3 de outubro de 2016

Avalanche Tricolor: tem de combater o Monstro do Desperdício

Por Milton Jung


Cruzeiro 1×0 Grêmio
Brasileiro – Mineirão/Belo Horizonte-MG


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Renato comanda o Grêmio (Foto Lucas Uebel/GrêmioFBPA)

Lá na redação onde trabalho, tem cartazes espalhados por todos os cantos e adesivos colados em pontos estratégicos nos quais a imagem que se destaca é a de um monstro em sua pior versão. Uma imagem horrível e desfigurada, a ponto de ser cômica.

O material faz parte dessas campanhas que as empresas costumam realizar periodicamente com o objetivo de incentivar os funcionários a controlarem o desperdício. Dizem que custos é como unha, tem de se cortar a toda hora, pois não param de crescer.

A ideia é chamar atenção para a necessidade de se combater o “Monstro do Desperdício” – nome que deram à figura horrenda – evitando gastos com energia elétrica, água, material de escritório e outros quetais.

Pois não é que o “Monstro do Desperdício” entrou em campo nesse início de noite de sábado, no Mineirão? E não bastasse estar lá, ainda vestiu a camisa do Grêmio.

Aos 2 minutos de jogo, na casa do adversário, que estava amedrontado por outro monstro, o da Segunda Divisão, iniciamos jogada com Wallace Oliveira, que encontrou Ramiro, que passou para Luan, que enfiou a bola para Pedro Rocha. Nosso atacante recebeu a bola em posição legal e por trás da defesa, sem marcação. Bastava ajeitar e bater para o gol. Desajeitou e desperdiçou o primeiro gol.

Aos 4 minutos, a bola veio lá de trás, dos pés de Geromel, que acionou Luan, que correu livre em direção ao gol. Ele chegou a driblar o primeiro marcador que apareceu, mas deixou a bola correr para as mãos do goleiro.

Aos 10, o adversário sai errado, Luan fica com a bola, tabela com Wallace Oliveira e, mais uma vez, jogamos fora a chance de abrir o placar e escrever de forma diferente a história do jogo.

E como o “Monstro do Desperdício” não perdoa, passamos a ser atacados, nossas chances diminuíram e, no fim, pagamos caro com a perde de três pontos que poderiam nos colocar mais próximo do grupo de cima.

Assim como o Monstro que nos amedronta lá nas paredes da rádio, no Mineirão privilegiamos a pior versão … no caso a pior versão do futebol proposto por Renato: o chutão – aquele que pode salvar uma defesa, como na partida anterior, mas que em excesso faz sumir qualquer chance de organização no ataque.

E como o tema aqui é combater o desperdício. Por favor, não caíamos na tentação de acreditar que o caminho mais curto para a Libertadores é a Copa do Brasil. Nesta, disputamos contra oito clubes uma só chance. No Brasileiro, a possibilidade de estarmos no G5 ainda existe … basta combater o “Monstro do Desperdício”.