Inicialmente, para quem está chegando agora e também para quem já esqueceu, publicamos o vídeo abaixo (pode ser encontrado na internet neste link), no qual um candidato de um certo clube, afirma:
"Eu aprendi uma coisa nestes últimos (...) que eu também não conhecia. A imprensa hoje, ou parte da imprensa, principalmente essa imprensa que cuida do futebol, é uma imprensa barata."Fazemos isso, como preparativo para que o texto abaixo possa ser bem compreendido.
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Fala, Felipe!
O leitor Felipe escreveu uma série de comentários que, pelo conteúdo, decidimos trazer à capa do blog. Leiam abaixo. É tão extenso quanto consistente, oportuno e elucidativo.
Vou me estender em assuntos suscitados pelo post e por outros lembrados pelos comentadores. Aparentemente, podem parecer não terem relação direta entre si, mas o nexo é inevitável. Sobretudo, porque, de comum, o tratamento de dois pesos e duas medidas que é próprio aos jornaleiros esportivos do RS.O assunto já está reaceso, Felipe.
Aliás, incrível, mas não são somente os do RS.
Em pleno certame nacional, lendo matérias da imprensa do Sudeste, onde me encontro, o tratamento dispensado ao Grêmio - e aos róseos - não difere em quase nada.
Assim, um dia antes de sair a reportagem do "Dupla Explosiva" sobre o Leandro - quer dizer, a reportagem de um profissional(?) venal a quem jamais o Grêmio e gremistas deveriam dar qualquer informação -, li uma reportagem no UOL de igual sordidez. Nela, repetia-se o bordão nazista - segundo o qual uma mentira seguidamente brandida vira uma verdade - que o jogador é "cai...cai", não se afirmou como revelação de qualidade e, sobretudo, era violento, já o condenando, inclusive, de antemão ao julgamento; que, ao fim, desqualificou a acusação, como foi desqualificada a notícia, nunca desmentida, que o jogador do Atlético-MG havia quebrado o nariz - ao modo do nazista Goebbels, de novo.
Pois bem, além da venalidade corriqueira, o que chama atenção são dois aspectos do fato: 1) a tática cada vez mais freqüente e reiterada de não apenas exaltar qualidades inexistentes dos jogadores róseos, mas em proporção equivalente a de desmoralizar e desqualificar jogadores do Grêmio. Para além, o que é abjeto, da dimensão futebolística. A falta de pudor avança para a destruição da reputação do jogador como pessoa humana; 2) quando a agenda negativa é movida contra o Grêmio, ela funciona em consonância, como um concerto, para gerar repercussão e fixar-se como - falsa - verdade. E, interessante, os "isentos e baratos" não têm extração somente regional, mas nacional. Do mesmo modo que o Grêmio vem sendo roubado - com a perda, inclusive, de títulos, como o do Brasileirão de 2008 - em competições nacionais, como ocorre no Novelletão.
E, lamentavelmente, de comum nisto tudo também podemos verificar o quanto de cordeirismo há por parte de nossas velhas direções de "situação" e "oposição".
Fico tão indignado com pessoas que se apresentam como gremistas e fazem coro a estas leviandades, como com os próprios levianos.
Se não é por oportunismo, pela possibilidade de favorecer a interesses próprios, é por óbvia ingenuidade e, embora esta possa ser perdoável, não deixa de ser bem perigosa.
Os baratos até tentaram pegar no pé do Douglas e do Gabriel - entre outros -, mas perceberam logo que são tipos bastante indiferentes à intriga. Voltaram suas baterias, então, a um garoto recém entrado na maioridade, de extração econômica, sabidamente, das mais pobres.
Não há como saber se ele será de fato um craque. O que se sabe é que, em sua idade, já fez mais do que muitos que se tornaram craques. Não fosse a administração irresponsável do Sr. Odone e sua evolução deveria ser administrada de outro modo, evitando-se de jogá-lo na fogueira, como se faz hoje. Adequado seria, neste momento, que entrasse na parte final das partidas e fosse substituto dos titulares do ataque - tal como se fez, no ano passado, com o Clementino. Não obstante, dada a ausência de atacantes efetivos, foi precocemente chamado à situação de titular e, pior ainda, criando-se a expectativa de que deveria decidir sozinho; e, ainda pior, tendo de correr pelo Douglas, voltar ao meio do campo para marcar, cair pela ponta e fechar pelo meio e ainda fazer gols, do modo como foi aproveitado nos esquemas do Roth e do Julinho.
E, mais importante: além de colaborar em quase todas as jogadas que resultaram em gol, quando jogou, apesar da tarefa complexa, mostrou-se um jogador profundamente compromissado com o Grêmio. Isto pode ser medido. Embora ganhe pelo menos 20 vezes menos que o Douglas, corre 5 vezes mais. E só a má fé para tentar estigmatizá-lo como simulador, violento e indisciplinado.
