25 de outubro de 2010

De sentar na sarjeta

Fui ao Olímpico convalescendo de uma gripe brutal. Não podia deixar de ir, porque tinha um sentimento de vitória que por nada deixaria de presenciar. Mais do que os três pontos, estaríamos dando um passo enorme para a Libertadores e, sabemos agora, até mesmo para espreitar a ponta ao final da carreira.

Deixei o Monumental frustrado, como a totalidade da nossa torcida. Eles ficaram lá festejando um empate impensável até a expulsão do Rochemback. Digo a vocês: hoje jogou-se o Gre-nada mais fácil dos últimos anos. Quando eram 11 contra 11, amassamos os morangos como quem vai fazer geléia. A grande cantoria deles ao final do jogo, deve ter sido proporcional ao enorme constrangimento pelo qual passaram no 11 contra 11.

A nossa imposição em campo era tamanha, que durante o jogo assaltou-me uma certeza: nem Simon poderia salvá-los. Aí, veio o fortuito gol do empate e a expulsão. Foi um momento de prova e o nosso time encarou-a com o melhor dos espíritos gremistas. Com bravura, multiplicou-se em campo para suprir a falta de Rochembak e também, diga-se, de Douglas, o grande ausente do jogo.

O lance do nosso segundo gol foi uma obra de entrega total, um esforço sobre-humano de Fábio Santos. E vejam, este é um jogador contestado por quase todos. Mesmo aqui no blog, não raro tecemos críticas às suas atuações. Ele superou-se e merecia que o seu fosse o gol da vitória. Quis o destino que esta justiça não se realizasse.

Resultado como o do jogo de hoje é daqueles de sentar na sarjeta e deixar o mundo passar. O que era para ser a consagração da nossa superioridade transformou-se num momento de esfuziante contentamento de um adversário inferior, que entoou cânticos de glórias aos céus por se ver poupado do merecido jugo. Escaparam e isso é o tipo de coisa que estraga um domingo.
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By Arigatô
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Leitor distraído

Um leitor distraído pergunta se alguém mais observou que há pênalti em Vilson, no lance do gol de André Lima. Desculpe tratá-lo assim, caro leitor, mas só mesmo por distração alguém que lê o blog  já não viu registrado aqui que em toda bola parada levantada para a área moranga (faltas ou escanteios) ou Bolívar, ou Índio ou Kléber (ou mais de um deles simultaneamente) comete infração que deveria ser punida com a pena máxima. Conter o adversário com força ilícita é arma que já foi incorporada ao arsenal defensivo deles, com o intrigante consentimento dos juízes brasileiros.
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Vejam os lances do crime