O
Felipe sabe das coisas e escreve bem. Sabe tanto que desconfio até que seja filho de um grande
gremista que já foi da direção e hoje é do conselho. Nós temos a sorte dele ser nosso leitor e, principalmente, dele usar os comentários do blog para escrever o que sabe. Os comentários, longos, são tão pertinentes que vale que apareçam na capa do blog. Vai lá então.
Fala Felipe.
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Miséria...
Depois da aprovação do aditivo da
Arena, os
isentos protagonizaram eventos memoráveis de estultice informativa, que devem entrar para a antologia de asneiras que só lhes é peculiar.
Chega a dar pena. De fato, devem viver de uma ração mínima, pois só isto justifica o malabarismo para sabotarem deliberadamente a
Arena e defender o indefensável
Remendo, sequer um projeto. A história mostra que a miséria material, de per si, nada muda; ao contrário, torna o homem vulnerável e o amesquinha, afundando-o também na miséria moral.
Vejamos só alguns exemplos recentes.
Sr. Zini, por mais de uma vez, assegurou, por informação direta da FIFA, que esta sequer cogita outro estádio para as Copas, senão o
Remendão. E por que se duvidaria que o Blatter é chegado num
Remendão, principalmente se feito com prazo vencido, um puxadinho à brasileira.
Já o Sr. Oliver garantiu, também mais de uma vez, que assinado o contrato, a AG desenbarcaria com um exército de 3000 operários no aterro, trabalhando 24 h (!). Rapidamente terminariam o desmanche e ergueriam um glorioso
Remendo "Para Sempre", para júbilo de seus torcedores. Esta tropa viria da obra do Trensurb. São só detalhes que esta é uma obra pública prevista para terminar em set/2012, que a AG não tem lá nem 1000 operários, e que a construção civil padece de grave falta de mão-de-obra.
Já o Sr. Reche, simplesmente chefe de editoria de um sub-jornal, indiferente a todos os esclarecimentos sobre o aditivo feitos por dirigentes gremistas, inclusive em seus programas, prosperou numa campanha delirante, própria de um psicopata grave, destilando mentiras deslavadas sobre a
Arena, tais como: o projeto não tem memorial descritivo, os ingressos serão proibitivos e os sócios são indesejáveis, o
Grêmio doou dois terrenos à OAS, que será dona da
Arena.
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Servilismo ...
Como se pode ver, um bestiário. Que serve a uns e prejudica a outros.
Lendo notícias sobre as sedes das Copas no Brasil, não se encontrará nada parecido com isto: uma (pseudo) imprensa sabotando uma possível sede destas e, a propósito, a melhor de todas - sim, não há projeto no Brasil equivalente, em qualidade, ao da
Arena gremista. Em alguns casos vimos a exposição de conflitos sobre sedes em disputa, ou a crítica a favorecimentos a alguns projetos - algo que, aliás, é ausente do debate do RS. Não há, entretanto, exemplo semelhante de sonegação e distorção proposital da informação, em defesa de um interesse claudicante.
Eles, efetivamente, vivem em penúria.
Nem o mais acirrado coloradismo poderia explicar a atitude de serem
avalistas de um projeto que esboroa, de
tamanha incompetência e desrespeito com o público e seus recursos, que corre sério risco de ver parte de sua poupança ser alienada na forma de incentivos fiscais e investimentos em obras secundárias e em favorecimento de uma
obra privada ridícula e ultrapassada, arcando, inclusive, com o ônus da provável perda da Copa das Confederações, o que acarretará em perda financeira para vários setores ligados ao turismo de Porto Alegre, além da iminente perda da Copa do Mundo. Os
isentos serão partícipes, assim como as autoridades públicas que hoje são responsáveis por estes assuntos, pelo segundo grande vexame mundial patrocinado por este
clube que, não de hoje, é embalado pelo poder de Estado de plantão.
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Amargura e Inveja ...
O que de novo apareceu no "front", na semana passada, foi a súbita admissão, pela RBS, de que a
Arena poderia se tornar sede das Copas. Primeiro, pela publicação de um comparativo entre os dois estádios, de resultado, naturalmente, acachapante para os
morangos. Depois, pela abertura do comparativo no JA, evento do qual a direção
rósea teve de declinar, dada a ausência de qualquer coisa - e por ordem da AG.
A comparação deixou a maior parte dos jornaleiros furibundos de inveja. E não era para menos. Como rebater o irrebatível?
A novidade está em que, até então, também pela RBS, além da comum afirmação mântrica de que a sede das Copas será o
aterro, desconhecia-se olimpicamente - sem qualquer metáfora - a
Arena como possível escolhida para recebê-las. E, aí, a comparação, tanto de projetos, como de modelos de negócios das duas entidades, é humilhante para os morangos.
