Nota da Andrade Gutierrez a ser publicada amanhã em jornais do país joga a culpa do atraso na reforma do aterro na morosidade do Banrisul. Ora, a AG é uma mega empresa e, como tal, certamente tem limites de crédito em outros grandes bancos públicos e privados do Brasil, que são igualmente repassadores de recursos do BNDES. Também certamente a empresa sequer tinha conta no banco gaúcho, antes de iniciar-se a aventura que já sacrificou a realização Copa das Confederações em Porto Alegre.
O estranho nisso é: por que o financiamento foi demandado no Banrisul?
_____
É sabido que o objeto de financiamentos das linhas de crédito operadas pelo banco devem compor as garantias do empréstimo. Mas... Se a AG não é proprietária dos imóveis e benfeitorias onde será implantado o projeto de melhorias, como poderá aliená-los na operação? É isso que emperra a tomada do mútuo? Adicionalmente, haverá algum tipo de penhora sobre o patrimônio do SCI que o desqualifica para dar segurança ao negócio?
_____
Será que ingressar com o pedido de empréstimo no banco estatal gaúcho foi a forma vislumbrada para contornar empecilhos legais e técnicos à aprovação do empréstimo, fazendo-se uso de força política para tomar recursos em negócio que, possivelmente, não atende normas do BNDES?
Será que em bancos privados a chance do empréstimo sair é menor ou NULA?
Será a nota divulgada amanhã uma forma derradeira de pressão? Querem que alguém mande atropelar os regulamentos do BNDES?
Nenhum técnico com um pouco de responsabilidade dará parecer favorável a uma operação sem enquadramento regulamentar. Diretores de instituições financeiras podem ser responsabilizados pessoalmente por atos de má gestão. Quem obedecerá ordem política para fazê-lo?
Preparemo-nos para assistir ao capítulo final deste "negócio", cujo final é previsível.
