praticamente assegurada para a irritação extrema.
Embora o São Paulo seja um dos melhores times do campeonato, o jogo seguia tranquilo. Tranquilo até demais para o meu gosto. E tranquilo a ponto dos jogadores do Grêmio acharem que a vitória era só questão de tempo. Assim como para a grande maioria dos tuiteiros, diga-se a bem da verdade.
Então começaram as firulas na frente e as desatenções atrás.
E deu no que deu.
O time, que já havia entregado um gol em falha ridícula do goleiro, conseguiu levar um gol olímpico rasteiro. Inacreditável, mas tomou. O terceiro foi consequência do inesperado.
Até tomar o segundo gol a atuação podia ser considerada boa. Inclusive na defesa que, a exceção do frango, suportava bem os ataques do adversário. Fred foi bem e, sim, gostei do Marcelo Hermes. Wesley ia bem até tirar o pezinho para deixar a bola passar no escanteio.
Então o que era para ser uma noite alegre acabou, novamente, em um muro de lamentações.
De bom mesmo no jogo este menino Kaio. Tem grande futuro. É só parar de querer fazer gol de qualquer distância.
Lincoln também entrou bem.
Everton, de início de ano rutilante, deu uma travada.
E Henrique Almeida ainda não chegou.
De ruim a percepção de que Walace, primeiro, e  Maicon também, fazem muita falta na proteção da zaga. Edinho não consegue a mesma consistência.
Enquanto estes dois não voltarem vai ser complicado. Penso que a efetivação de Kaio e de Lincoln pode minorar o problema.

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Amigão do peito

O Grêmio pode ser acusado de tudo, menos de não ser amigo, amigão dos seus co-irmãos. Sempre que o time do aterro entra numa areia movediça e está se afogando na lama, lá vai o tricolor dar uma força para tirá-lo da enrascada.
Ontem não foi diferente.
A crise estava instalada no Remendão do Apagão Pataxó mas...
Pois é.
Claro que isto aumentou em alguns graus a irritação e impaciência da torcida. Com justa razão.
Que agora tratem de recuperar o estrago.
Se estão jogando esta bosta de campeonato dizendo que tem interesse, que tratem de ganhá-lo. Nada menos do que isto será aceito.

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O tio amigão

Embora a proximidade com alguns dirigentes do Grêmio, na grande maioria das vezes não temos infos privilegiadas.
Mas uma informação nós tínhamos: estava muito difícil de conseguir um vice de futebol.
Tenta um, tenta outro e a única disponibilidade que apareceu foi o Cesar Pacheco.
Não conheço o Pacheco pessoalmente.
Pelo que vejo nas entrevistas, ele tem a aparência daquele tiozão bonachão que gosta de brincar com os sobrinhos. Daqueles que fazem a alegria das festas em família. O cara que vai para a piscina com a gurizada enquanto os outros conversam e preparam o churrasco.
Pois um tio amigão não pode, não tem condições de ser vice de futebol de um clube do tamanho do Grêmio.
Jogador é matreiro, esperto e tudo o que ele quer é andar sem rédeas e sem ninguém falando duro no ouvido. E tudo que um tio amigão não faz é colocar freio e gritar com os sobrinhos.
Junta a isto uma inabilidade patética para entrevistas e temos um quadro tragicômico.
O quanto isto está se refletindo no desempenho da equipe não tenho a mínima condição de avaliar.
Mas que o Pacheco não deveria mais ser o vice de futebol e muito menos dar entrevistas eu não tenho dúvidas.