O mote da campanha ao Conselho Deliberativo do Grêmio é a "renovação". Sem dúvida, percebe-se que o modelo atual de composição do Conselho está esgotado. Pessoas que se tornaram conselheiros para fazer parte de uma confraria, sem compromisso outro que não seja com o seu próprio ego, não têm lugar no mundo do futebol do ano de 2010. Aliás, não têm já há bastante tempo.
Passa pelo uso intensivo desta forma de compor a instância deliberativa do clube uma boa parte da explicação para as atuais dificuldades do nosso tricolor.
Assim, renovar tornou-se o cavalo de todas as frentes da batalha. Primeiro, com a chapa das oposições, apoiada por Odone, cujo slogan é Renova Tricolor.
No mesmo rastro colocou-se a chapa da situação, composta pelo G-7, com o apelo Renovação com qualidade.
Uma terceira chapa é mais radical. O requisito para integrar a nominata, conforme divulgado em chamamentos, é não ser e nunca ter sido conselheiro do Grêmio. Ou seja, a motivação é a remoção física completa dos membros do Conselho que renovam mandato em 2010. Outro detalhe: o slogan diz "Sócio vota em sócio". Aliás, como apenas sócios podem ser votados para o CD e é impossível que os mentores da chapa não saibam disso, resta a hipótese de que a frase tem o intuito de confundir o eleitor desavisado, levando-o a supor que não é assim e induzindo-o a votar numa chapa que insinua ser a única composta "apenas por sócios".
Aqui um momento de importante reflexão. Ser ou ter sido, fazer ou ter feito, não pode ser jamais critério determinante de exclusão. Pode ser, e não raro é, motivo de inclusão. Quem faz ou fez bem, deve ser muito bem-vindo.
Este escrevinhador mesmo recebeu mails e teve telefones colocados à disposição para alistar-se nesta cruzada, desde que pudesse satisfazer o critério de nunca ter feito nada pelo nosso Grêmio. Estranha qualidade.
Haverá negativas, por certo, porque convém, mas a regra excluiria absurdamente do Conselho, por exemplo, os dois principais condutores da Grêmio Empreendimentos. Já o grande presidente Hélio Dourado se safaria do cutelo de prata, por ser ex-presidente e ter, por isso, cadeira vitalícia no CD. Fico por aqui nos exemplos.
Renovar é preciso! Faz-se mister, sim, rejuvenescer as práticas do Conselho. É necessário, sim, afastar do CD os conselheiros omissos, que não comparecem às reuniões ou apenas lá passam para assinar o livro de presenças. Porém, se alguém estiver lá há 30 anos, mas ainda contribuir com idéias e práticas para o clube, porque deveria ser excluído?
A conjugação do verbo renovar, para nós, sócios do glorioso Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, exige complemento. Cabe aos associado considerar com quem e como renovar.
Enfim, vamos em frente, rumo ao pleito de 11 de setembro, com a esperança de que haja a renovação correta, feita com inteligência.
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Apoiar é obrigação. Torcer muito é impositivo.
Hojé é dia de renovar o nosso compromisso com o Grêmio
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