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Humilhação ...
Lembremos alguns dos termos desta comparação, que deixou torcedores e isentos torcedores à beira de um ataque de nervos...
- A Arena crescerá em número de assentos e qualidade. O aterro, com a reforma, diminuirá, em especial o espaço que deverá ser explorado pelos róseos;
- A Arena tem 30 mil m2 de área comercial, 12 mil só do Grêmio. Do restante, este detém os 65 por cento contratuais; o Remendão terá apenas 5,7 mil m2, explorado só pela AG;
- A Arena terá quase 9 mil cadeiras gold e 140 camarotes, dos quais o Grêmio também terá direito a 65 por cento; o aterro terá, destes itens, respectivamente, cerca de 6 mil e 125, integralmente explorados pela AG.
- A Arena terá 2300 vagas de estacionamento, 65 por cento do Grêmio. O aterro, mais 4 mil - único item superior ao da Arena -, todinho da AG.
Isto, pelo que foi divulgado. Sabe-se, todavia, que os termos são mais leoninos. A AG levaria também os "naming rights" e outros quetais - parece que até o prometido CT "subiu no telhado", também. Dizem que querem o Gigantinho - que, segundo li de alguém que não recordo quem - viraria um "AGzinho". Isto, sem se falar na preferência óbvia que a
Arena passaria a ter na recepção de espetáculos e outras atividades ligadas ao futebol. Ou seja, só para terem alguns jogos da Copa, ficariam ainda com menos do que já tem: uma parte menor do estádio as três mil vagas de estacionamento já existentes. E na mão da AG por 20 anos, sem mais nada a explorar. Sem nenhum valor fixo de lucro garantido - como no caso da
Arena - e com todos os custos crescentes e inerentes a um
Remendão.
E ainda vem algo pior. Se fosse só isso, e que já fora noticiado faz tempo, já haveriam assinado o contrato.
Se caírem fora, o bicho pega. Se ficarem, a AG come.
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Sabotagem a Qualquer Custo ...
Novidades apareceram também na conduta dos dirigentes. O que estava na muda se tornou explícito.
Antonini declarou abertamente que a Copa do Mundo será na Arena. Entre outros motivos, já dá por certo que os prazos são inviáveis para os aterrados e remendados.
Há mais que pertinência nisto. Já uma há uma reiterada violação dos prazos e critérios da FIFA, comprometendo, já de pronto, a Copa das Confederações, caso esta não seja redirecionada à
Arena. O problema é que esta vicissitude levaria, forçosamente, a Copa do Mundo para o novo templo gremista.
Há muita condescendência quando se diz que as obras do
Remendão estão três meses atrasadas. Os morangos foram avisados de que seriam sede em maio de 2009! Passaram-se 29 meses. De lá para cá, depois de iniciarem uma obra sem projeto, sem observação do caderno de encargos FIFA, sem dinheiro e sem garantias, só conseguiram fazer 1/4 da arquibancada inferior, o que é irrelevante. Os prazos FIFA já foram vencidos. Esta considera o período entre 30 e 33 meses para construção de Arena, nos padrões requeridos, para a Copa. Eles já perderam o seu tempo. Nada diz que, para reformas, o prazo é diferente. Ao contrário, uma reforma pode ser ainda mais problemática, ainda mais se considerarmos fatores como escassez de mão-de-obra, chuva abundante e gramado construído sobre um banhado. O Mineirão foi fechado em julho de 2010, o Maracanã, em setembro de 2010, já calculando-se a ocorrência de tais fenômenos e de outras possíveis dificuldades. Por que conseguiriam terminar o Remendão em 15 ou 18 meses?
A Copa das Confederações está virtualmente perdida e a Copa do Mundo, se a demolição começasse agora, já estaria no seu prazo limite.
É questão de honra dos róseos, contudo, que as Copas não venham para a Arena, mesmo que eles e Porto Alegre percam dividendos.
Já o
Luís Anápio, do lado
róseo, admitiu que estão em vias de perder a Copa das Confederações. Não obstante, "garante" a Copa do Mundo no aterro.
Baseado em quê? Na interferência da
Dilma, a maior torcedora, e na certeza de que não haverá acessos viários para a
Arena. Ou seja, o dito clube popular - falsa evidência sempre desmentida pelas estatísticas - conta com o apoio chapa branca para viabilizar aquilo que, erraticamente, não conseguiram fazer por forças próprias, usando o dinheiro da viúva; e, pior ainda, impedir que o adversário, detentor das melhores condições de recepção, seja IMPEDIDO de fazê-lo, contando para isto com a omissão deliberada dos amigos do poder.
