Pego pela turbulência tricolor em meio a uma viagem assisti a tudo quieto no meu canto. Não com desinteresse, obviamente. O whats up (zap zap para alguns) funcionou o tempo todo.
Hoje resolvi escrever algumas linhas sobre que penso e o que vi e ouvi de longe.
Felipão saiu como entrou: com sua idolatria intocada. É claro que os urubus da imprensa e algumas hienas da oposição saltaram para atacá-lo.
"Brasileiros cansaram de técnicos estilo Felipão".
"Felipão é ultrapassado".
"Presidente Romildo não soube compor com os grupos políticos."
"Felipão mandava no clube".
Blá-blá-blá.
Pois eu penso que Felipão cometeu erros sim. E a direção ajudou-o para que cometesse estes erros.
Felipão foi trazido pelo grande presidente Fabio Koff e a ele se reportava.
Quando o presidente Koff deixou a presidência e depois, por problemas particulares, deixou a vice-presidência de futebol, Felipão ficou órfão. Esta orfandade parece ter se agravado quando o nosso maior presidente foi abatido por uma doença grave que o deixa há mais de um mês quase incomunicável num leito hospitalar.
A vice presidência não foi reposta e o diretor escolhido para comandar não tinha 0,00001 % da força e do carisma do antecessor. Não tinha sequer o respeito de grande parte do conselho, dos associados e da torcida. Rui Costa é um executivo, não faz a parte política.
Sem respaldo e solto, Felipão cometeu um erro que foi fatal. Felipão passou a cobrar publicamente a contatação de jogadores e, ainda pior, passou a dizer que o grupo não era bom o suficiente. Ele até pode ter razão, e provavelmente tenha, mas jamais poderia tê-lo feito para fora das paredes da Arena. E muito menos dizer um dia sim e outro também. O seu gremismo pode ter sido o motor a impulsioná-lo a cometer este erro.
O resultado pode ser visto na insegurança do grupo. A cada gol que leva há um descontrole. A cada gol que faz corre a se fechar atrás para tentar manter o resultado de qualquer jeito.
Trazer o sobrinho para a preparação física foi outro erro. Por mais competente que possa ser, passou a ideia de nepotismo.
Estas atitudes e mais alguns outros erros pequenos criaram o caldo para a desconfiança da torcida e para a ação sorrateira dos grupos políticos que sempre apostam no quanto pior melhor.
Senti a saída de Felipão e continuarei a reverenciá-lo como um grande treinador, um ser humano respeitável e um gremista dos maiores.
O post da Pitica sobre ele foi perfeito. Nada mais há a ser dito, por enquanto.
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Mas a vida segue. E agora?
Agora que penso que o que a direção deve fazer primeiro é escolher um vice presidente de futebol. E este não pode ser um simples vice. Tem que ser alguém que entre no vestiário e seja respeitado pelos jogadores. Tem de ser alguém que vá para os microfones e seja temido pelos ondeiros de plantão.
Depois disto, e com a concordância do vice, então sim, escolher o treinador.
Não se espere um gênio porque treinador é o artigo mais em falta no Brasil, quem sabe no mundo.
Me agrada a ideia de uma comissão técnica permanente e de um treinador sem seu staff de aspones. O Grêmio já fez isto no passado e funcionou muito bem.
E me agrada a ideia de um treinador que precisa, e mais do que precisa, que quer fazer nome e crescer profissionalmente.
Cristovão, se se acomodar no que lhe for proposto, é um bom nome. Tenho dúvidas sobre Mancini, outro especulado. Mas aguardemos, que é só o que podemos fazer.
Volto no domingo. Espero já com tudo encaminhado lá pela Arena.