26 de junho de 2014

Mudanças


*O texto abaixo foi escrito pelo leitor Jonas Bernardes Silveira


Como gremista, sofro com a Copa do Mundo. Não por ter perdido o direito de sediar jogos no nosso estádio, claramente superior ao Cocarzão, até porque fomos premiados com pontos cegos, caixas de som mudas e outros fiascos ribeirinhos. Meu problema é o futebol.

É a Copa das Copas, dizem. Maior média de gols desde 70. A verdade é que na Copa ninguém tem nada a perder, pelo menos na primeira fase. Os grandes atacam para evitar um empate fiasquento, os pequenos ganham espaço pra contra-atacar e fazer o crime. Foram poucas as retrancas, e algumas delas se desmancharam durante as partidas, tanto por não terem funcionado quanto por terem permitido que a equipe crescesse no jogo. Cansei de ver o Grêmio se retrancar e jogar pelo empate, para “voltar vivo”, pensando em “reverter”, buscando o maldito “pontinho”.

A verdade é que a única coisa que permite a um time sonhar com um título é a capacidade de impor seu jogo e marcar gols. Quem detém as melhores chances de gol e passa mais tempo com a posse da bola dificilmente será derrotado. No caso do Grêmio, temos uma defesa forte que vai se tornar ainda melhor, como mostram as opções de Enderson nessa “grêmiotemporada”, como diz o pessoal da Grêmio TV.

4-2-3-1 — Marcelo Grohe; Pará, Rhodolfo, Pedro Geromel e Breno; Ramiro e Matheus Biteco; Alán Ruiz, Giuliano e Luan; Barcos

4-1-4-1 — Marcelo Grohe; Pará, Rhodolfo, Pedro Geromel e Breno; Matheus Biteco; Luan, Alán Ruiz, Giuliano e Dudu; Barcos

Nossa defesa ganha com a troca de Werley por Geromel, a bola aérea foi nosso maior furo no primeiro semestre, ao lado do lado direito da defesa. Breno defende melhor que Wendell - é o lateral esquerdo titular da seleção Sub-19. Pará segue titular, porque o mundo não é justo.

O primeiro meio de campo está na mesma formação de sempre, mas o que chama a atenção é a segunda opção, o 4-1-4-1. Biteco parece brigar pela vaga de Edinho, na ausência do lesionado Riveros. Biteco é um jogador de seleção de base, é jovem, tem mais a oferecer fisicamente que Edinho, e pode ainda contribuir ofensivamente.

Na frente desse volante (volante, no singular, é algo raro no Grêmio), temos quatro meias: dois extremos, Luan e Dudu, velozes e habilidosos; e dois armadores (armadores, no plural, é mais raro ainda), Ruiz e Giuliano, jogadores que cadenciam o jogo e finalizam com qualidade.

Quem pensa em reclamar da “alegria” dessa formação, favor lembrar que Ruiz é um jogador de 1,83 que pode tranquilamente ajudar na marcação, e que Giuliano voltou da Ucrânia muito mais forte. Alex falou em “dar uma pegada” nele por que ainda não deve ter reencontrado o antigo colega.

Esse time pode sim ser campeão brasileiro. Não creio que essa linha de quatro meias conseguirá deixar jogadores isolados e sem opções de passe, imagino que seja muito mais fácil prender a bola no ataque com meias mais fortes, que poderão entrar na área e finalizar muito mais jogando centralizados. Tudo isso é teoria, mas faz muito sentido. Inclusive por que está claro para quem prestou atenção na nossa temporada até o momento que algo tem que mudar na forma desse time jogar. Espero que se teste essa formação nos amistosos gremistas no interior paranaense; contra o Maringá, na próxima quinta-feira, 02/07, às 19:30; e no dia 06/07, domingo, às 15:00, contra o Londrina. Vamos matar a saudade do manto em campo, até por que de nada adianta essa overdose de futebol que é a Copa do Mundo, quando significa também a abstinência da nossa verdadeira paixão.
__________

Adendo do seu Algoz 

Mazáááá 

Em meio à copa o blog ultrapassou 3 milhões de acessos.
Agradecemos a todos e continuaremos nos esforçando.