23 de maio de 2015

Daniel Matador - Respeitem a camisa, respeitem o 9

Braian Rodriguez marcou o gol da vitória tricolor na Arena.

Caros

Felipão já não está mais entre nós. James Freitas é o comandante interino até a chegada do novo técnico. A imprensa chuta todos os nomes possíveis e imagináveis porque não tem fontes, essa é a grande verdade. Mas isso pouco importa para o time que entrou na Arena para curtir os embalos de sábado à noite. Esse horário das 21h de sábado é pra matar. Mas jogo marcado é jogo a jogar, e lá se foi o tricolor cumprir a tabela e enfrentar o Figueirense. Como novidade, a estreia da nova camisa celeste feita pela Umbro. Lindíssima, por sinal. A marca inglesa tem feito um trabalho soberbo para o Grêmio.

James Freitas armou o time com Grohe no gol, fazendo seu último jogo na Arena antes da Copa América. Rhodolfo e Erazo formaram a dupla de zaga por conta de uma lesão de Geromel. Como já havíamos antecipado aqui anteriormente, Matías Rodriguez foi dispensado e Galhardo assume a lateral direita, com Marcelo Oliveira na esquerda. No meio campo, Wallace, Maicon, Douglas e Giuliano ficaram com a missão de municiar Luan e Pedro Rocha, que recebeu mais uma chance de mostrar serviço.

Primeiro tempo: Grêmio 0 x 0 Figueirense

Aos 9 minutos, o placar quase foi inaugurado após Rhodolfo e Erazo tentarem interceptar uma cobrança de escanteio. Aos 18, boa jogada de Galhardo, com a bola chegando para Luan, que arrematou, mas não marcou. Aos 20, Galhardo recebe cartão amarelo após dura chegada no jogador do Figueirense. Aos 21, dois jogadores do Figueira ensanduicharam Pedro Rocha, inclusive com um carrinho na jogada, mas o árbitro entendeu que foi lance normal e mandou seguir adiante. Aos 23, uma jogadaça que começou com passe primoroso de Douglas para Giuliano, que chutou para defesa do goleiro, com a bola passando muito próximo da trave e indo a escanteio.

Aos 25, Marcelo Oliveira recebe, domina, chuta e marca o gol, que o árbitro invalida assinalando impedimento. Aos 29, grande jogada de perigo de Claiton, do Figueira, que driblou meio time; Rhodolfo isolou e deu uma bronca geral na galera. Aos 31, Giuliano recebeu de costas na área e, na hora de fazer o giro, emulou um pião e errou de forma inacreditável um passe que deixaria Pedro Rocha na cara do goleiro dentro da área. Aos 32, amarelo para o jogador do Figueirense que deu um rapa em Marcelo Oliveira. Aos 35, Douglas bate uma falta na meia-lua que passa raspando a forquilha. Aos 41, cartão amarelo para Wallace, que matou o contra-ataque do time catarinense. E o árbitro encerrou um primeiro tempo moroso aos 47 minutos.


Segundo tempo: Grêmio 1 x 0 Figueirense

O tricolor retornou para o segundo tempo com Braian Rodriguez no lugar de Pedro Rocha. Aos 3 minutos, o centroavante foi acionado e o Grêmio chegou com perigo em uma boa jogada tramada na frente da grande área, porém sem chutar a gol. Aos 6 minutos, após trocentos milhões de faltas cometidas, o jogador Cereceda, do Figueirense, finalmente recebe cartão amarelo por conta de uma falta em cima de Galhardo. Aos 8, um chute desviou em Rhodolfo e Grohe defendeu sem maiores problemas. Aos 10, mais um amarelo, desta vez para Douglas. Aos 12, Luan ia passando de viagem e Fabinho aplicou um carrinho, sendo justamente amarelado por isso. Aos 15, Luan puxou um contra-ataque e acionou Braian, cujo chute foi interceptado pela zaga. Aos 18, Giuliano fez grande jogada, porém demorou para dar prosseguimento e conseguiu apenas o escanteio. Aos 19, Douglas sai para a entrada de Mamute.

