27 de maio de 2012

Um peixe chamado Lasier


O Arigatô já falou quase tudo no post logo abaixo, mas valem ainda mais duas palavrinhas sobre o pedido de interdição do aterro antes do jogo de hoje.
Um profissional, na acepção do termo, deixa o filho doente em casa, tira a conta vencida e não paga da cabeça e mergulha fundo para fazer o melhor no seu trabalho. Um profissional da informação, ainda tem de deixar as paixões no cofre para ganhar e manter a credibilidade. Um profissional da informação sem credibilidade é o mesmo que a fada Sininho. Só existe na imaginação.
O futebol gaúcho está mostrando que maus profissionais tomaram de assalto postos importantes na imprensa gaúcha. A preocupação com a credibilidade, que deveria ser o principal, se não único cuidado e objetivo de um jornalista, simplesmente foi abandonada em nome de defesa de interesses excusos e ilegítimos de um clube.
Rola na internet a gravação do início da entrevista do Lasier Martins com um dos promotores que tratam do assunto do remendão em obras. A pergunta inicial deste dublê de apresentador e torcedor recalcado foi um insulto. Insulto ao promotor e, principalmente, insulto aos poucos que ainda conseguem ouví-lo. Foi uma aula de não jornalismo. Aula de despudor. Aula de falta de vergonha na cara. Aula de desvio de caracter. Aula de subserviência a interesses mesquinhos. Aula de cinismo. E, principalmente, aula de burrice explícita. Como um elemento destes consegue se manter empregado é matéria para estudo de psicólogos. Ou, talvez, para investigação da polícia.
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A reforma do aterro poderá significar uma importante mudança na forma de construção, pelo menos no Rio Grande do Sul. Hoje, em todo o mundo, uma edificação deve estar totalmente pronta. Instalações elétricas, hidráulicas, de incêndio, sinalizadores de saídas, elevadores, portarias, tudo deve estar pronto em perfeito funcionamento. Nesta hora, o construtor chama os bombeiros e fiscais avaliam tudo. Sai então o habite-se, que permite a entrada de moradores e usuários. Esta é a lei vigente. Ou era.
A partir de agora, em Porto Alegre pelo menos, as construtoras podem adotar um novo procedimento que vai lhes garantir mais rentabilidade.
O procedimento é simples. Tome um prédio de 20 pavimentos por exemplo. Termina-se o primeiro andar, se dá uma garibada no acesso e permite-se a entrada de moradores neste andar enquanto segue a obra no segundo pavimento. Este pronto, permite-se a entrada dos moradores e usuários e vai-se para o seguinte.
Não pode? Ué? Por que pode isto em determinado estádio?