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Ilustrativo do que escrevo acima, foi o que vi na decisão do mundial Sub-20.
O Leandro seria, facilmente, titular do ataque desta seleção. Bastaria ver os jogos...
Aqui temos mais matéria para a lógica do dois pesos, duas medidas...
Beneficiado pela ruindade do goleiro português, que falhou bisonhamente nos três gols, o Aliciado dos "róseos" tornou-se o "herói" do jogo. Assim, foi tratado pelo comentarista do SPORTV, o que será pouco perto dos festejos que lhe serão concedidos, a partir de amanhã, pela imprensa moranga.
Pois só o lado róseo da atuação do jogador que - não - é dos róseos será explorado.
Não haverá a menção, por exemplo, de que o Fernando, diga-se de passagem, para minha surpresa, fez uma partida praticamente perfeita, quase sem errar passes e com diversos desarmes limpos.
Muito menos que uma outra grande revelação moranga chamada Juan foi facilmente envolvida nos dois gols de Portugal, quase entregou a partida em outra lance e, ainda, não foi expulso por benevolência da arbitragem. Que não viu a tentativa do crack de dar um coice no adversário caído. Quem, amanhã, perguntará para a mãe do afável rapaz o que ela acha disto?
Ninguém, pois não há setoristas gremistas no aterro, nem por perto.
Também ficaremos sem respostas das mães do Andrezinho, como lembrado aqui, e que impôs sua titularidade, simplesmente, negando-se a jogar; ou da mãe do Índio, que certamente aprovaria a conduta que o levou a acidentar-se gravemente em uma balada com garotas de programa, impedindo-o de participar de diversos jogos; ou da mãe do Nei, pela falta de educação de dizer que não estava nem aí para a sua rósea torcida. É certo, também, que o passado do Jô, jogador que foi vetado pelo Siegmann por currículo de indisciplinas, não será invocado. Nem se criará qualquer intriga do Dorival com o Anão, pelo fato deste já haver feito a cama dos técnicos antecessores. Não, não se perguntará sobre o "clima" do vestiário, questão permanentemente em pauta no Olímpico.
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Gostaria, ainda, de tocar em assunto que foi lembrado por alguns e que, ultimamente, é também motivo de minha inconformidade.
O assunto é a Arena e a Copa do Mundo. Os últimos comentários, do Ronaldo e do Beto Imortal, fazem duas referências importantes. O primeiro evoca um enorme ato falho de comprometimento da imprensa rósea, neste caso, da RBS. O segundo, um artigo do Blog Arena, que também li e recomendo. Aqui, além do dois pesos, duas medidas, funciona a lógica revelada por um ex-ministro de Estado, que dizia mostrar o que era favorável e esconder o que era desfavorável.
Sei que muitos não tem tocado neste assunto por vários motivos: 1) preocupa-nos a situação do time, parecendo devaneio perder tempo com a Arena; 2) uma das lembranças mais freqüentes do Sr. Odone, diante das cobranças, a da Arena; o que, paradoxalmente, ao invés de ser motivo de orgulho e esperança de um novo tempo de títulos, passou a ser lido como assunto negativo, a ser repelido.
Sei também que a posição do Blog foi a de nunca encorajar a vinculação da Arena à hipótese desta sediar jogos da Copa, procurando só realçar os seus benefícios.
Não obstante, se o jogo do campo sofre influência do jogo feito fora dele, esta questão tornou-se mais que palpitante.
A Arena poderá ser a grande indutora para um salto no futebol do Grêmio. Acho, aliás, que, sem ela, correríamos um sério risco de maior deterioração do futebol. É claro que há a objeção que, se for tratada como os assuntos do futebol, a Arena não resolverá.
Lendo sobre outros projetos, como o do Atlético-PR, do Palmeiras e do Corínthians, é possível ver que a engenharia financeira da Arena gremista é amplamente vantajosa. E o será também em relação aos róseos, se um dia o seu projeto deixar de gráfico, para ser de engenharia, uma vez que, para firmarem sua parceria, terão de renunciar a tudo que poderia agregar algo financeiramente.
As receitas de várias denominações da Arena, se bem exploradas, é o que nos possibilitará, imediatamente, compensar perdas relativas em relação a outros clubes que foram claramente beneficiados na distribuição das cotas de TV do Brasileiro, notadamente Flamengo, o Corínthians e mesmo o São Paulo.
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Adiante, então, se um dia o Projeto morango sair do Autocad e se transformar em algum punhado de concreto, poderemos compará-lo à Arena do Grêmio e mostrar, mais um vez, como a pseudo-imprensa esportiva do RS foi cabotina.
O problema principal, e que envolve esta última, entretanto, não é este.