Aos 21, Giuliano vem na corrida e chuta da entrada da área, mas a bola sai para fora. No minuto seguinte, o jogador do Figueira dá um pataço que manda a bola quase para fora da Arena e o árbitro, inacreditavelmente, assinala escanteio. Aos 25, Giuliano novamente perde mais uma chance. Aos 26, Galhardo sentiu e saiu para a entrada de Fellipe Bastos, que assumiu de forma improvisada a lateral direita. Aos 29, Luan chutou, a bola pegou grande efeito e estourou no travessão. Aos 33, finalmente uma jogada decente. Marcelo Oliveira cruzou e Braian cabeceou para anotar o gol tricolor e formar o descontrole na Arena. Esta é uma regra pétrea do futebol. Por pior que seja, o 9 tem de ser respeitado. E o Figueirense cometeu o erro de subestimar um 9 dentro da área. Mesmo que ainda esteja devendo, Braian estreou a nova camisa em grande estilo, como um centroavante deve fazer. Aos 35, Luan entrou a dribles na área e chutou para grande defesa do goleiro. Aos 43, Braian recebeu cartão amarelo. Aos 45, Marcelo Oliveira fez uma jogada plástica e meteu uma bola pelo meio das pernas de seu marcador, o qual fez a falta e levou cartão amarelo. Aos 47, Mamute teve a chance para marcar, mas não conseguiu. E aí o árbitro encerrou a partida que decretou a primeira vitória tricolor no Campeonato Brasileiro.





Como jogaram:

Grohe: praticamente assistiu o jogo sem pagar ingresso. Nota 6
Galhardo: teve performance melhor do que seu antecessor Matías Rodriguez, o que não é nenhum grande mérito. Nota 6
Rhodolfo: a segurança de sempre. Nota 6
Erazo: substituiu Geromel e não comprometeu. Nota 6
Marcelo Oliveira: chegou a marcar um gol, porém a arbitragem anulou. Fez o cruzamento para o gol de Braian. Meteu uma janelinha em seu marcador no final do primeiro tempo. Nota 7
Wallace: cumpriu bem a função. Nota 6
Maicon: fez boa dupla com Maicon. Nota 6
Douglas: bateu uma falta com perigo no primeiro tempo e deu uma boa assistência. Foi tudo o que fez durante o jogo. Nota 5
Giuliano: esteve muito aquém do que já produziu. Errou alguns lances bisonhos. Nota 4
Luan: um dos poucos que tentou alguma coisa. Fez várias incursões à grande área e tentou conclusões, porém sem sucesso. Nota 7
Pedro Rocha: não conseguiu dar andamento ou conclusão a praticamente nenhuma jogada. Foi substituído por Braian. Nota 4

Braian Rodriguez: fez o que o centroavante tem de fazer e anotou o gol. Nota 7
Mamute: não conseguiu o sucesso que teve em outras jornadas. Até tentou, mas não conseguiu grandes vitórias pessoais. Nota 5
Fellipe Bastos: considerando a função improvisada de lateral, até que não comprometeu. Mas também não foi nada excepcional. Nota 6

James Freitas: montou o time com o que havia. Levou a torcida ao desespero ao sacar Pedro Rocha e botar Braian no intervalo. Mas o gol do centroavante mostrou que ele tomou a decisão certa. É interino e, nesta condição, só o fato de haver conseguido uma vitória já é um feito. Nota 7

Arbitragem: Luiz Flávio de Oliveira é irmão de Paulo César de Oliveira e segue os passos do irmão, que possui cadeira cativa na GGL (Galeria dos Grandes Ladrões). Conseguiu inclusive a proeza de aplicar cartão amarelo no goleiro Tiago, que estava no banco de reservas. Também deu cartão vermelho e expulsou um gandula. Sim, um gandula. Economizou nos cartões para o time catarinense. Tirando todas estas pixotadas, não roubou muito.

O Grêmio jogou para o gasto, mesmo considerando que o primeiro tempo foi sofrível. No segundo tempo, uma ligeira melhora. Algumas peças ainda estão devendo, principalmente Giuliano. Braian acabou surpreendendo, mesmo que até agora esteja devendo também. Uma nota positiva é, como sempre, a torcida. Mesmo com esse horário de boate, quase 10 mil almas estiveram na Arena para apoiar o clube e foram premiados com a vitória. Agora é preparar-se para a próxima fase da Copa do Brasil e também para o jogo seguinte do Brasileirão, contra o Goiás, no fatídico Serra Dourada. De bom, ao menos o fato de que o jogo será no domingo, às 16h, e será transmitido pela TV aberta. Não importando quem esteja na casamata, a torcida permanece. Porque o Grêmio é o Grêmio. Respeitem a camisa.

Saudações Imortais