29 de julho de 2011

Tudo como dantes ...


Doze dias e dois jogos do Grêmio afastados do Brasil e nada de surpreendente na volta. Na política nem se fala que para desinfetar o país serão necessários 50 anos (com otimismo) e muito raticida em Brasília. Nada também no futebol.
O Grêmio obteve um empate razoável com o Figueirense e outro desastroso com o América. Teve tempo para treinar mas, ao que dizem, não o aproveitou. Os poucos lances dos jogos mostram um time confuso e, principalmente, nervoso. Não é normal jogadores de frente para o gol chutarem quase invariavelmente de rabiola quase na lateral. No último jogo, principalmente, esta foi a regra. Quais as causas?

Saiu Renato, mais do que tarde, e entrou Julinho. Não se pode cobrar nada dele ainda. Então?
Então que há muito a ser dito e falta vontade. Vou fazer um resumão. Tudo começou com Cacalo no longínquo 1997. Passou por Guerreiro, Obino, Odone, Duda e agora Odone de novo. Uma sucessão de desastres que só não levaram à morte do clube por causa de sua imensa grandeza.

Há duas palavras para resumir tudo: falta profissionalismo. E profissionalismo é diferente de contratar profissionais. O clube precisa de uma faxina de cima a baixo. Tirar todos os compadrios que ganham altos salários para não fazer nada. Para isto só uma renovação profunda nas pessoas que o dirigem. Precisa-se gente com novas idéias, novas formações, novos ideais. Presidente precisa ser um executivo pago para poder ser cobrado. Vice de futebol também. Etc. Como isto não pode ser feito hoje, há uma coisa que pode e deve ser feita já: trocar o Vicente Martins. Ele já deu mostras em 2001 que não é do ramo. Está comprovando agora. O episódio do final do primeiro turno do ruralito quando ele se manifestou na festa dos jogadores foi uma clara advertência: suas palavras entusiasmadas foram recebidas quase com desdém por estes. Jogador, como qualquer outro profissional deve respeitar seus superiores e, também temê-los pelo menos um pouco. Não se vê isto no Grêmio. O elenco é bom, para disputar a parte de cima. Os salários, incríveis R$ 4,8 milhões mensais, estão em dia. Por que então o time não anda? O meu diagnóstico está aí em cima. E o teu?
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Enquanto isto ...

A crise do Grêmio está tão braba que os isentos baratos estão deitando e rolando. Além de ironizarem o que acontece dos lados do Olímpico, conseguiram transformar um fiasco dos rosados em epopéia. Voltar vice-lanterna de um torneio contra os reservas dos reservas de outros 3 times em início de temporada virou heroismo. Impedidão, que estava valendo cada vez menos, errou pênalti e triplicou de valor. Os juniores que entraram são os novos super-craques que valem milhões. Não há necessidade de um técnico. Está tudo róseo na diretoria. Os salários em dia e o time volta fortalecido para o título nacional.
Só tem uma coisa correta no que eles estão dizendo. O título de vice-lanterna realmente é um grande feito para a qualidade do grupo (queeeee grupo!). Todo o resto deve ter custado mais um papagaio de uns R$ 10 mil reais para divisão entre os da folha paralela.