Desde que o aterro foi definido como sede da Copa, em sintonia com o conivente silêncio dos jornaleiros, nunca a direção do Grêmio e mesmo os seus torcedores fizeram qualquer movimento público reivindicando que a nossa Arena se tornasse a sede dos jogos no RS. Virou tabu. Muito foi só cogitado, mas o Grêmio aceitou a condição de "plano B" e de resignada espera para a eventualidade da incompetência colorada premiar-nos. Parece que, desde o princípio, temos medo de perder este GRE-NAL, como se isto fosse nos tirar a dignidade.
Enquanto isto, o silêncio dos baratos é o maior sintoma da vexatória situação em que os róseos se meteram, mas que deve ser ocultada. Tinham um projeto próprio que esboroou pela falência financeira, associada à incapacidade de sua "marca" e de seus torcedores de o garantirem. Perderam os prazos exigidos pela FIFA e, sabe-se lá por quais tramóias escusas, são segurados pelo COL. O site do projeto é constrangedor, congelado há três meses, por falta de qualquer coisa a mostrar. Depois de encenarem uma pantomima, divulgando que havia muitos interessados, restou a única propositora, a AG, de quem se tornaram reféns. É claro que a Copa das Confederações já não tem viabilidade. Os róseos, hoje, comem literalmente na mão da AG, que, nesta posição, pode lhes exigir maiores gravames econômicos - para além de eventuais problemas com penhoras.
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Como a pseudo-imprensa trata do assunto do seu remendão?
A Fifa faz visita às obras (???????). Luigi "garante que começarão em setembro". Esta é a manchete. Mais adiante, lê-se que o contrato será, mais uma vez, assinado "em alguns dias" e que o notável dirigente já não quer estipular prazo. A manchete foi a forma de tentar enganar os incautos, fazendo com que estes achassem que a visita da FIFA aprovara o andamento das obras e que esta estava de acordo, também, com sua retomada em setembro. Não é difícil imaginar o teor das manchetes negativas de um acontecimento como este, caso o Grêmio estivesse na situação dos róseos.
Mais: estariam eles em franca campanha de desmoralização junto à FIFA e ao COL, para retirar uma eventual definição do nosso clube como sede da Copa.
Sabem bem eles o impacto que teria, hoje, a perda da Copa para o Grêmio. Não apenas financeira, mas simbólica. A tragédia do Mazembe seria uma canja de entrada.
E se esta situação toda já não fosse inadmissível, um absurdo sustentado pela FIFA e COL, só tão podre como o caso da escolha da também - inteiramente fictícia - Arena corinthiana, ainda não é o pior.......................
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O pior é a COMPLETA INVERSÃO que há no tratamento deste assunto, mas que não é vista pela curiosa cumplicidade entre o silêncio dos baratos e o silêncio resignado da direção do Grêmio e dos gremistas.
Mesmo que, repito, MESMO QUE o Projeto róseo possa se viabilizar, nada justifica que o Remendão seja o Estádio da Copa. Não há maior aberração. Qual motivo justificaria, se é que os motivos devem ser racionais e objetivos, e não definidos pela má e indecente política, que este puxado, inferior em todos os aspectos pelos quais se possa abordar, possa tomar o lugar da maior e mais qualificada Arena privada que - efetivamente - se construirá no Brasil?
Se algum dos dois estádios deve ser o "plano B", que seja o deles. Afinal, é para isto que serve um remendo;
Se algum clube deve se envergonhar de reivindicar a sede da Copa, e não só pelo andar das obras, mas pela sua qualidade, é o do pessoal do aterro, não o Grêmio.
Se alguém precisa de conchavos e concessões duvidosas - como se disse que o Odone fez, ao ser o primeiro a assinar o contrato do Brasileirão com a Globo - é a turma que desde 69 se instalou no lamaçal, não o nosso clube, que, ao menos desta vez, teve a diligência de viabilizar um projeto espetacular de engenharia física e financeira. Que a competência seja premiada.
Absurda e injustificável o que se passa, neste caso também. Parece mais uma daquelas situações que só acontece com o Grêmio - para as quais a maioria dos gremistas fica resignada e conformada, como se natural fosse. Só que, aqui, estamos sendo roubados, também, à luz do dia, e as repercussões não deixarão de acontecer no futebol.
Pode-se achar que isto não é decisivo, nem prioritário, nem importante. Sobretudo pelo significado que isto abrange, penso o contrário. De qualquer modo, o que se criou foi uma inversão esdrúxula e injusta de méritos, mais uma vez contra nós, recoberto pelo silêncio geral da conivência com o jogo sujo.
Acho que a atitude deve ser inteiramente outra. Não devemos ter vergonha de reivindicar o que é de direito. Nada perderemos se mais este absurdo se consumar, ao contrário.
Por fim, gostaria bastante se o Blog reacendesse o assunto nos próximos dias.
Sds.