No dia 1 de outubro de 2013 escrevi um post com o título " Globo acena com abismo financeiro entre os clubes".
No primeiro parágrafo eu dizia:
"Há muitos meses, eu escrevi um post sobre a preocupação com a má divisão
do dinheiro pago pela TV aos clubes brasileiros. Temia que a distância
entre os "queridinhos" da Globo e demais fosse transformar-se em abismo
e que ficaríamos com um campeonato cada vez mais parecido com o
espanhol, onde Barcelona e Real Madrid se revezam no pódio. Não vejo
graça nenhuma em uma disputa em que os outros clubes servem apenas de
escada para os feitos dos dois gigantes.
Pois bem, agora temos a notícia divulgada por alguns órgãos de imprensa
de que a intenção é aumentar ainda mais essa distância financeira entre
Flamengo e Corínthians e os demais no Brasileirão."
Assim, desde muito tempo essa questão martela na minha cabeça. E o que mais me preocupava, era perceber que não havia reação de ninguém. Se houve algum questionamento sobre o assunto, foi muito discreto e nunca teve muita repercussão na mídia e entre os torcedores. Hoje, temo pelo pior, pois sabemos que no Brasil tudo é possível e nos escaninhos subterrâneos a falcatrua corre solta . É evidente que com muito mais dinheiro é possível montar uma equipe muito bem qualificada. Se o dirigente não for muito incompetente, pode fazer chover com um cofre recheado com milhões de reais. Principalmente se o seu poderio financeiro for avassaladoramente superior aos adversários.
Infelizmente, tenho que lhes dizer, acho que o dia que não gostaríamos que nunca chegasse, está aí.
Hoje pela manhã, o ex-presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil - eleito CEO da Liga Sul-Minas-Rio - concedeu uma entrevista à Rádio Gaúcha falando abertamente sobre o assunto. Suas declarações mostram indignação com a atual situação das verbas de televisão divididas de maneira desigual entre os maiores clubes do Brasil:
"É uma aberração o que acontece no futebol brasileiro. Podemos aceitar que Corínthians é um pouco acima de Inter, Grêmio, Atlético e Cruzeiro, mas não o que acontece com clubes paulistas, que recebem mais que o dobro. Inter e Grêmio recebem R$ 80 a R$ 90 milhões. O Corínthians recebe R$ 200 milhões."
Kalil acredita que a união que os dirigentes dos clubes mostram hoje, será suficiente para mudar esse panorama desigual. "Estamos dando um passo gigantesco e histórico para reduzir essa diferença brutal", afirma o mineiro.
Admiro muito a batalha e os objetivos dos mandatários dos clubes prejudicados, mas não acredito que a diferença financeira abissal existente seja modificada. Desde sempre sabemos que Flamengo e Corínthians são os queridinhos da Rede Globo. Por tudo que vejo acontecer no futebol brasileiro, me dou o direito de não precisar acreditar nessa mudança de realidade. Sabemos que Flamengo e Corínthians dão mais exposição e possuem numericamente mais torcedores, mas daí a ter uma diferença de valores tão grande, acho que leva o produto campeonato perder um pouco de sua atratividade.
Eu , por exemplo, não tenho nenhum interesse em acompanhar o Campeonato Espanhol de Futebol. Nunca perco meu tempo na frente da tv assistindo aos jogos. Sei, com absoluta certeza, de que o campeão sempre será o Barcelona ou o Real Madrid.
E, me digam, que graça tem isso?
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A Andrade Gutierrez deveria escolher estagiários mais competentes e mais bem informados.