28 de setembro de 2010

Ataque bom é Tuta e Marreta

Jonas tem 65 gols em dois anos de Grêmio. Deve ter o mesmo número de assistências. Mesmo assim jornalistas, blogs e comentaristas de blogs torcem o nariz para Jonas. Ele só não foi goleador no brasileirão o ano passado porque se machucou há 10 jogos do final. Este ano, embora tenha ficado de fora de vários jogos, já abriu 3 gols de vantagem sobre o segundo colocado.

Ele erra muitos gols guincham alguns. É fome, bufam outros.

Ele é fome e erra gols, eu digo também, embora não faça coro no ranger de dentes e no tocar das vuvuzelas.

Quem sabe os críticos olhem com mais cuidado no porquê Jonas erra tantos gols?
Não será porque ele não se esconde do jogo? Ou não será porque na maioria das vezes ele cria a jogada e chega na hora do chute já meio sem fôlego?

O que se ouve normalmente sobre jogador de ataque quando não faz gol? Muito isolado, a bola não chegou. Bem marcado nada pode fazer. Não conseguiu arrematar por falta de companhia. Blá-blá-blá.

A verdade é que a maioria dos jogadores de futebol, especialmente os de ataque, se escondem do jogo. É cômodo ficar atrás de um zagueiro. Com isto a bola não chega, não há o erro e, por consequência, não há a vaia. A culpa passa a ser do meia que não passou ou do isolamento na frente. Observem nos jogos se não é comum o atacante correr para trás do defensor.

Jonas é fome. Ele vem buscar a bola no campo de defesa. Lembram do gol do Douglas contra o Flamengo de onde ele deu o lançamento? Ele se desloca para as pontas. Ele se desmarca. Ele pede a bola.
Mas Jonas dá assistências também. Lembram do gol de cabeça que o André Lima errou domingo?
E Jonas erra gols. Talvez com mais frequência do que deveria. Talvez alguns de forma mais bisonha do que se desejaria. Mas Jonas só erra gol porque se apresenta para tentar fazê-los. Jonas só erra gols porque não se esconde atrás dos zagueiros. Jonas só erra gols porque cria as chances. Mas Jonas faz gols, muitos gols, já empatando com Jardel, porque se apresenta para fazê-los, porque não se esconde e porque cria as jogadas de gol.

Talvez eu esteja errado e ataque bom era aquele com Tuta e Marreta. Um fez poucos e o outro nenhum. Mas uma coisa eles tinham de bom: nunca erravam gols. Há quem seja feliz com isto.
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Corneta

Houve um tempo em que havia uma comunhão perfeita entre o time e a torcida. Isto começou a mudar com a maldita contratação do Juarez Roth. Aos poucos o time, de imbatível no Olímpico, viu sua cancha tornar-se um lugar comum, pouco respeitada pelos adversários.

Muito por culpa das vaias que voltaram a surgir por qualquer dificuldade ou para jogadores que não contam com a simpatia da torcida.

Amanhã é o dia para acabar com esta história. Se você pensa em ir ao estádio para vaiar A ou B ou C, um conselho: fica em casa e escuta o Pedro Ernesto. Afinal, já que gostas de corneta, aproveita para ouví-la no aconchego do lar.
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Um pitaco nas eleições

Não gosto de política. Meu negócio é o time. O jogo no campo. Mas achei perfeito o post do Arigatô logo abaixo. Gente que foi sempre elitista e contra a redução da cláusula de barreira querer agora que o conselho divida os votos para levar a eleição para o torcedor é uma piada de mau gosto.
Isto não tem nada a ver com a proposta de redução da cláusula de barreira. Em relação a isto, não há dúvidas que esta será uma das primeiras decisões do novo conselho. Se puder ser antes das eleições para presidente, maravilha. Se não puder, não tem sentido alguém votar em um candidato que não é seu preferencial para levar a votação para a torcida. Aliás, a torcida já disse quem ela quer no conselho. Por ampla maioria.

Foi portanto com tristeza que ouvi o Cacalo falando asneiras hoje no Sala em relação a este assunto. Como ex-presidente e um dos líderes do Grêmio, ele deveria refletir um pouco antes de falar coisas sem sentido e facilmente rebatíveis. Perdeu mais alguns pontos de sua já desgastada cota.