17 de abril de 2014

De ratos e baratas

Pois é.
Depois do domingo me recolhi. Não li quase nenhum comentário. Ia liberando se não via acusações que pudessem levar a processos. Isto domingo à noite.
De segunda para cá não li mesmo. Deixei o trabalho pesado para a Pitica. Ela gosta de cebola e daquelas compotas azedas. Ou seja, tem muito mais estômago do que eu.
Mas não fiquei alheio ao mundo. Dei uma olhada rápida nas manchetes assanhadas dos i$ento$ barato$. Eles estão vivendo dias de glória. Glória que, só será completa se conseguirem desclassificar o Grêmio da Libertadores. Força estão fazendo.
E aí chego onde queria chegar. Por que o Grêmio, muito melhor no papel e no campo, não consegue ganhar do timinho há um bom tempo?
Pensava nisto quando caminhando na rua vi uma barata e um rato. Todo ser humano com mais de 2 neurônios sabe que barata é fácil de matar e, na essência, inofensiva. Com ratos acontece o mesmo. Por que então o medo, quase pavor, que muitas pessoas tem destes bichos?
Basicamente, por duas razões: uma porque significam sujeira; a outra porque estão sempre associados a doenças.
Da barata e do rato cheguei ao timinho. Agora mesmo, como todo o ano, entram como grandes favoritos do campeonato nacional. Como sempre, o seu grupo (queeeeeeee grupo!) é destacado como fenomenal. "Melhor elenco do país". E o que vai acontecer? Vão lutar contra o rebaixamento, como nos últimos anos.
Mas por que esta propaganda maciça funciona no regional e não funciona no nacional?
Elementar dear Watson. Primeiro porque times e torcida de outros estados não estão nem aí para esta papagaiada. Segundo, porque o nacional tem gente mais graúda e com mais força política e, com isto, eles não conseguem marcar as cartas.
Terceiro e mais importante: porque aqui o Grêmio, através de seus jogadores, direção e torcida, se deixa contaminar pela propaganda contínua e pesada de que está diante de um grande rival.
O time do Grêmio e sua torcida já tem entrado derrotados nos GRE-nadas. O equilíbrio é muito frágil. Basta um pequeno percalço, um gol fortuito e a casa cai.
Seria bom e saudável se nos próximos GRE-nadas todos lembrassem que baratas e ratos não são tão perigosos assim. Desde que se lave as mãos depois de matá-los.
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Não bastasse o fiasco de domingo, tivemos que ouvir a proposta indecorosa do Ministério Público em relação à ocupação do espaço da Geral.
Pois este órgão, que se entende sério, propôs que o acesso seja exclusivo para pessoas cadastradas em torcidas organizadas.
Nem precisa mencionar que esta proposta é flagrantemente inconstitucional e seria objeto de gargalhadas se contada como uma piada.
Desnecessário também dizer que, mesmo neste Brasil de tantos escândalos, esta proposta soa patética e escandalosamente acintosa aos direitos dos cidadãos.
Por tudo isto, penso ser importante informar o nome do promotor que defendeu a medida. Chama-se José Francisco Seabra Mendes Junior. Por acaso, ele é sócio do co-irmão. E por acaso também, não propôs as mesmas medidas para o estádio do Brio.
Aí, meus amigos, pensei nisto também enquanto caminhava e olhava para as baratas e os ratos. Se fosse para intimidar e assustar, ratos e baratas não poderiam fazer melhor.