Tem-se quase como certo que o novo técnico do Grêmio será Júlio Camargo. A primeira coisa que me ocorre é tratar-se de um fato inusitado: nunca antes na história deste estado-país um técnico deixou a equipe principal de um lado e foi para o outro. Ou vice-versa. Agora, quem procura técnico são eles. O avatar vai ter que encarnar outro cérebro.
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Técnicos! Técnicos?
Já escrevemos aqui: técnicos bons neste mundo do futebol são raros e custam uma fortuna. Aliás, esta é um das aberrações criadas neste esporte. Nem mesmo executivos de grandes corporações recebem salários iguais aos de alguns técnicos de futebol, que não passariam por uma sabatina sobre conhecimentos básicos da profissão. Mas, enfim, o mundo é, entre outras coisas, um caldeirão de extravagâncias.
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Tá, mas e o Julinho?
Tirando Felipão, Muricy e Mano (cortando por cima) e aquele que deve ser sempre evitado (cortando bem por baixo), o restante é commodity. Porém, um cuidado deve ser tomado: dar todo o respaldo para o técnico não ser engolido no vestiário.
Então, se o Grêmio trouxer (por exemplo) Paulo Paixão (saído para dar lugar a um da equipe trazida por Renato), para cascudear os cascudos, quando necessário, e mais um gerente de futebol que conheça o mercado e saiba transitar pelo mundo, tudo tende a ficar melhor do que estava. Porque, senhores, como estava não podia continuar.
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E o futuro?
O futuro a nós poderá pertencer, se superarmos o transe catatônico que tomou conta de parte da torcida, estimulada pela imprensa imparcial, isenta e barata.
O técnico Renato foi embora e o seu choro comoveu as pessoas. Apenas para ficarmos com os pés no chão e percebermos que a vida não se restringe à manchete do dia, sugiro a leitura destas duas matérias.
Então, a vida segue. O ídolo Renato, campeão do mundo, não será apagado da história.
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Protestar?
Falhas houve na condução do futebol neste ano, mas nem por isso devemos abandonar o clube. Entrar no jogo dos imprensa barata ou entrar no jogo político de quem quer colher dividendos em tudo é jogar contra o Grêmio.
Não esqueçam, o Grêmio precisa do apoio da sua torcida. Sempre, sempre e sempre. Não importa quem esteja nos gabinetes, na casamata ou no campo. A cizânia só serve a dois interesses: os dos politiqueiros e os do aterro.