É curioso que o avanço do conhecimento e dos recursos tecnológicos quase não afetou a precisão das previsões meteorológicas. A impressão que se tem é que os escritos de Aristóteles ("Meteorológica e Escrita") e Hipócrates ("Ares, Águas e Lugares"), apoiados pelo termômetro de Galileu e pelo barômetro de Torricelli, podem servir de boa base para qualquer estudo contemporâneo sobre os fenômenos do tempo.
Enfim, a meteorologia parece ser tão dinâmica quanto o futebol. Ontem, a previsão para este domingo de Gre-nada era de chuva certa em Porto Alegre. Hoje, o sol se esgueira por entre nuvens, o risco de chuvarada parece nulo e a previsão mudou para "chuva a qualquer tempo". A estatística é de 40% de possibilidade de precipitação.
No futebol, a probabilidade do lado de lá não passa perto dos 40%. Devemos acabar o domingo festejando o título, desde que alguns cuidados sejam tomados, relativamente a não entrarmos em campo:
1) achando que está ganho;
2) tentando segurar o resultado;
3) com excessivos ímpetos assassinos.
Precisamos ter a medida certa do jogo. Jogando como fizermos no aterro está bem: nem tão cauteloso que pareça covardia, nem tão afoito que pareça soberba. Aliás, esta é uma característica muito deles e os levou ao peñarolaço que tanto nos divertiu.
A nós, como bons torcedores, cabe, sem hesitarmos sequer, aplaudir o Grêmio durante os noventa e tantos minutos que durar o jogo. O Olímpico estará lotado, o estrondo nas arquibancada será forte e contínuo. Assim, tenho certeza, as chances de dar arco-íris no final-do-dia são mínimas.