Não se sabe até que ponto eles falam pela voz alheia sem autorização. Necessário seria confrontar a respeito a
presidenta, o
governador, o
ministro dos esportes, o Sr.
João Bosco Vaz. Todos eles, sem dúvida,
colorados.
Se o eventual boicote destes já é inadmissível, abominável é a indecêndia dos
morangos. Não há qualquer pudor em admitir que o único motivo que pode sustentar o seu pleito é a proximidade com o poder e que não há nenhum problema em usá-lo para sabotar o adversário. E os isentos se farão aí presentes para também corroborar a indecência.
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Vergonha ...
E pode ser ainda pior. No dia 21 de outubro, a FIFA apresentará, novamente, a situação do desenvolvimento das obras nos estádios das Copas. Poderá, inclusive, desabilitar e habilitar sedes. Esta semana, o COL local, os
morangos e a AG foram chamados pela FIFA e receberam novo ultimato (quantos já foram?) sobre as obras.
Depois de recursar-se a prometer prazos, pressionado, sentiu-se obrigado a mencionar detalhes da negociação. Disse que há seis pontos da minuta que constituem problemas para firmamento do contrato. Itens simples, tais como garantia pela AG de conclusão das obras para a Copa das Confederações e a aceitação de quaisquer exigências adicionais pela FIFA.
Ou seja, as Copas em Porto Alegre dependem da AG. Se ela aceitar as "objeções contratuais" do
Inter, elas ocorrerão. Caso contrário,
morangos, parte do poder instituído e
isentos trabalharão para a cidade perder os eventos. A que ponto chegamos.
É a
queeeeee competência colorada! Depois de 29 nove meses perdidos, confessam que não tem mais condições de assumir os projetos da Copa, e que dependem de terceiros! Que marca poderosa! Que diligência administrativa! Se uma empreiteira e o governo, ambos usando nosso dinheiro, não der jeito, então que se dane a Copa em Porto Alegre.
De novo: o que não fariam os isentos se isto se sucedesse com o Grêmio.
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Hipocrisia ...
É certo que quando - e se... - assinarem o contrato com a AG, dirão, no mínimo, que se ele é lesivo aos
morangos, o contrato da
Arena também o é. Dirão que favoritismo e tráfico de influência é legítimo e virtuosa habilidade política. E dirão que o contrato passou goela abaixo do CD colorado, tal qual no CD do
Grêmio. E, absoluta certeza, não chamarão os oposicionistas ao Projeto da AG, em número muito superior aos que se opõem à
Arena, a terem presença diária nos seus programas para enxovalharem o projeto e aterrorizarem sócios e torcedores com mentiras - neste caso, verdades.
As Copas na Arena não mudariam o curso do futuro
gremista, mas o aceleraria. As vantagens seriam os incrementos patrimoniais que viriam dos incentivos fiscais, além da viabilização mais rápida dos meios viários de acesso ao Estádio. Fortaleceria o marketing da OAS na região e, indiretamente, estimularia negócios que favoreceriam também ao
Grêmio, com mais presença de público e ganhos de publicidade, por exemplo.
Neste caso, os
amargos, literalmente, teriam de recolher os escombros. Remendar o desmanche do remendão e sair de pires na mão esmolando para fazerem uma reforma própria ou, como cogitam, um novo estádio, mas em condições muito desvantajosas em relação à posição assumida hoje pelo
Grêmio.
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Ironia da História ...
Há quem ache, por sua vez, que o melhor seria que ganhassem esta parada. Que não conseguissem reformar o estádio para a Copa das Confederações ou acabassem usando o estádio em condições impróprias, ou, ainda, tivessem, de última hora, que ceder à
Arena.
Pagariam mais um mico histórico. Além disso, num contrato que é ruim para ambos, viveriam pelo menos duas décadas de penúria e esvaziamento financeiro, tornados reféns e imobilizados pela AG. Mais 20 anos com um
Remendão diminuído em capacidade e sem possibilidades lucrativas, num situação de recrudescimento inflacionário do Futebol. Um contraste humilhante de grandezas em relação à
Arena, que se perpetuaria por décadas.
Sem dúvida, o poço deles ainda tem muito o que afundar. Gostaria das Copas na Arena, pelos benefícios que traria ao
Grêmio, e vou participar das campanhas neste sentido; mas tenho dúvida, sinceramente, de qual "vingança" seria mais saborosa, se com ou sem
Remendão.
Obs.: há também os problemas de penhoras do
Beira-Rio, já mencionadas aqui. São cerca de 100 milhões junto ao Refis, que os
róseos tentam passar do Beira-Ro para o Parque Gigante. Será que eles querem que a AG assuma isto também?
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Enquanto isto, vamos aquecendo para atropelar os bambis amanhã.